A pandemia mergulhou companhias do mundo todo em um momento desafiador e imprevisível. Quase um ano e meio após o início da crise, muitas ainda se indagam sobre como serão os próximos meses – independentemente do estágio de vacinação em que estejam os países onde atuam. 

O ponto é: consumidores mudaram suas prioridades, passaram a ter novas necessidades e transformaram seus comportamentos. Tudo muito rapidamente. Para o pós-pandemia, a única certeza é que, mais do que nunca, as empresas precisarão inovar e se reinventar para continuar relevantes para esses consumidores.

E é exatamente para vencer esse desafio que ganha destaque o conceito do intraempreendedorismo. Incentivar seus colaboradores internos a descobrir oportunidades e soluções, propondo ideias de novos produtos, serviços ou até modelo de negócios será vital para as empresas na retomada. Neste artigo, explicamos por quê.

O que é um intraempreendedor

Explicamos mais detalhadamente, em outro artigo, o que é um intraempreendedor e como atrair esse profissional para sua empresa. Eles são o sonho de consumo das companhias, uma vez que agem e pensam com um “senso de dono” – ou seja, analisam o cenário para buscar soluções e oportunidades, propõem inovações e abraçam projetos com a garra e a responsabilidade do próprio empreendedor em busca de melhores resultados e indicadores.

Qual o papel do intraempreendedor no pós-pandemia?

Intraempreendedorismo não é exatamente uma novidade. A competência já era considerada a mais desejável pela Michael Page, especialista global em recrutamento, ao lançar sua lista das 100 principais habilidades para 2020, antes mesmo imaginarmos que o mundo seria assolado por uma crise sanitária mundial.

Durante a pandemia, porém, esse profissional que consegue apresentar novas ideias ao mesmo tempo em que executa suas funções diárias, provou sua importância não apenas para o crescimento, mas também para a sobrevivência de muitos negócios.

Por isso o comportamento intraempreendedor deve se tornar ainda mais valioso no período que – esperamos! – vem a seguir. Entenda nos tópicos abaixo por que o intraempreendedor pode salvar as empresas na era pós-pandemia.
 

– Pensar novas formas de fazer negócios

A importância da inovação ficou muito clara durante a pandemia e seguirá sendo um pilar depois dela – pelo menos para empresas que quiserem se manter relevantes. Um estudo da McKinsey alerta para o fato de que priorizar a inovação hoje é a chave para desbloquear o crescimento após a pandemia. E dá para entender muito bem o porquê: quase 90% dos executivos acreditam que a crise deve transformar completamente a maneira como faremos negócios nos próximos cinco anos.

E, claro, as empresas que abraçam a criatividade e a inovação, incentivando intraempreendedores a analisar o cenário e buscar oportunidades, aumentam as chances de sucesso.

Leia também: Qual a diferença entre empreendedorismo e intraempreendedorismo?

Vale ressaltar, porém, que não basta atrair pessoas com mindset de inovação para as empresas. É preciso apoiar essas pessoas para que elas possam apresentar suas ideias e colocá-las em prática.
 

– Acelerar o lançamento de produtos e serviços

Mesmo antes da pandemia, um estudo da Deloitte já indicava que fomentar uma cultura intraempreendedora gera benefícios comerciais tangíveis, como redução de custos e do tempo de lançamento de novos produtos e serviços no mercado, por exemplo.

Na retomada da economia, essa agilidade deve fazer a diferença entre a sobrevivência e a morte de muitos negócios em todo mundo. Neste cenário, a empresa que tiver internamente pessoas capazes de descobrir novos mercados/ necessidades e de estruturar essas descobertas em propostas, conduzindo estudos de viabilidade e testagem, tem mais chances de sair na frente da concorrência e conquistar consumidores.

– Criar uma cultura intraempreendedora para atrair e reter outros talentos intraempreendedores

Um levantamento feito pela Globo e divulgado em junho mostrou que 60% dos jovens brasileiros com até 30 anos querem ser empreendedores. O dado mostra claramente o risco que as empresas correm de não conseguir atrair e reter pessoas com mindset de inovação para seus quadros e, consequentemente, depender da inovação externa para sobreviver. Ou, pior ainda, verem seus negócios devastados por um novo produto criado por um jovem empreendedor de quem ninguém havia sequer ouvido falar até então.

Veja no gráfico abaixo os principais motivos que levam os jovens a querer empreender.

Ou seja, empresas que incentivam o intraempreendedorismo podem ser mais atraentes para esses talentos porque permitem que eles trabalhem com autonomia e desenvolvam suas próprias ideias para novos produtos e serviços internamente – e não na concorrência.

Além de inovar, o papel do intraempreendedor aqui é de vitrine para atração e retenção de outros profissionais com esse perfil. A presença e o desenvolvimento de intraempreendedores em seu time comprovam que a empresa apoia um comportamento inovador com infraestrutura, tecnologia, recursos financeiros e mitigação de risco para esses profissionais, que não precisam arriscar recursos próprios em um voo solo.



Finalmente, entendendo que a inovação interna é requisito para a sobrevivência do negócio no pós-pandemia, as companhias devem buscar e apoiar intraempreendedores para que eles possam rapidamente assumir seu protagonismo na reinvenção corporativa. O momento é agora. Ou já será tarde demais.