A Play Studio vai lançar um veículo financeiro para investir nas startups que fazem parte do seu portfólio. Até o momento, a empresa conta com uma carteira de 35 clientes e avalia potenciais receptores de capital para o desenvolvimento do negócio de acordo com a necessidade da startup. Em princípio o projeto contempla um novo aporte de R$ 20 milhões voltado para investidores qualificados, mas não está descartada sua ampliação.
Na prática, o veículo de investimento é uma espécie de híbrido entre um fundo de private equity e o aporte direto de um anjo na empresa. “Ao investir num private, o investidor coloca recursos em diversas empresas de uma só vez. No nosso caso, o dinheiro é destinado a apenas um negócio, como faz um anjo, só que não há a necessidade de se preocupar diretamente com a gestão, que é feita pela Play”, diz o sócio-diretor da Play Studio, Romulo Perini.
O modelo cria uma espécie de blindagem entre os investidores e os empreendedores. Para isso é criado um veículo de investimento onde cada investidor entra como um cotista. A Play mantém todo o relacionamento e faz o aporte na startup. Mensalmente, a consultoria realiza uma reunião com os investidores para apresentação dos resultados e das estratégias adotadas pelo gestor. Após esta reunião, seus representantes se reúnem com o conselho da investida e passam as dúvidas e contribuições dos seus investidores.
“Desta forma, não sobrecarregamos os gestores. Na nossa experiência, já vimos muitos casos em que os anjos, na ansiedade de fazer o negócio deslanchar, pressionam os gestores e acabam prejudicando o processo”, diz Perini.
Ter investidores anjos é algo muito importante para o desenvolvimento de alguns negócios. Além do capital para acelerar o processo de crescimento, um quadro de investidores qualificados pode ajudar estrategicamente o negócio. Para o gestor, porém, ter muitos pontos de contato pode virar um pesadelo. Por isso, a correta gestão de stakeholders é fundamental para o sucesso de um negócio.
A Play Studio já fez três rodadas de captação com investidores anjos para duas das empresas para as quais dá consultoria. Duas rodadas foram para a Cervejaria Praya e, a mais recente, para o marketplace de produtos orgânicos Raizs. Ao todo, 16 investidores participaram do processo.
No caso da Praya, a primeira operação, no valor de R$ 4 milhões, serviu para financiar a expansão da cerveja para as regiões Sul e Sudeste, ampliando a atuação nas redes regionais, nacionais e principais bares e restaurantes das principais capitais. “Procuramos investidores que poderiam ter interesse em investir numa marca de cerveja artesanal tendo a Play como suporte de consultoria. Foi quando começou o case de estruturação de um veículo financeiro para investir em startups”, explica Perini.
Mais recentemente, no início deste ano, a Praya recebeu outra tranche de investimentos no valor de R$ 3 milhões, divididos entre 10 investidores. Segundo Perini, o objetivo do processo não é só captar recursos, mas sim atrair anjos que possam, de alguma forma contribuir para o negócio como um todo.
“Consideramos também a experiência do investidor e sua área de atuação. Eles têm know-how e querem oferecer isso para fazer aquele business crescer. É uma excelente forma de diversificação de investimentos aliada ao aporte de capital intelectual”, diz.
Desde sua criação, em 2014, faz parte do DNA da Play apoiar o desenvolvimento de pequenos e médios empreendedores, atuando como corporate venture builder. A empresa busca investir em startups que já contam com alguma comprovação de mercado, dando robustez aos negócios, através de consultoria que alavanca os processos, gestão e a governança dos negócios. “A Play entra para organizar a startup para ganhar musculatura, definindo sua estratégia de crescimento e dando suporte para a empresa tirá-la do papel”, completa.
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