8 exemplos de intraempreendedorismo: cases de sucesso pelo mundo
Redação Play • mar. 21, 2022

intraempreendedorismo é uma forma de empreender dentro da própria companhia. Trata-se de uma prática implementada por grandes empresas, mas que já é cada vez mais comum entre startups e organizações de diferentes portes. Assim, exemplos de intraempreendedorismo ganham repercussão pelo Brasil e em todo o mundo.


Com o passar do tempo, o mito de que o perfil empreendedor está ligado apenas aos fundadores ou profissionais C-Level tem caído. Isso faz com que companhias busquem, nos colaboradores, características que fomentem a cultura de inovação e abram espaço para a criação de novas oportunidades.


Entre os exemplos de intraempreendedorismo mais famosos do mundo, estão:


  • o Gmail, do Google;
  • o Playstation, da Sony;
  • o botão de “Curtir”, do Facebook;
  • o McLanche Feliz, do McDonald’s;
  • o Post-It, da 3M;
  • os novos produtos do Shutterstock;
  • o programa de ideias da Dreamworks;
  • o Amazon Prime, da Amazon.

 

Todos os exemplos citados acima partiram de ideias para a resolução de problemas ou tentativa de melhorias. Colaboradores dos mais diferentes níveis e cargos utilizaram sua visão para agir em prol da inovação e criar soluções que transformaram o negócio.


Quem melhor para visualizar oportunidades e desenvolver soluções do que quem conhece sua rotina, afinal?


No entanto, para que o conceito floresça e dê bons frutos, é preciso criar um campo fértil. De nada vale a disposição e visão empreendedora do colaborador quando não há abertura para estimular o intraempreendedor.


Ao longo deste artigo, detalharemos os tipos de intraempreendedorismo, trazendo  à tona a história por trás de cada um dos exemplos mencionados acima. Acompanhe a leitura.


Quais os tipos de intraempreendedorismo?


Dentro deste conceito, devemos destacar dois tipos principais de intraempreendedorismo: de valor agregado e spin-off.

Enquanto o primeiro está diretamente relacionado ao core business da companhia e visa melhorias em relação a alguma área ou competência que já existe, o segundo se conecta com a inovação externa, prospectando ideias fora do escopo da companhia.


Intraempreendedorismo de valor agregado


É o que preza pela inovação ligada ao negócio principal da organização. Como o próprio nome indica, o intraempreendedorismo de valor agregado gera crescimento ao trazer soluções inovadoras para problemas que não eram seu foco inicial.


Questões não prioritárias mas que estão dentro do campo de atuação de uma instituição têm um grande potencial intraempreendedor.


Atual sócio da aceleradora Y Combinator e 23º colaborador do Google, Paul Buchheit é responsável por um dos exemplos de intraempreendedorismo mais conhecidos do mundo. Ele foi o responsável por desenvolver o Gmail para uso interno na gigante do Vale do Silício, ainda no início dos anos 2000.


Pouco mais de 20 anos depois, a inovação do programador estadunidense se tornou um must have tanto para o uso corporativo quanto pessoal. Em 2020, o Gmail contava com mais de 1,8 bilhão de usuários ativos em todo o mundo, dominando mais de 40% do market share no segmento, de acordo com dados do Find Stack.


Intraempreendedorismo spin-off


Diferentemente do anterior, o spin-off abrange as ideias que se afastam da área de atuação principal da corporação. Essa mudança pode ocorrer pelo entendimento de que não há mais para onde crescer ou ainda pelo investimento massivo de recursos em um projeto e posse das ferramentas necessárias.


O conhecimento e bagagem adquirida ao longo de muitos anos em um setor podem resultar em spin-offs inovadores. A Sony Computer Entertainment é um ótimo exemplo de intraempreendedorismo spin-off.


Dona do console mais vendido da história – o Playstation 2 –, a companhia não investia no mercado de jogos eletrônicos até o início dos anos 90. À época, a Nintendo era dominante no setor.


O engenheiro japonês Ken Kutaragi é um exemplo de profissional intraempreendedor. Atuando na divisão de pesquisas da Sony, em projetos que visavam o desenvolvimento de novas câmeras digitais, ele foi além.


Seu interesse pelo segmento de games fomentou um trabalho como freelancer para a criação de um chip de som para a Nintendo, o SCP-700.


Um relato divulgado pelo portal Polygon afirma que a parceria de Kutaragi com a Nintendo quase resultou em sua demissão da Sony.


Porém, após avaliação da diretoria e do CEO, o engenheiro convenceu a companhia a investir no mercado de jogos eletrônicos, foi incentivado e encabeçou o projeto para desenvolver o primeiro console da Sony.


Assim nasceu o Playstation, em 1994. Atualmente, as vendas do console – já em sua versão Playstation 5 – representam 27% da receita total da Sony, movimentando mais de U$25 bilhões por ano.

PlayStation 1: o primeiro console de games da Sony é um dos exemplos de intraempreendedorismo mais conhecidos pelo mundo

Outros exemplos de intraempreendedorismo pelo mundo


O conceito que vem ganhando voz dentro das empresas não é novidade, mas novas histórias passam a ser conhecidas apenas anos depois de o fato ter acontecido. Exemplos como os de Playstation e Gmail são apenas alguns dos que envolvem o intraempreendedorismo em grandes empresas.


Seja utilizando recursos internos ou com o auxílio de consultorias de inovação e Corporate Venture Builders, o estímulo ao intraempreendedor faz toda a diferença. Aqui na Play Studio, oferecemos toda a expertise necessária para o desenvolvimento de novos negócios e fomento à cultura de inovação.


A seguir, vamos mostrar mais algumas dessas histórias inspiradoras envolvendo grandes companhias.


1. Dreamworks, Kung Fu Panda e o programa de ideias para novas produções


Uma das mais icônicas produtoras de Hollywood também é um ótimo exemplo de intraempreendedorismo.


Animações como Madagascar e Kung Fu Panda só saíram do papel graças à iniciativa da companhia de abrir espaço para que colaboradores desenvolvessem suas próprias ideias de roteiro e as apresentassem à organização.


2. Facebook e o botão “curtir”


Hoje, já é impossível não pensar em “curtir” como um sinônimo das redes sociais. No entanto, esse recurso não surgiu junto ao nascimento do Facebook.


A ideia de um botão para que as pessoas pudessem curtir postagens despontou em um hackaton do Facebook. Originalmente como protótipo, foi nomeado como “Awesome Button” e trazido à tona por colaboradores da companhia em um programa interno de ideias.


Além disso, no panorama atual, o Like não se restringe apenas ao Facebook. Todas as outras plataformas de rede social, dos mais diferentes tipos, contam com a famosa “curtida”.


3. McDonald’s e o McLanche Feliz


Ícone da infância dos millennials, o McLanche Feliz é uma iniciativa de um gerente regional de uma unidade da cidade de Saint Louis, Minnesota, nos Estados Unidos.


Muito antes de a rede de fast-food se tornar uma marca global, Dick Brams sugeriu um produto apenas para crianças e começou a vendê-lo em sua unidade. Dois anos depois, em 1979, toda a rede começou a comercializar o kit.


Em 2017, foram mais de 3,2 milhões de McLanches Feliz vendidos por dia em todo o mundo, gerando uma receita superior a U$3 bilhões para o McDonald ‘s ao longo daquele ano.

pessoas exercendo o intraempreendedorismo na empresa

4. 3M e o Post-It


A inovação também pode surgir do aproveitamento de erros ou a partir da possibilidades vistas neles. Em 1968, o cientista Spencer Silver buscava soluções para criar um adesivo que não deixasse resíduos, com foco no mercado aeroespacial.


O experimento foi um fracasso já que não houve aplicação. No entanto, foi neste momento que nasceu o material adesivo utilizado na parte de trás dos papéis quadriculados que, mais tarde, seriam chamados de Post-It e gerariam bilhões de dólares em receita para a empresa.


5. Shutterstock e suas ferramentas


A cultura de inovação está presente no clima organizacional da empresa de compra de imagens desde os primórdios. Anualmente, são organizados hackatons – como o do Facebook mencionado acima – para fomentar o desenvolvimento de projetos de intraempreendedorismo com novos negócios e ideias dos colaboradores.


Nos últimos anos, quatro iniciativas chegaram aos clientes como novos produtos ou serviços: Spectrum, Oculum, Offset e Skillfeed.


O Spectrum é um recurso que permite a busca de imagens usando somente cores. Já o Oculum é uma ferramenta de análise de dados que a empresa usa até hoje.


Por outro lado, a Offset se tornou a principal marca para a comercialização de imagens high-end do Shutterstock para o mercado. O Skillfeed, por sua vez, foi desenvolvido por uma equipe de funcionários que acreditavam em um modelo de marketplace de cursos para profissionais de audiovisual.


6. Amazon e o Amazon Prime


Liderados pelo então vice-presidente da Amazon, Greg Greeley, colaboradores idealizaram que clientes aceitariam pagar mais para receber suas entregas mais rápido.


Depois de testar o Super-Saving Shipping com entregas mais baratas e ver o projeto não engajar consumidores, Greeley colocou em prática um programa de fidelidade onde o principal benefício seria amenizar a ansiedade das pessoas que compravam online. Em vez de longas demoras com a entrega, o prazo era de apenas dois dias, um período ultra-rápido se pensarmos nos e-commerces e marketplaces do início dos anos 2000.


A iniciativa foi chamada de Futurama. Hoje, já como Amazon Prime, o serviço gera mais de U$19 bilhões por ano apenas em assinaturas. Em seu principal território, os Estados Unidos, estima-se que 1 em cada 3 americanos seja cliente Amazon Prime.

Curiosidade


As pessoas envolvidas no projeto Futurama distribuíram camisetas para seus colegas durante o lançamento do programa. Hoje, elas estão enquadradas na sede da Amazon, em Seattle.

camisas estampadas como futurama

Foto divulgada pelo portal VOX mostra as camisetas distribuídas por responsáveis pelo programa Futurama, o MVP do atual Amazon Prime




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