8 exemplos de intraempreendedorismo: cases de sucesso pelo mundo
A prática do intraempreendedorismo tem se consolidado como um dos pilares da inovação corporativa, permitindo que colaboradores de todos os níveis hierárquicos se tornem protagonistas na criação de soluções disruptivas dentro das próprias organizações.
Mais do que uma simples iniciativa de empreendedorismo interno, trata-se de um movimento estratégico que rompe com a ideia de que o espírito empreendedor é exclusividade de fundadores ou executivos C-Level. Ao cultivar uma cultura de inovação, empresas estão redescobrindo o potencial de suas equipes para impulsionar novas oportunidades. Assim, exemplos de intraempreendedorismo ganham destaque no Brasil e no mundo.
Alguns dos cases mais conhecidos são:
- o Gmail, do Google;
- o Playstation, da Sony;
- o botão de “Curtir”, do Facebook;
- o McLanche Feliz, do McDonald’s;
- o Post-It, da 3M;
- os novos produtos do Shutterstock;
- o programa de ideias da Dreamworks;
- o Amazon Prime, da Amazon.
Todos os exemplos acima são fruto de iniciativas que buscaram solucionar problemas ou promover melhorias significativas. Colaboradores de diferentes níveis e cargos canalizaram sua visão inovadora para gerar transformações de impacto dentro das organizações. Afinal, quem melhor para identificar oportunidades e propor soluções do que aqueles que vivenciam a rotina operacional?
No entanto, para que o intraempreendedorismo prospere, é fundamental que a empresa ofereça um ambiente propício. Sem espaço para inovação, a disposição empreendedora dos colaboradores perde força. Neste artigo, exploramos os diferentes tipos de intraempreendedorismo e contamos as histórias por trás dos exemplos apresentados. Continue a leitura.
Tipos de intraempreendedorismo
Dentro deste conceito, devemos destacar dois tipos principais de intraempreendedorismo: de valor agregado e spin-off.
Enquanto o primeiro está diretamente relacionado ao core business da companhia e visa melhorias em relação a alguma área ou competência que já existe, o segundo se conecta com a inovação externa, prospectando ideias fora do escopo da companhia.
Intraempreendedorismo de valor agregado
É o que preza pela inovação ligada ao negócio principal da organização. Como o próprio nome indica, o intraempreendedorismo de valor agregado gera crescimento ao trazer soluções inovadoras para problemas que não eram seu foco inicial.
Questões não prioritárias mas que estão dentro do campo de atuação de uma instituição têm um grande potencial intraempreendedor.
Atual sócio da aceleradora Y Combinator e 23º colaborador do Google, Paul Buchheit é responsável por um dos exemplos de intraempreendedorismo mais conhecidos do mundo. Foi dele a iniciativa de desenvolver o Gmail para uso interno dos funcionários do Google, ainda no início dos anos 2000. Seu objetivo era criar uma plataforma com mais espaço de armazenamento e uma interface mais amigável do que as disponíveis nos serviços de e-mail da época.
Poucos anos depois o Gmail foi lançado para o grande público, e não demorou para se tornar um must have tanto para o uso corporativo quanto pessoal. Em 2020, o Gmail contava com mais de 1,8 bilhão de usuários ativos em todo o mundo, dominando mais de 40% do market share no segmento, de acordo com dados do Find Stack.
Intraempreendedorismo spin-off
Diferentemente do anterior, o spin-off abrange as ideias que se afastam da área de atuação principal da corporação. Seja pela saturação de um mercado ou pelo desejo de explorar novas oportunidades, esse movimento de ruptura pode levar a inovações inesperadas, como foi o caso da Sony Computer Entertainment.
Até o início dos anos 90, a Sony não tinha presença no setor de jogos eletrônicos – um mercado amplamente dominado pela Nintendo. No entanto, Ken Kutaragi, um engenheiro visionário da divisão de pesquisas da Sony, enxergou o potencial nesse segmento.
Inicialmente envolvido no desenvolvimento de câmeras digitais, Kutaragi foi impulsionado por sua paixão por games para trabalhar, de forma independente, na criação de um chip de som para a Nintendo. Essa iniciativa quase lhe custou o emprego, mas, ao invés de ser demitido, o engenheiro conseguiu convencer a diretoria da Sony a apostar no mercado de jogos. Com apoio da liderança da empresa, ele encabeçou a criação do que se tornaria uma revolução no entretenimento digital: o primeiro console PlayStation, lançado em 1994.
O sucesso do PlayStation transformou não apenas o mercado de games, mas também a trajetória da Sony. Hoje, com a linha já em sua quinta geração, o PlayStation representa 27% da receita da empresa, gerando mais de 25 bilhões de dólares por ano. Uma história de intraempreendedorismo que começou com uma ideia audaciosa e terminou redefinindo os limites do que a Sony poderia ser.
Dona do console mais vendido da história – o Playstation 2 –, a companhia não investia no mercado de jogos eletrônicos até o início dos anos 90. À época, a Nintendo era dominante no setor.

PlayStation 1: o primeiro console de games da Sony é um dos exemplos de intraempreendedorismo mais conhecidos pelo mundo
Outros exemplos de intraempreendedorismo
O conceito que vem ganhando espaço dentro das empresas não é novidade, mas muitas dessas histórias só vêm à tona anos depois de sua implementação – mostrando o impacto duradouro da inovação interna.
Seja utilizando recursos internos ou com o auxílio de consultorias de inovação e Corporate Venture Builders, o incentivo ao intraempreendedorismo pode ser decisivo para impulsionar novas ideias. Na Play Studio, temos acompanhado de perto essa jornada, colaborando com empresas para criar ambientes férteis que estimulem a inovação e o surgimento de novos negócios. Se quiser saber mais sobre como podemos ajudar a fomentar o intraempreendedorismo na sua organização, acesse nossa página sobre Venture Building.
A seguir, vamos mostrar mais algumas dessas histórias inspiradoras envolvendo grandes companhias.
1. Dreamworks, Kung Fu Panda e o programa de ideias para novas produções
Uma das mais icônicas produtoras de Hollywood, a DreamWorks, é também um exemplo brilhante de como o intraempreendedorismo pode impulsionar a criatividade e gerar sucessos globais. Filmes como Madagascar e Kung Fu Panda só chegaram às telas graças à iniciativa da empresa de criar um ambiente que encoraja seus colaboradores a contribuir com novas ideias de roteiro.
Ao abrir espaço para que talentos internos compartilhassem suas visões, a DreamWorks transformou a inovação em um processo colaborativo, permitindo que histórias originais, muitas vezes improváveis, ganhassem vida e cativassem audiências no mundo inteiro.
2. Facebook e o botão “curtir”
Hoje, já é impossível não pensar em “curtir” como um sinônimo das redes sociais. No entanto, esse recurso não surgiu junto ao nascimento do Facebook.
A ideia de um botão para que as pessoas pudessem curtir postagens despontou em um hackaton do Facebook. Originalmente como protótipo, foi nomeado como “Awesome Button” e trazido à tona por colaboradores da companhia em um programa interno de ideias.
Além disso, no panorama atual, o Like não se restringe apenas ao Facebook. Todas as outras plataformas de rede social, dos mais diferentes tipos, contam com a famosa “curtida”.
3. McDonald’s e o McLanche Feliz
Ícone da infância dos millennials, o McLanche Feliz é uma iniciativa de um gerente regional de uma unidade da cidade de Saint Louis, Minnesota, nos Estados Unidos.
Muito antes de a rede de fast-food se tornar uma marca global, Dick Brams sugeriu um produto apenas para crianças e começou a vendê-lo em sua unidade. Dois anos depois, em 1979, toda a rede começou a comercializar o kit.
Em 2017, foram mais de 3,2 milhões de McLanches Feliz vendidos por dia em todo o mundo, gerando uma receita superior a U$3 bilhões para o McDonald ‘s ao longo daquele ano.

4. 3M e o Post-It
A inovação também pode surgir do aproveitamento de erros ou a partir da possibilidades vistas neles. Em 1968, o cientista Spencer Silver buscava soluções para criar um adesivo que não deixasse resíduos, com foco no mercado aeroespacial.
O experimento foi um fracasso já que não houve aplicação. No entanto, foi neste momento que nasceu o material adesivo utilizado na parte de trás dos papéis quadriculados que, mais tarde, seriam chamados de Post-It e gerariam bilhões de dólares em receita para a empresa.
5. Shutterstock e suas ferramentas
A cultura de inovação está presente no clima organizacional da empresa de compra de imagens desde os primórdios. Anualmente, são organizados hackatons – como o do Facebook mencionado acima – para fomentar o desenvolvimento de projetos de intraempreendedorismo com novos negócios e ideias dos colaboradores.
Nos últimos anos, quatro iniciativas chegaram aos clientes como novos produtos ou serviços: Spectrum, Oculum, Offset e Skillfeed.
O Spectrum é um recurso que permite a busca de imagens usando somente cores. Já o Oculum é uma ferramenta de análise de dados que a empresa usa até hoje.
Por outro lado, a Offset se tornou a principal marca para a comercialização de imagens high-end do Shutterstock para o mercado. O Skillfeed, por sua vez, foi desenvolvido por uma equipe de funcionários que acreditavam em um modelo de marketplace de cursos para profissionais de audiovisual.
6. Amazon e o Amazon Prime
Liderados pelo então vice-presidente da Amazon, Greg Greeley, colaboradores idealizaram que clientes aceitariam pagar mais para receber suas entregas mais rápido.
Depois de testar o Super-Saving Shipping com entregas mais baratas e ver o projeto não engajar consumidores, Greeley colocou em prática um programa de fidelidade onde o principal benefício seria amenizar a ansiedade das pessoas que compravam online. Em vez de longas demoras com a entrega, o prazo era de apenas dois dias, um período ultra-rápido se pensarmos nos e-commerces e marketplaces do início dos anos 2000.
A iniciativa foi chamada de Futurama. Hoje, já como Amazon Prime, o serviço gera mais de U$19 bilhões por ano apenas em assinaturas. Em seu principal território, os Estados Unidos, estima-se que 1 em cada 3 americanos seja cliente Amazon Prime.
Curiosidade
As pessoas envolvidas no projeto Futurama distribuíram camisetas para seus colegas durante o lançamento do programa. Hoje, elas estão enquadradas na sede da Amazon, em Seattle.

Foto divulgada pelo portal VOX mostra as camisetas distribuídas por responsáveis pelo programa Futurama, o MVP do atual Amazon Prime
Desenvolva intraempreendedores e capacite sua empresa para inovar
À medida que o intraempreendedorismo se consolida como uma das principais alavancas de inovação dentro das empresas, é preciso capacitar os times para enfrentar os desafios desse novo cenário. Não basta apenas reconhecer o potencial interno: fornecer as ferramentas e o ambiente adequados para que essas ideias se transformem em novos negócios é igualmente importante. Nesse sentido, um programa estruturado de intraempreendedorismo pode ser o diferencial que sua organização precisa para cultivar uma cultura de inovação eficaz.
Na Play Studio, oferecemos uma abordagem prática e colaborativa para impulsionar esse processo. Nossos programas de intraempreendedorismo capacitam equipes on-the-job para enfrentar os desafios da inovação, enquanto trabalhamos juntos para construir novos negócios.
A jornada é conduzida por um time misto (formado por consultores da Play e stakeholders da companhia), preparando sua organização para adotar metodologias e comportamentos de Venture Building. Nosso programa inclui:
- Definição e implementação do modelo de intraempreendedorismo;
- Capacitação "learn and do", unindo teoria e prática;
- Um playbook de metodologia personalizado para sua empresa.
Visite nossa página de serviços e descubra como podemos ajudar sua equipe a transformar ideias inovadoras em projetos estratégicos que impulsionem o crescimento da sua empresa.
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