Os maiores desafios da inovação no Brasil
Redação Play • nov. 08, 2021

No mundo pós-pandemia as empresas precisarão de mais inovação para crescer – ou mesmo sobreviver. Foi que afirmaram 83% dos mais de 400 executivos de companhias de todo o país ouvidos em levantamento do Instituto FSB Pesquisa encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).


Dentre as organizações que já colocam em prática uma cultura de inovação (cerca de 92%) a maioria (55%) garante que a inovação impactou positivamente a produtividade.


Inovar, porém, não é uma questão de mágica e, na prática, esbarra em obstáculos que vão da burocracia a aspectos culturais da corporação. Partindo da experiência da Play Studio em projetos de consultoria de inovação e de nossa atuação como Corporate Venture Builder, listamos os principais desafios da inovação no Brasil – e possíveis caminhos para vencê-los.

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Quais são os principais desafios da inovação no Brasil


Falta de recursos financeiros e humanos, aversão ao risco ou mesmo dificuldade de enxergar no longo prazo. Os entraves à inovação são inúmeros e aparecem no caminho de empresas de diferentes portes, modelos de negócio e áreas de atuação.

Conheça os empecilhos mais frequentes para a inovação corporativa e identifique quais podem estar afastando a viabilização das melhores ideias na sua empresa.

 
Ausência de cultura de inovação


A falta de uma cultura corporativa voltada à inovação é um dos entraves mais comuns – e complexos – que empresas de todos os segmentos enfrentam para pensar além da caixa.


Transformar a cultura de uma empresa não é uma missão simples, mas aquelas que de fato querem entrar nesse universo precisam contar com o apoio da alta gestão para semear a mentalidade de inovação. Ela deve ser difundida por todos os níveis e todas as áreas, envolvendo as pessoas, estabelecendo metas e acompanhando indicadores.


A cultura de inovação transforma o modo como os colaboradores pensam e agem dentro de uma corporação para tirar do papel boas ideias que, sem esse respaldo, muita gente tem receio até de apresentar. Para saber mais sobre o tema, veja nosso roteiro de 6 passos para criar uma cultura de inovação na sua empresa.

Falta de estímulo e apoio a novas ideias


Inovar é um processo que começa por uma boa ideia. Por isso, muitas vezes, o que emperra o desenvolvimento de uma cultura de inovação corporativa é exatamente a falta de estímulo e apoio à geração de ideias por meio da criação de um ambiente de confiança e tolerância. Embora não seja um problema exclusivo do mercado brasileiro, sem dúvida é algo presente por aqui.


Para que um colaborador se sinta à vontade para sugerir soluções, ele precisa saber que tem respaldo da empresa para propor uma forma diferente de fazer o que quer que seja. Ele precisa saber que seu emprego não estará em risco caso ocorra algum erro ou mudança de rota. Precisa também sentir que sua proposta não será ignorada ou ridicularizada apenas por estar fora da caixa.

 
Pessoas e times não inovadores


Desenvolver equipes inovadoras é o passo seguinte ao de estimular novas ideias. Para inovar no longo prazo, uma empresa precisa de times capazes de aproveitar suas competências e habilidades para observar o que já existe, pensar e executar melhorias.


Desenvolver esses times não é tarefa que se resolva da noite para o dia, mas também não precisa ser a mais impossível das missões. Fazem parte do jogo criar um ambiente de confiança, estimular a generosidade e promover a diversidade e a inclusão, que comprovadamente têm uma relação quantitativa com a inovação.


Segundo o relatório Getting to Equal 2019: Creating a Culture That Drives Innovation, empresas com mais cultura de diversidade e inclusão são 11 vezes mais inovadoras do que as menos inclusivas e diversificadas. Quer saber mais? Leia o artigo “Como construir uma equipe inovadora”.


Aversão ao risco


Inovar é arriscar. Toda nova forma de fazer alguma coisa vem acompanhada de um certo nível de risco. Por isso, muitas e muitas vezes, o medo de sair da zona de conforto trava a capacidade de inovar de uma empresa.


É preciso, mais do que nunca, considerar que o risco de uma inovação pode ser mensurado e até mitigado com processos e ferramentas específicas para isso. O perigo de não inovar, por outro lado, pode ser o mais fatal de todos para qualquer negócio que insistir em continuar fazendo tudo da mesma forma enquanto as necessidades dos consumidores se transformam e os concorrentes se dispõem a acompanhá-las.


Baixo (ou nenhum) investimento


Inovação pressupõe investimento, mas muitas empresas tentam driblar esse requisito e, em vez de inovar, acabam criando concursos de ideias sem qualquer finalidade prática. Ou seja, não chegam a lugar algum.


Uma prova? A própria pesquisa da CNI citada no início do texto aponta que, entre as empresas que inovam, só 37% dizem ter orçamento específico para inovação. Dá para imaginar o que acontece entre as que assumidamente não estão inovando?

Ainda que o cenário econômico brasileiro dos últimos anos tenha sido um empecilho por si só, é preciso entender que a inovação tem um objetivo claro de melhorar processos ou criar produtos, serviços e negócios. E, para qualquer uma dessas finalidades, o financiamento é indispensável.


Resistência corporativa e processos engessados


Continuar é mais fácil do que começar. É a inércia, nossa tendência natural, lembra?


Em grandes corporações, porém, além da inércia, há o agravante de haver processos engessados, que podem até garantir seu funcionamento, mas são um veneno que lentamente mata qualquer possibilidade de inovação.

Muitas vezes grandes ideias surgem – e morrem – dentro de grandes empresas que não têm agilidade ou competência para transformá-las em novos produtos, serviços ou negócios.


Quando isso acontece, há basicamente duas escapatórias. A primeira é investir em uma cultura de inovação (item número 1 desta lista) para implementar a inovação corporativa.


A segunda é garantir a sobrevivência da ideia entregando-a a quem tem expertise para viabilizá-la. Neste caso, estamos falando de Corporate Venture Builders, empresas especializadas em investir, construir e desenvolver startups para grandes empresas. Para entender melhor o conceito o a atuação das CVBs, leia “O que é Corporate Venture Building?”.


Falta de estratégia de inovação


A inovação corporativa precisa de uma estratégia que determine rotinas, objetivos e resultados. Não é difícil, no entanto, encontrar companhias que não têm expertise para inovar – e muito menos para desenvolver uma estratégia de inovação.

Ainda de acordo com o levantamento da CNI, entre as empresas brasileiras que inovam, só 20% têm um programa ou estratégia de inovação aberta, por exemplo.


E apenas 33% contam com profissionais dedicados exclusivamente aos processos inovativos. Para esses casos, uma solução pode ser contratar um profissional especialista, que atue como head de inovação, por exemplo, ou contar com a ajuda de uma consultoria de inovação não apenas para definir a estratégia, mas também para traçar um plano para sua execução.


Para aprofundar o assunto, consulte “Quando contratar uma consultoria de inovação?”.


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