3 exemplos de Corporate Venture Builders e suas startups de sucesso pelo mundo
Redação Play • jun. 09, 2022

Grandes corporações acompanham de perto as movimentações do mercado de startups de olho na próxima onda de inovação. O crescente investimento em Corporate Venture Capital (CVC) é prova disso.


Só em 2021, fundos de CVC atingiram a marca recorde de US$ 169 bilhões investidos pelo mundo, segundo a plataforma de inteligência de mercado CB Insights. No Brasil, segundo o relatório, 61% desses investimentos foram para startups early-stage – o que demonstra um mercado ainda em expansão. 


Depois de ver startups chegarem a valuations bilionários, as corporações tradicionais não querem ficar de fora – de novo – quando um ‘novo Nubank ou Mercado Bitcoin’ surfarem a onda dos unicórnios.


Agora, frente ao desafio de encontrar um novo negócio com potencial para investir e escalar, também se apresenta a possibilidade de criar startups corporativas.


Um conceito que já se consolidou na Europa como alternativa para as corporações tradicionais ganha cada vez mais a confiança de executivos por todo o mundo: o Corporate Venture Building.


Através dele, companhias investem para criar suas próprias startups, aproveitando-se de recursos e da expertise de mercado para alavancar novos negócios promissores. Porém, alcançar o sucesso nesse modelo de inovação corporativa não é uma tarefa simples. É para preencher essa lacuna que as Corporate Venture Builders entram em cena.


Com recursos e metodologias ágeis, que permitem testes de novos modelos de negócio e possíveis pivotagens, as builders vêm se tornando parceiras de organizações que normalmente esbarram em processos internos engessados – que atrasam a inovação.


Quer saber mais? Acompanhe a leitura e conheça 3 cases de sucesso desenvolvidos por Venture Builders corporativas pelo mundo.


O que é uma Corporate Venture Builder?


Uma Corporate Venture Builder é uma empresa que se envolve em todas as etapas, da criação à escala, de uma startup corporativa.


Através de sua experiência, infraestrutura e recursos, fomenta a inovação dentro de grandes corporações, auxiliando-as no ganho de assertividade e direcionamento.


Diferentemente de uma aceleradora ou de uma incubadora, a CVB assume os riscos de empreender junto à corporação, investindo capital intelectual e financeiro para alavancar o empreendimento em todas as suas necessidades. Da contabilidade ao marketing, passando pela governança, processos e estruturas, tudo é pensado visando um crescimento saudável para o novo negócio.


3 startups corporativas de sucesso desenvolvidas por Corporate Venture Builders


Há poucos cases conhecidos de startups corporativas, uma vez que o novo negócio só se conecta à corporação em caso de sucesso – e quando isso gera algum valor para ambos os lados.


A Heineken, por exemplo, investiu para desenvolver seu próprio marketplace de cervejas artesanais para conectar cervejarias menores aos consumidores em diversos países da Europa. Mesmo assim, demorou até se identificar como responsável pela venture.


Há ainda outros exemplos como o Ben, plataforma all-in-one da EnBW, terceira maior empresa de energia da Alemanha. O negócio, desenvolvido em parceria com a builder Bridgemaker, colocou a companhia no radar do mercado de mobilidade, setor até então não explorado pela gigante alemã. E não para por aí.


Abaixo, trazemos outros três cases de sucesso de startups corporativas desenvolvidas por grandes corporações junto a Corporate Venture Builders:


  • Bundl e Optimile
  • X15 Ventures e Backr
  • Play Studio e Vem de Bolo


Optimile, desenvolvida pela Bundl

bundl corporate venture builder

Bundl é uma CVB que tem mais de 30 empreendimentos criados em mais de 10 países. Ao longo de sua trajetória, já ajudou companhias como Coca Cola e Nike a desenvolver novos negócios, além do BNP Paribas, um dos maiores bancos da Bélgica.


O projeto envolvendo o BNP partiu da ideia de explorar novos segmentos fora da esfera financeira. Ideações indicaram o setor de mobilidade como um território fértil para o investimento através da criação de uma nova startup. Assim nasceu a Optimile


Desenvolvida e validada pela Bundl, a Optimile é uma plataforma de mobilidade completa para as necessidades diárias. Entre os produtos, estão a gestão de transportes corporativos (B2B) e pessoais, que vão desde bicicletas a transfers e táxis.


O marketplace white label – Mobility Marketplace, da Optimile – possibilita que empresas do setor de mobilidade possam se conectar a clientes de maneira simplificada. Assim, unifica suas soluções e facilita a gestão dos transportes de colaboradores. Em outro artigo publicado recentemente, falamos mais sobre como Venture Builders estão transformando a mobilidade urbana na Europa


Backr, desenvolvida pela X15 Ventures

Uma das maiores instituições financeiras da Austrália, o CommBank investiu na transformação digital junto à sua Corporate Venture Builder, X15 Ventures. Com o objetivo de se conectar a empreendedores durante os primeiros passos das empresas, lançou o Backr, um aplicativo para orientação financeira e de negócios.


Ao registrar o usuário e o novo negócio, o app cria uma trilha de tarefas a serem realizadas para guiar o empreendedor. As etapas vão desde a obtenção do cadastro da empresa – como um CNPJ aqui no Brasil – até a construção e cumprimento de um plano de negócios. O objetivo é auxiliar a empresa a evitar armadilhas comuns do início, se organizar financeiramente e crescer de forma saudável.


De acordo com a X15 Ventures, o Backr “é uma ferramenta que permitirá aos empreendedores e freelancers lançarem seus empreendimentos de forma correta e segura”.


O aplicativo faz uso de APIs fornecidas pelo governo e outras companhias, o que permite otimizar a experiência do usuário e torná-lo reconhecível e intuitivo. Logo, torna-se um assistente digital para o dia a dia do empreendedor, e ainda entrega orientações providas por especialistas em negócios do Commbank.


Além de evitar que as pessoas sigam passos incorretos e corram mais riscos do que o geral, o app conecta o banco ao ecossistema empreendedor. Gera valor aos usuários, fomenta a criação de novos negócios e cria uma nova forma de relacionamento entre a companhia e os empresários do futuro.


Esse investimento de risco do CommBank faz parte de seu plano de melhorar a experiência digital dos seus clientes. Como parte da estratégia de tecnologia, a instituição conseguiu entregar 6,4 bilhões de mensagens personalizadas, visando trazer a melhor experiência digital do setor.


Vem de Bolo, desenvolvida pela Play Studio


A Nestlé buscou na Play Studio um parceiro para explorar novos campos de inovação e investir para criar uma conexão direta com seu público.


O processo de Corporate Venture Building deu vida à Vem de Bolo, um marketplace que conecta confeitarias artesanais ao consumidor final, fomentando o mercado de doces e bolos, ao qual a Nestlé domina o fornecimento de bens de consumo.

Mesmo com marcas como iFood e Rappi se destacando como marketplaces gastronômicos, havia ainda um gap de mercado, que somava mais de R$25 bilhões, ainda pouco explorado. 


Em vez de hambúrgueres e pizzas, a Vem de Bolo passou a conectar pessoas que buscassem consumir bolos, doces, cookies e afins.


O spin-off da Nestlé já soma mais de 160 confeitarias, vendeu mais de 25 mil bolos em três anos e gera insights diários para a equipe de inovação da companhia. Além disso, fomenta o segmento de confeitarias e o empreendedorismo de boleiras em São Paulo.


A Vem de Bolo, assim como outros cases de CVB, mostra inúmeras possibilidades de inovação para grandes companhias. O modelo que já conquista corporações tradicionais na Europa e nos Estados Unidos une o potencial dos ativos corporativos à mentalidade empreendedora de startups para desenvolver negócios com alto potencial, escaláveis e tecnológicos para a próxima grande onda de inovação.


Quer conhecer mais cases de sucesso? Fale agora com um de nossos Venture Builders e descubra como a Play Studio vem ajudando companhias a inovar.

Leia também outros artigos

TAM, SAM e SOM
18 abr., 2024
Entenda os conceitos de TAM, SAM e SOM e aprenda a dimensionar e definir o mercado para o seu novo negócio com dicas práticas para uma estratégia eficaz.
DNVBs às ONVBs
Por Thiago Bürgers 11 abr., 2024
Descubra como as DNVBs estão evoluindo para ONVBs para enfrentar os desafios do varejo moderno, oferecendo uma experiência de compra integrada online e offline.
Modelos de negócio tradicionais podem inovar
04 abr., 2024
Descubra se modelos de negócio tradicionais podem inovar e os principais desafios e oportunidades desse processo.
Ver mais
Share by: