Conheça os 4 tipos de inovação: descubra exemplos, diferenças e o passo a passo para implementar
Redação Play • abr. 18, 2022

O conceito de inovação não é novo, mas apenas quem já tentou colocá-lo na prática conhece a complexidade de tudo o que envolve essa implementação em uma empresa.


No entanto, você já se perguntou quais os tipos de inovação que podem ser aplicados à realidade de uma companhia?

Além de produzir ideias, planejar, implementar e fazer com que a cultura da instituição seja focada em inovar, é preciso entender qual o tipo de inovação mais adequado e como se encaixa em cada modelo de negócio e estrutura organizacional.


Uma escolha correta, neste momento, tornará todo o processo de inovação menos complicado. Por outro lado, optar por um caminho que não se conecte com a sua realidade pode definir o fracasso da iniciativa, seja no objetivo de inovação tecnológica, de produto, serviços ou qualquer outra iniciativa.


Antes de partirmos para a explicação sobre os tipos, é preciso recapitular a essência do termo.


O que é inovação?


Segundo o dicionário, inovação é a ação ou o efeito de inovar. No ambiente corporativo, é tudo aquilo que propõe uma melhoria ou mudança sobre o que já é feito, algo que se altere no âmbito comportamental ou para benefícios econômicos, seja através de processos, ações ou pessoas.


Para inovar é preciso ir além do básico. Mais do que apenas acompanhar outros players do mercado e seus stakeholders, uma estratégia de inovação passa por novos conhecimentos, processos e frameworks, tentativas, erros e acertos para gerar aprendizados.


Aqui, podemos abordar a inovação de produtos ou serviços, mas o tema também se conecta com processos internos e implementação de novas tecnologias.


Independentemente da aplicação, o objetivo principal é elevar a geração de valor e potencializar os resultados da companhia.


Quais são os 4 tipos de inovação?

pessoas discutindo sobre os tipos de inovação

O conceito de inovação aplicado aos negócios tem entre seus pioneiros o autor e economista austríaco Joseph Schumpeter. De seus estudos, referenciados no início do século 20, surgem as primeiras impressões sobre a teoria de inovações como um modelo de “destruição criativa” onde o "velho" é substituído pelo "novo" na evolução da economia.

A partir das afirmações de Schumpeter e da evolução do conceito,  novas interpretações começam a surgir. Com isso, quatro diferentes tipos de inovação passam a ganhar forma:


  • inovação incremental;
  • inovação radical;
  • inovação disruptiva;
  • inovação arquitetural.


Inovação Incremental


O primeiro e mais conhecido tipo de inovação remete à adaptação da realidade organizacional, mas não cria grandes mudanças logo de início.


Esse modelo consiste em pequenos ajustes feitos em produtos, serviços ou processos, visando aprimoramento, atualização e manutenção de competitividade de mercado. Dessa forma, nem sempre é perceptível ao consumidor, mas representa alterações consistentes que, ao longo de toda a cadeia produtiva, resultam em potencializadores de resultados.


O motivo de empregar esforços na inovação é gerar valor para a organização, procurando sempre a longevidade e a expansão de mercado.

a quarta camada de cor da fujifilm como exemplo de inovação

Exemplo de inovação incremental: a quarta camada de cor da Fujifilm


De volta ao final do século passado e início dos anos 2000, Kodak e Fujifilm disputavam o posto de principal marca do setor de fotografia e imagem. Nesta corrida pelo topo, a Fujifilm fez valer seu investimento em P&D para posicionar a inovação incremental como diferencial competitivo e superar sua principal concorrente.


Graças às frequentes pesquisas e busca por inovar através de um processo de melhoria contínua, denominada como filosofia Kaizen, a Fujifilm desenvolveu sua quarta camada de cor para filmes fotográficos.


Um pequeno ajuste de tecnologia possibilitou um ganho substancial de qualidade e se tornou um grande diferencial para o consumidor final.


A inovação empregada no filme replicava a percepção humana de luz e cor, algo até então não considerado importante para o setor ou para o usuário. No entanto, quando colocada na prática, tornou o produto da Fujifilm – o Fujicolor Reala – uma inovação, que mais tarde seria patenteada pela marca.


A título de curiosidade, a visão percebe a cor pela captação de luz azul, verde e vermelha, separadamente. Mas, surpreendentemente, o olho humano incorpora as cores verde e vermelha em uma curva sobreposta acentuada. Isso permite a visualização de cores intermediárias.


Foi essa percepção apurada que permitiu à Fujifilm criar a quarta camada, que separa o verde-vermelho no filme fotográfico, e superar sua grande concorrente, Kodak, à época.


discussão sobre inovação radical

Inovação radical


A inovação radical também pode ser chamada de revolucionária. Ou seja, tratam-se de mudanças que transformam o mercado, o relacionamento com fornecedores e consumidores, reorganizam aspectos econômicos, desestabilizam produtos vigentes e criam novas categorias.


Grandes marcas já fizeram movimentos focados em inovação radical, tão importante para o crescimento a longo prazo. Trata-se de um serviço, produto ou processo nunca visto antes com melhorias consideráveis de desempenho e custos.

Professores da Babson College e Lally School of Management & Technology (EUA) apontam exemplos clássicos como a tomografia computadorizada, a imagem de ressonância magnética, os computadores e os celulares.


O maior exemplo deste século é o iPhone. Na época de seu lançamento  já existiam smartphones, mas foi este produto que transformou o mercado graças a características como o multitouch.


O primeiro iPhone chegou às lojas  em 2007 e o modelo 3G em julho do ano seguinte. Ao final daquele ano, a Apple registrou 6,9 milhões de smartphones vendidos. Em 2021, a marca liderou o mercado com os cinco modelos mais vendidos em todo o mundo.

gráfico com os smartphones mais vendidos do mundo em 2021

Fonte: Counterpoint Technology Market Research – Dezembro, 2021

A diferença entre inovação incremental e radical


De forma simples, a maior diferença entre a inovação incremental e a radical é a frequência com que são feitas e seus objetivos.


A primeira tem como finalidade atualizar um produto ou serviço para mantê-lo competitivo. Já a inovação radical visa criar algo inteiramente novo, nunca visto antes, e que transforme o mercado no qual está  inserido.


Em outras palavras, podemos dizer que a inovação radical muda completamente o jogo e dita tendências.

Inovação disruptiva


Aqui o foco é maior no mercado e não no produto. Assim, a inovação disruptiva acompanha o que acontece em seu ramo de negócio. É um movimento que atinge um número de pessoas muito maior, de uma só vez. É escalável, mas com foco em criar novos modelos de negócios.


Como um exemplo recente de inovação disruptiva temos a Uber, que, diante de um mercado já bem estabelecido globalmente como o de táxis no transporte individual, colocou a tecnologia no centro das ações. Isso permitiu preencher lacunas de insatisfação dos consumidores para transformar o setor.


O resultado dessa mudança pode ser visto nos resultados divulgados pela companhia no último relatório. A Uber contabilizou mais de U$17 bilhões em receitas, em 2021, com mais de 90 milhões de usuários ativos. Trata-se de um dos maiores exemplos deste tipo de inovação na atualidade.


A diferença entre inovação radical e disruptiva


O que diferencia os dois tipos é o cenário em que estão posicionados. Como os exemplos mencionados acima, o iPhone transformou o mercado de aparelhos de celular e passou a ditar tendências de tecnologia para dispositivos móveis, se enquadrando como uma inovação radical.


A inovação disruptiva da Uber, por outro lado, trouxe uma nova solução ao mercado mesmo sem criar um novo produto ou serviço. As pessoas ainda buscam por um meio de transporte individual, seja ele um táxi ou um Uber, mas agora de maneira diferente – via aplicativo.


Inovação arquitetural


Neste tipo de inovação, há a mudança de soluções já existentes. Relaciona-se, principalmente, a mudar o design de um produto ou serviço ao dispor seus componentes de formas diferentes.


É uma inovação de curto e médio prazo, que ocorre quando um recurso se torna obsoleto. Isso traz a necessidade de métodos e tecnologias de produção mais apuradas, sem as quais não é possível atingir novos clientes, resultando até mesmo em perda de competitividade.


Pesquisadores escrevendo à Revista de Ciências Administrativas apontam um exemplo brasileiro que podemos detalhar: a Ômega.


Empresa pioneira no atendimento de varejo ao público nordestino, a marca adotou mudanças para que pudesse contemplar um público de menor renda. Para isso, desenvolveu uma modalidade de crediário, que exige análise de informações do SPC e Serasa.


Em cidades pequenas, a financiadora é a própria Ômega. Para conseguir ceder crédito a essas pessoas foi preciso fazer mudanças nos processos operacionais e procedimentos de venda, o que permitiu atingir esse novo público para expandir a operação da companhia.


Os primeiros passos para implementar qualquer tipo de inovação


Cada vez mais, as companhias tomam conhecimento da importância de inovar para se manterem relevantes e explorar novas possibilidades. Tirar este desejo do papel e aplicá-lo, de fato, não é uma tarefa fácil, mas há alguns passos que podem facilitá-la.


Para que as corporações possam ter uma perspectiva inovadora, estas ideias precisam ser uma

preocupação constante e parte da rotina. Prezar por criar uma cultura de inovação que valorize esse comportamento é fundamental para motivar colaboradores a criarem exemplos de intraempreendedorismo e movimentar a engrenagem da inovação. Sem isso, é praticamente impossível inovar.


A estrutura organizacional precisa estimular a geração de ideias inovadoras, uma etapa essencial para o fortalecimento e evolução da companhia. Além disso, o investimento em uma consultoria de inovação estratégica é uma alternativa que acelera todo o processo. Contar com um time de profissionais especializados que entreguem frameworks e mecanismos para inovar em uma atuação conjunta com as lideranças para criar e desenvolver novas ideias.


Quer saber mais? Acesse nosso conteúdo sobre quando contratar uma consultoria de inovação e compreenda os principais benefícios desse modelo para a sua empresa.


Ao longo desta jornada, alguns passos são fundamentais para os primeiros passos da inovação em uma companhia.


  • Análise SWOT: ao saber as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças à organização, tem-se uma ideia mais consistente do que pode ser feito.
  • Benchmarking: analisar a concorrência é fundamental, pois, dessa forma, os insights aparecem e a resposta é acertada.
  • Cultura de inovação: com uma cultura que preza por ideias inovadoras, os colaboradores se tornam agentes diretos da transformação. Quem melhor para criar soluções do que aqueles que conhecem os produtos e serviços a fundo?
  • Estímulo e recompensas: tão importante quanto ter uma equipe multidisciplinar com diferentes pontos de vista e experiências é estimular essas pessoas com planos de carreira que abranjam benefícios, bonificações e outras possibilidades
  • KPIs: os indicadores são fundamentais para qualquer esforço empregado, que se torna imensurável sem eles. Quantidade de ideias tidas – no total, geradas por cada colaborador e em andamento –, e taxa de sucesso e fracasso são alguns KPIs a serem acompanhados.


É importante que a sua empresa entenda exatamente qual o objetivo de inovar. Se utilizar de novas tecnologias, métodos ou ações sem uma meta definida pode ser um grande desperdício de tempo e dinheiro.


A importância de uma Corporate Venture Builder neste cenário


Com uma crescente necessidade de inovar, empresas buscam soluções internas e externas para atender a essa demanda. Dessa forma, builders  como a Play Studio auxiliam em todo o processo de desenvolvimento de ideias, validação e modelação para colocá-las em prática em prol da companhia.


Nós tiramos as melhores ideias do papel e as concretizamos, fazendo com que corporações atinjam novos nichos e expandam suas atuações. Com grande expertise, infraestrutura e recursos para fomentar a inovação, as CVBs proporcionam soluções ágeis que muitas instituições grandes não conseguem alcançar. Seja pela burocracia dos processos ou outras limitações, a falta de flexibilidade compromete a criação de novos negócios.


Quer saber mais? Solicite um contato e fale com um de nossos venture builders para descobrir tudo o que a

Play Studio pode proporcionar à sua organização.

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