O que é uma estratégia de inovação? Conheça os tipos, exemplos e como implementar na sua empresa
Redação Play • mar. 24, 2022

Uma pesquisa da Business Wire aponta que 69% dos líderes em empresas pelo mundo veem a inovação corporativa como a chave para atingir objetivos sustentáveis, sociais e econômicos. Ou seja, uma realidade já é consenso: invista em estratégias de inovação ou corra o risco de ser substituído por um player que o faça no seu mercado.


Falar sobre inovação em grandes empresas, no entanto, nem sempre é simples. Isso porque essas estruturas organizacionais geralmente são pouco flexíveis, o que garante pouca – ou nenhuma – abertura para iniciativas que fujam ao padrão da empresa.

Por conta dessa realidade é que existem as estratégias de inovação.


Os frameworks ajudam gestores e profissionais C-Level a implementar processos e mensurar resultados de maneira organizada e eficiente. Não à toa, essas estratégias são adotadas por grandes companhias tradicionais, mas também por gigantes da tecnologia, como Google e Amazon.


A falta de um modelo aplicável e já validado pode fazer com que a organização gaste muito tempo e dinheiro para criar uma cultura de inovação, melhorias e até novos produtos. O receio da gestão é justamente que isso aconteça.


Ao longo deste conteúdo, vamos explicar o que é uma estratégia de inovação, apresentar os diferentes tipos e mostrar exemplos reais em grandes empresas. Acompanhe a leitura.


O que é uma estratégia de inovação?


Uma estratégia de inovação envolve sistematizar recursos, designar responsáveis e organizar processos. Trata-se de um grupo de atividades e atribuições internas, realizadas por diferentes pessoas e departamentos, com o objetivo de desenvolver ideias inovadoras para melhorias específicas na companhia.


Seja visando o lançamento de novos produtos ou serviços, otimização de procedimentos ou até mesmo a criação de uma área totalmente nova, a estratégia visa modelar a ideia, colocá-la em prática e validar sua operação.


Para que funcione, é preciso ordenar tudo o que estimula ações de inovação em curto, médio e longo prazo para atingir as metas estabelecidas.


O alinhamento da companhia em diferentes níveis e competências é fundamental para o sucesso de qualquer plano estratégico. Logo, com as estratégias de inovação não é diferente.


Outra questão essencial para esse fator é a cultura de inovação da empresa. Quando desenvolvida em conjunto ao plano de ação, os resultados são potencializados e se tornam perenes. Assim, o estímulo às ideias passa a fazer parte da rotina dos colaboradores e não acontece apenas durante o período previsto para as atividades traçadas.

comemoração na implementação de uma estratégia de inovação

Fatores indispensáveis para uma estratégia eficaz


É sempre importante frisar que a estratégia de inovação da companhia precisa estar alinhada com sua realidade e necessidades. Por isso, diferentes fatores têm diferentes pesos na criação de projetos inovadores dentro da organização.


Para encontrar o equilíbrio, considere quatro fatores primordiais antes de traçar o plano de ações:


  • visão;
  • direcionamento;
  • recursos;
  • processos.

 

Visão


É indispensável que o planejamento mire uma visão sólida de futuro, seja ela de tendências comportamentais, de consumo, modelos de negócios ou tecnológicas. Isso permite visualizar oportunidades e ameaças antes mesmo de colocar o plano em ação.


A gestão de riscos precisa ser feita de maneira minuciosa, do orçamento à organização hierárquica, para que haja válvulas de controle mesmo em caso de insucesso. Ao ter isso claro, é possível projetar um ponto futuro e, depois, encontrar os melhores caminhos para chegar até ele.

 

Direcionamento


O direcionamento é complementar à visão, uma vez que ditará onde e como serão feitas as ações. Ao mergulhar nas aspirações e metas, torna-se mais simples a missão de alinhar quais passos precisam ser dados para atingir o que foi concebido.


Recursos


Caracteriza todos os ativos que a organização pode utilizar e colocar em risco em sua estratégia de inovação, seja tangível ou intangível.

Recursos tangíveis se referem principalmente às pessoas e à tecnologia necessárias para colocar o plano em ação. Já os intangíveis representam a reputação de marca, product design e fit de mercado, entre outros.


Processos


Se refere à capacidade de desempenho de uma corporação em seu setor. É o processo que permitirá o fomento ao intraempreendedorismo para que a estratégia resulte em ideias por meio dos recursos.

 

4 tipos de estratégia de inovação como funcionam


Diferentes fontes de informação podem dar nomes distintos aos tipos de estratégia de inovação. O que realmente importa, no fim das contas, é o conceito por trás de cada uma delas.


As referências que você vai encontrar neste artigo são de Henry Chesbrough, ex-professor da Universidade de Harvard e PhD em Administração de Empresas. De acordo com ele, há 4 tipos de estratégia de inovação principais:


  • proativa;
  • reativa;
  • passiva
  • inovação aberta.

Estratégia proativa


As organizações que fazem uso da estratégia proativa têm processos de inovação constantes. Também chamadas de early adopters, têm a tendência de investir alto em novas soluções e, geralmente, são pioneiras em seus segmentos.

São aquelas que assumem altos riscos e fazem apostas ainda maiores. Usam o conhecimento que adquirem de diversas fontes ao longo dos anos para aprimorar, cada vez mais, seus produtos, processos e serviços.


A Tecnisa é um exemplo de empresa que adotou a estratégia proativa. A construtora investiu no digital como canal de vendas, criando plataformas e ações desde 2001, e atualmente conta com mais de 35% das suas vendas sendo feitas de forma online.


Dentro da estratégia, a companhia criou uma plataforma multicanal na qual os consumidores podem escolher a forma que querem ser atendidos – pelo site, comunicação via e-mail, telefone ou até chamadas de vídeo, além de um aplicativo próprio.


O fomento contínuo não é simples nem rápido, mas há algumas maneiras de encurtar o caminho. Leia também nosso artigo sobre como estimular a geração de ideias inovadoras em grandes empresas e entenda como incentivar a companhia como um todo.

 

Estratégia reativa


Estratégia alinhada a empresas que têm uma pronta resposta diante da inovação em seus segmentos. Assim que uma novidade é validada pelo mercado, a companhia age rapidamente para se adequar, implementar e colher os frutos.

De acordo com Chesbrough, trata-se de um exemplo de inovação com risco de médio a baixo, com apostas menos agressivas e mais conservadoras.


Estratégia passiva


As instituições que usam esta estratégia só implementam inovações quando seus consumidores exigem. A indústria de peças automotivas, por exemplo, é conhecida por atender às expectativas do público apenas quando há uma necessidade latente do consumidor, sem ousar e apostar muito.

 

Inovação aberta


Criado por Henry Chesbrough, o conceito de estratégia de inovação aberta é descentralizador e participativo. Neste modelo, também há a colaboração de pessoas e organizações externas, estimulando a co-criação e a adequação a diferentes tipos de inovação.


Entender qual o tipo de estratégia ideal para a companhia não é uma missão simples. São diversos fatores envolvidos, além de pessoas de diferentes níveis de conhecimento e cultura.


Diante desse desafio, estamos falando do momento ideal para contratar uma consultoria de inovação. Aqui na Play Studio, oferecemos toda a expertise necessária para o desenvolvimento de estratégias de inovação.


Fale com um de nossos consultores e descubra como a Play Studio pode ajudar a definir a melhor estratégia para a sua companhia.

 

5 exemplos de estratégias de inovação para se inspirar


Assim como os diferentes tipos, também há diversos exemplos da implementação de estratégias de inovação em grandes organizações pelo mundo.


Abaixo, vamos listar cinco casos de sucesso que ganharam repercussão. Confira.

 

Aceleradoras e incubadoras internas na Samsung


A estratégia de inovação da Samsung tem sido focada, principalmente, nas inovações incrementais. Seu setor de pesquisa e desenvolvimento aposta em IA, infraestrutura de dados, segurança, IoT e privacidade como principais pontos para o futuro.

As iniciativas inovadoras da gigante sul-coreana envolvem aceleradoras internas, incubadoras externas e internas, além de fundos de Venture.


O fundo Samsung Next, por exemplo, investe em startups de software e serviços promissores. São essas soluções que definem o futuro dos hardwares e da integração de programas da marca.


Além disso, ainda existe a Not a School, uma instituição de ensino em Londres, que injeta recursos na “próxima geração de inovadores”, segundo a empresa.

As raízes de inovação de Alphabet e Google

Os projetos de inovação fazem parte da estratégia da empresa desde sua fundação. Mesmo assim, são perceptíveis  os investimentos contínuos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), caracterizando inovações ousadas como seu objetivo principal.


A começar pela X Company, o laboratório de ideias da Alphabet Inc, holding da qual o Google faz parte. Foi lá que se iniciaram ideias como Google Glass, Taara, projeto de distribuição de internet para periferias, e o Waymo, veículo elétrico e autônomo do Google.


Já o Google para Startups fornece recursos para uma comunidade global intraempreendedora em mais de 125 países. Esse ambiente incentiva o surgimento de ideias e agrega valor à empresa.


Inovação em produtos com a Amazon

Outro exemplo onde a inovação está integrada fortemente na cultura da instituição e que conseguiu mantê-la mesmo em ritmo acelerado de crescimento. A multinacional criada por Jeff Bezos gastou mais de US$40 bilhões em P&D em 2020, de acordo com o relatório anual da organização.


Os esforços mais claros da Amazon estão no Lab126, uma subsidiária de pesquisa e desenvolvimento com sede na Califórnia. A área foi responsável por criar dispositivos como Kindle e Amazon Echo.


O programa de aceleração, chamado Amazon Accelerator, possibilita aos fabricantes se tornarem um fornecedor de marca própria da Amazon. Assim, lançam produtos que vão de eletrônicos a brinquedos, com exclusividade nos canais da empresa.


Antecipação às inovações com a IBM

A IBM atrai milhares de desenvolvedores externos e outras empresas para auxiliar no desenvolvimento de produtos e solução de problemas com grupos de Linux e Apache.



Além disso, ajuda fundações de código aberto a proteger sua tecnologia e criar novos negócios por meio de patentes. Com essa liderança, a marca antecipa inovações agregando valor e expertise à comunidade.


A multinacional ainda possui um centro de inovação e educação que ajuda a criar cursos de graduação e pós-graduação em tecnologia e negócios.



O futuro da Apple

O Apple Entrepreneur Camp é uma aceleradora para organizações com lideranças negras, femininas e latinas nos Estados Unidos. Prepara empreendedores e fornece auxílio na criação de aplicativos.


A aquisição de negócios também faz parte da estratégia de inovação da Apple. Alguns dos exemplos mais recentes são

Xnor.AI, fornecedora de ferramentas de inteligência artificial, e Drive.AI, criadora de serviços de ônibus autônomos.

Por fim, a aceleradora interna da organização está desenvolvendo o Projeto Titan, o primeiro automóvel da Apple.


O programa, que começou há oito anos, conta com mais de cinco mil colaboradores envolvidos, tem conclusão prevista para 2024 e mostra o interesse da marca em inovar em um segmento onde ainda não atua.


Os exemplos citados acima são casos públicos de como estratégias de inovação têm gerado resultado a gigantes globais. A partir dos frutos e dos investimentos contínuos, essas marcas seguem liderando seus segmentos e abrindo novas oportunidades para diferentes mercados.

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