O conceito de intraempreendedorismo descreve a prática de incentivar a inovação dentro de uma organização, permitindo que os funcionários ajam como empreendedores.
Este artigo explora como o intraempreendedorismo surgiu, as diferenças em relação ao empreendedorismo tradicional, os benefícios para empresas e funcionários e muito mais.
Você verá exemplos de sucesso, as competências necessárias para ser um intraempreendedor e como as empresas podem estimular a
cultura de inovação para se manterem competitivas e inovadoras.
Acompanhe a leitura.
Intraempreendedorismo é um conceito que descreve a prática de cultivar ideias e comportamentos inovadores dentro de uma organização já existente.
O termo intraempreendedorismo, ou
intrapreneuring, surgiu em 1978 em um estudo do americano Gifford Pinchot e sua esposa Elizabeth.
Mais tarde, em 1985, transformou-se no livro “Intrapreneuring: why you don’t have to leave the corporation to become an entrepreneur”. Em tradução livre, “Intraempreendedorismo: por que você não precisa deixar a empresa para se tornar um empreendedor”.
Na obra, o autor descreve os intraempreendedores como pessoas corajosas e objetivas, que se responsabilizam pela inovação dentro das empresas ao transformar ideias em lucro.
Ao estimular o intraempreendedorismo, as empresas podem aproveitar ao máximo o potencial criativo de seus funcionários, criando um ambiente onde novas ideias prosperam.
O intraempreendedorismo se aplica por meio da promoção de uma cultura que permite a experimentação, tolera falhas e recompensa a inovação.
O foco do intraempreendedorismo é a inovação e a melhoria contínua dentro das empresas. Ele é uma ferramenta para encorajar os funcionários a pensar e agir como empreendedores, mesmo em um ambiente corporativo.
Além disso,
o intraempreendedorismo impacta a cultura organizacional ao criar um ambiente onde a criatividade e a responsabilidade são valorizados, motivando os colaboradores a contribuir mais ativamente para o sucesso da empresa.
Quando falamos de empreendedorismo, normalmente nos deparamos com histórias de profissionais que renunciam a bons empregos para se arriscar em um projeto pessoal.
O intraempreendedorismo, por outro lado, não obriga o profissional a abrir mão de seu cargo ou do salário garantido no final do mês. Isso porque
a empresa que pratica o intraempreendedorismo permite que ele desenvolva sua grande ideia internamente, inclusive com o apoio da
inovação corporativa.
Ou seja, não é preciso optar entre seguir uma carreira corporativa ou se tornar um empreendedor para levar sua ideia adiante. Também não é preciso assumir todos os riscos de começar um negócio do zero. A função do intraempreendedorismo é apresentar oportunidades e alternativas para transformar ideias em algo lucrativo para a empresa.
Um
case de empreendedorismo corporativo marcante é o de Mary Kay Ash. Depois de duas décadas de vendas diretas para uma empresa de cosméticos, enfrentando diversas barreiras por ser mulher, em 1963, aos 45 anos, ela criou sua própria empresa para vender produtos de beleza.
Assim nasceu a
Mary Kay Cosmetics, lançada com um capital inicial de 5 mil dólares e uma equipe de apenas nove consultoras. O
modelo de negócio da empresa, baseado em vendas diretas, permitiu que milhares de mulheres construíssem suas próprias carreiras, com flexibilidade e apoio.
Sua abordagem visionária em valorizar e motivar seus consultores rapidamente tornou a Mary Kay uma das marcas de cosméticos mais bem-sucedidas do mundo, transformando Mary Kay Ash em uma das empreendedoras mais icônicas da história.
Um intraempreendedor é um colaborador que age como um empreendedor, buscando ativamente novas oportunidades para impulsionar a inovação. Ele identifica lacunas de mercado, propõe soluções criativas e trabalha para implementar essas ideias dentro da organização, mesmo que isso envolva riscos e mudanças significativas.
Esse profissional se destaca por buscar proativa e criativamente a solução de problemas, não apenas esperando instruções, mas tomando a iniciativa para desenvolver produtos, processos, serviços ou até novos negócios.
Para empreender dentro da empresa é essencial pensar fora da caixa. Além disso, é necessário resiliência e rápida adaptação à mudança, persistindo diante de desafios.
Ao criar um ambiente que promova a inovação colaborativa é possível nutrir esses profissionais e aproveitar seu potencial para manter a organização competitiva e inovadora.
O intraempreendedorismo refere-se à prática de fomentar o espírito empreendedor interno. Para isso, listamos 10 tipos de intraempreendedorismo que podem te ajudar nessa jornada.
Profissionais que trabalham de forma independente para desenvolver projetos e soluções inovadoras dentro da organização. Estão sempre em busca de identificar oportunidades de melhorar e propor novas ideias de maneira autônoma.
As empresas podem formar equipes dedicadas à inovação que trabalham em projetos específicos, com acesso a recursos e apoio adicional para levar a cabo suas ideias.
Algumas organizações criam programas de incubação interna nos quais os funcionários podem apresentar suas ideias. Caso sejam selecionadas, receberão apoio financeiro e recursos para desenvolver.
As empresas podem lançar desafios de inovação nos quais os funcionários competem para desenvolver as melhores soluções para problemas específicos da organização.
As organizações podem implementar plataformas de gestão da inovação onde os funcionários apresentam sugestões e ideias de maneira contínua.
Algumas empresas permitem que seus funcionários dediquem-se a projetos inovadores, o que é conhecido como "tempo de inovação" ou "tempo de paixão".
As empresas podem conectar os funcionários com mais experiência em empreender com aqueles que desejam desenvolver suas habilidades nessa área.
Oferecer incentivos financeiros, como bônus ou participação nos benefícios, aos empregados com ideias ou projetos que tenham sucesso.
Fomentar uma cultura organizacional que apoie e celebre a tomada de riscos da inovação e a aprendizagem contínua.
Proporcionar formação e desenvolvimento de habilidades em empreendimento e inovação para os funcionários interessados.
O intraempreendedorismo não surge por acaso nem se consolida da noite para o dia.
Para isso acontecer é preciso estimular os profissionais e desenvolver uma mentalidade intraempreendedora. A seguir, elaboramos
4 dicas para propiciar um ambiente intraempreendedor na sua empresa.
Tudo começa por oferecer um ambiente em que os profissionais se sintam à vontade para dar ideias e propor alternativas. É importante que eles saibam que não serão repreendidos e punidos caso a proposta seja considerada fora da caixa ou gere algum prejuízo.
É preciso criar processos que incentivem os colaboradores a saírem da zona conforto e a apresentar suas ideias de forma estruturada.
A empresa precisa deixar claro que está em busca de alternativas e que tem disposição (inclusive financeira) para levar as melhores ideias adiante.
Outra boa estratégia é seguir o exemplo de Google e 3M e disponibilizar horas semanais para os profissionais se dedicarem a novas ideias. Hackathons, grupos de trabalho voltados para esse fim e reuniões periódicas com o time também são uma alternativa. O importante é manter a consistência e, uma vez definidos os objetivos, acompanhá-los de maneira sistemática.
Em outro artigo, falamos mais especificamente sobre
como estimular a geração de ideias inovadoras em grandes empresas.
Nenhuma empresa pode praticar o intraempreendedorismo sem ter profissionais com esse perfil dentro de casa. Portanto, é preciso identificar esses colaboradores internamente e valorizá-los de alguma forma. Seja através de reconhecimento verbal ou de uma política mais estruturada de premiação.
Paralelamente, também é importante intensificar a busca por profissionais com esse perfil em processos de recrutamento e seleção. Considere que a inovação não precisa estar limitada a um departamento.
Intraempreendedores querem ver seus projetos ganharem forma e serem colocados em prática. Esse é o principal combustível para a sua criatividade e seu poder de leitura do mercado. E, claro, tirar ideias do papel pressupõe budget e processos estruturados.
Ou seja, para incentivar seus profissionais a pensar de forma intraempreendedora, a empresa deve oferecer recursos para o desenvolvimento das ideias.
Muitas empresas que querem implementar o pensamento intraempreendedor costumam pensar que ideias incríveis surgirão espontaneamente sem esforço. Concepções equivocadas como essa, aliás, não faltam. Para conhecer algumas das mais comuns, leia o artigo “5 mitos e verdades sobre intraempreendedorismo”.
E se você ainda não está convencido de como esta prática pode colocar empresas de diferentes portes e segmentos no caminho da inovação, leia também nosso artigo que explica
por que o intraempreendedorismo pode salvar as empresas no pós-pandemia.
O primeiro exemplo de intraempreendedorismo notável é a criação do Banco24Horas pela TecBan. A ideia era desenvolver uma rede de caixas eletrônicos que servissem clientes de diferentes bancos, algo inédito no país.
Lançada nos anos 80, essa inovação permitiu que os usuários realizassem transações bancárias fora das agências e em horários estendidos,
revolucionando o acesso aos serviços bancários no Brasil.
O Gmail é outro exemplo muito conhecido. O serviço foi desenvolvido pela iniciativa intraempreendedora do engenheiro do Google Paul Buchheit, em 2001. Originalmente criado para uso interno, Buchheit abordou (e melhorou) as principais falhas dos serviços de webmail da época, como a capacidade limitada de armazenamento e interfaces confusas.
O resultado foi tão bem-sucedido que, desde 2004,
o Gmail lidera como o serviço de e-mail mais popular do mundo.
Outro caso de
inovação e intraempreendedorismo é o
PlayStation, da Sony. O console surgiu da persistência de Ken Kutaragi, um funcionário que desejava melhorar o videogame de sua filha para torná-lo mais robusto e amigável.
Apesar do desinteresse inicial da Sony, que não atuava no segmento de videogames, Kutaragi convenceu o CEO da empresa a explorar o potencial dessa indústria e a fechar uma parceria com a Nintendo. Embora a sociedade tenha sido breve, em 1994 a Sony lançou o PlayStation, transformando radicalmente o mercado de jogos.
Em conclusão, o intraempreendedorismo representa uma abordagem transformadora dentro das organizações, encorajando funcionários a desenvolverem soluções inovadoras. Essa prática não apenas promove um ambiente de trabalho dinâmico e criativo, mas também garante a competitividade e o crescimento contínuo da empresa no mercado. Além de atrair e reter talentos, estimula a participação ativa dos colaboradores, resultando em produtos e serviços que atendem e, muitas vezes, superam as expectativas do mercado.
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