Dez entre dez empresas concordam que, para se manter relevantes e competitivas em seus mercados, precisam inovar. Não à toa, falamos frequentemente por aqui sobre a importância da inovação corporativa e por que sua implementação pode ser decisiva para organizações de diferentes portes e áreas de atuação. E um de seus pilares mais importantes passa pela construção de times inovadores.
Afinal, a busca por oportunidades de mercado alinhadas aos objetivos da empresa não tem fim e, para ser eficiente, precisa ser desenvolvida de forma constante e colaborativa. Também não por acaso, a falta de times inovadores é apontada como um dos principais obstáculos à inovação no Brasil.
Assim, a grande questão que se coloca é como construir uma equipe inovadora formada por pessoas que trabalhem bem entre si e consigam atingir os resultados almejados pela companhia.
Uma equipe inovadora é aquela que consegue ser pioneira em alguma iniciativa da empresa, seja no desenvolvimento de um novo produto ou negócio ou na melhoria de processos e formas de se comunicar com o consumidor. A ideia é que a equipe aproveite suas competências e habilidades para observar o que já existe, pensar e executar melhorias.
Construir um time com esse perfil faz parte do processo de construção da cultura de inovação de uma empresa, assunto sobre o qual falamos mais detalhadamente em outro artigo.
Construir uma equipe inovadora não é a mais impossível das missões, mas exige alguns passos importantes que devem ser dados pela empresa como um todo. Vamos a eles.
Para que as pessoas possam compartilhar ideias para novos produtos, serviços ou negócios ou simplesmente para resolver problemas ou melhorar processos, elas precisam se sentir seguras. Portanto, para ter times inovadores é preciso fazer com que as pessoas possam oferecer sugestões abertamente, desafiando o status quo, sem medo de serem repreendidas ou punidas. A equipe precisa saber que tem respaldo da empresa para testar e errar, já que o erro faz parte da inovação.
Pessoas inovadoras são cheias de energia e dinamismo, excelentes comunicadores e, sempre que solicitadas, têm boas ideias para oferecer. Certo? Não necessariamente.
Para começar, uma pessoa não precisa ser isoladamente dinâmica ou comunicativa para ser inovadora. Ela também não precisa ser a primeira a apresentar ideias em uma reunião. Este é apenas um estereótipo.
Claro que uma pessoa que saiba se comunicar pode ter facilidade para apresentar suas ideias de forma mais clara, mas isso não significa que suas ideias sejam melhores do que as de um profissional tímido, por exemplo. Muitas pessoas com alto potencial de inovação são tímidas, falam baixo e têm temperamento pouco expansivo.
Além disso, quando falamos em equipes inovadoras é preciso pensar em indivíduos que se complementam para criar a melhor solução possível. Se todas seguirem aquele padrão do início deste tópico – super comunicativas, dinâmicas, etc. – a comunicação interna na própria equipe pode se tornar o maior dos desafios.
Uma equipe capaz de oferecer perspectivas diferentes, pensar fora da caixa e criar soluções é normalmente formada por pessoas diversas entre si, com diferentes experiências, idades, etnias, competências, origens, históricos de vida, realidades, preferências, etc.
Vários estudos já indicam essa relação qualitativamente, mas o Getting to Equal 2019: Creating a Culture That Drives Innovation estabelece uma relação quantitativa entre inovação e diversidade. Segundo o relatório, empresas com mais cultura de diversidade e inclusão são 11 vezes mais inovadoras do que as menos inclusivas e diversificadas.
O estudo mostrou ainda que 40% das pessoas que trabalham em empresas que promovem igualdade afirmam que não encontram barreiras para inovar. Nas empresas menos igualitárias, a fatia é de apenas 7%.
Outro passo eficiente para formar um time inovador é reunir pessoas de diversas áreas e com conhecimentos múltiplos. Ou seja, a equipe pode ter uma pessoa de marketing, outra de finanças, alguém de produtos e do operacional. Essa variedade de conhecimentos pode gerar diferentes abordagens e formas de ver problemas e buscar soluções com eficiência.
E, em tempos de home office, a pluralidade pode se referir inclusive à localização geográfica dos colaboradores. Em artigo recente, falamos sobre a relação entre nomadismo digital e inovação corporativa.
Ao entrevistar cientistas, executivos e empresários de renome mundial, Greg Satell, autor do livro Mapping Innovation, ficou surpreso em constatar o quanto essas pessoas eram generosas – e não arrogantes, como ele imaginava que pudessem ser. Ao perceber que a disposição para ajudar era um comportamento comum entre os entrevistados, Satell concluiu que não seria mero acaso.
Depois de mais algumas pesquisas, ele descobriu que, quando se trata de inovação, a generosidade pode ser uma vantagem competitiva. Isso porque os problemas que as empresas têm atualmente são complexos demais para serem resolvidos por gênios que trabalham sozinhos. Consequentemente, as pessoas mais inovadoras tendem a trabalhar muito bem em equipe e a serem generosas ao dar contribuições para o grupo encontrar soluções.
Mais um ponto importante para construir uma equipe inovadora é fazer com que todos conheçam os objetivos de negócios da empresa. A equipe precisa saber aonde a empresa quer chegar e quais passos deve dar até lá.
Também é importante estabelecer metas para a inovação. A empresa quer inovar para aproveitar oportunidades do mercado? Para acompanhar as novas necessidades do consumidor? Para conquistar mercado? Para reverter alguma tendência de queda no faturamento? É importante que exista um alinhamento entre os objetivos da equipe e os objetivos maiores da empresa.
Intraempreendedores são pessoas que apresentam novas ideias e soluções ao mesmo tempo em que executam suas funções diárias. Como detalhamos no artigo “O que é um intraempreendedor e como atrai-lo para sua empresa”, eles trabalham em uma empresa – com processos, políticas e redes de suporte estabelecidos –, mas agem com senso de dono, abraçando projetos com a responsabilidade e a motivação de um empreendedor.
E, claro, quando falamos em equipes inovadoras devemos considerar a importância de trazer profissionais com esse perfil intraempreendedor, capazes de pensar novas formas de fazer negócios e agir como se estivem na sua própria empresa.
Nem sempre as pessoas mais inovadoras estarão na sua empresa para oxigenar as equipes e torná-las mais eficientes. E nem sempre a empresa tem uma estrutura ou processos que estimulam a inovação. Nesse caso, vale a pena considerar a inovação aberta – ou open innovation, no termo original –, que define um modelo de colaboração entre pessoas e organizações para agilizar lançamento de produtos ou serviços, reduzir custos e acessar novos mercados.
Para saber mais, leia o artigo “Como a inovação aberta pode beneficiar as empresas?”.
Capacidade de inovação é uma competência que também pode ser desenvolvida, como ocorre com liderança ou comunicação, por exemplo. Portanto, para ter equipes mais inovadoras, vale a pena investir no desenvolvimento das pessoas que já estão na sua empresa mas que, por qualquer que seja o motivo, ainda não atingiram todo seu potencial.
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