Como criar uma startup do zero em 6 passos
Redação Play • set. 03, 2021

Apenas uma em cada 500 novas empresas criadas nos Estados Unidos deve atingir faturamento anual de 100 milhões de dólares. Apenas uma em cada 17 mil tem chance de alcançar 500 milhões de dólares.


Entre startups criadas por grandes empresas que aproveitam seus pontos fortes para apoiar o novo negócio, porém, as perspectivas são bem diferentes. Uma entre oito pode se tornar viável e atingir larga escala. Os dados são de uma pesquisa da Bain que, ao longo de uma década, analisou o desempenho de novas empresas.


Uma justificativa para essa diferença considerável de desempenho é a forma de estruturar um novo negócio. Empreendedores típicos tendem a correr contra o tempo para tirar a ideia do papel e rapidamente transformá-la em um CNPJ.


Grandes empresas, por outro lado, costumam ser mais cautelosas e não raramente entregam essa tarefa a Corporate Venture Builders que, especialistas no assunto como são, mitigam riscos ao seguir uma série de etapas para criar uma startup.


Neste artigo, vamos detalhar as etapas que a Play Studio percorre como Corporate Venture Builder para ajudar grandes empresas a desenvolver negócios bem-sucedidos com o mínimo possível de risco.


Criação de startups passo a passo


Para criar um negócio, uma empresa precisa saber basicamente se existe desejo por ele, se ela consegue entregá-lo, se ele é viável financeiramente e se aporta algum impacto positivo para a sociedade ou o ambiente, por exemplo.


Quando todas essas respostas são positivas, chegamos ao chamado sweetspot da inovação. No entanto, para responder essas questões da forma mais objetiva e eficiente possível, o trabalho de Corporate Venture Building se divide em seis etapas. Vamos a elas.


1. Exploração


A fase de exploração é a que mapeia o mercado e o público-alvo da solução que a startup pretende desenvolver. Nesta primeira etapa, é preciso fazer um trabalho de imersão para entender quem é o potencial consumidor, quais são os concorrentes que já atuam nesse território, como é o mercado, em que momento ele está e quais os seus maiores desafios.


Também aqui é necessário entender quais são os ativos da empresa e quais das suas competências podem ser utilizadas para apoiar o novo negócio. Para saber mais sobre a fase de exploração, tão essencial para criar negócios que de fato tenham mercado, leia o artigo “A importância da etapa de exploração no processo de inovação“.


2. Concepção


Esta segunda etapa se apoia na criação de uma proposta de valor para o consumidor identificado na etapa 1. Esta é uma fase de co-criação entre a Corporate Venture Builder e a empresa-mãe para propor uma solução que interesse ao consumidor alvo, resolva as duas dores e alavanque os seus ganhos. Vale lembrar que ambos – consumidor e dores – foram identificados na etapa 1. A proposta de valor tem como principal objetivo verificar se há fit, ou seja, se a solução que a startup pretende oferecer é de fato relevante.


3. Validação


Com a proposta de valor criada, inicia-se a fase de validação, em que o produto ou serviço é apresentado a um pequeno grupo de consumidores que faz parte do seu público-alvo para colher feedbacks e avaliar se existe ou não aderência a ele.


Neste momento, é possível testar crenças da builder e da empresa-mãe versus o que realmente acontece quando o consumidor é colocado frente a frente com a solução.


Um exemplo simples é oferecer um serviço via app e, alternativamente, via site para depois avaliar quantas pessoas o utilizaram em cada formato e entender suas motivações. Os resultados das validações devem apoiar ajustes e correções para colocar a solução na rota certa.


Dependendo do resultado das validações, pode ser necessário voltar algumas etapas, alterar algum tipo de comunicação, abordagem ou canal de vendas, por exemplo. É natural que esta etapa tenha muitas idas e vindas até que se chegue à melhor solução possível para seguir em frente.


Depois disso, é hora de seguir para a validação financeira, em que o grande desafio é saber se a solução pode ser lucrativa ou se ainda precisa de ajustes. Apenas quando – e se – ela se mostrar lucrativa é que seguimos para a próxima etapa.


4. Viabilização


É nesta etapa que o plano sai do conceitual para o concreto, com a criação do MVP ou de um protótipo mais funcional da solução. A etapa de viabilização é realizada principalmente pela Corporate Venture Builder, que neste momento já acopla um time de tecnologia ao projeto. A aderência ao consumidor continua a ser avaliada, mas agora o foco é medir taxas reais e avaliar a complexidade tecnológica de tirar o negócio do papel. Aqui entram as grandes questões “é possível entregar?” e “o negócio é financeiramente viável?”.


5. Construção


Apenas depois de todas as quatro etapas descritas acima serem percorridas com sucesso, com resultado positivo em todos os seus testes e validações, é que se chega ao chamado sweetspot da inovação. É aqui que o novo negócio de fato sai do papel e vai para o mercado, com CNPJ, equipe, parceiros e fornecedores.


É interessante ressaltar que muitos empreendedores pulam diretamente da ideia para esta etapa de construção no processo de criação de uma startup. Com isso, eles não passam por todas as etapas de concepção e validação antes de realmente criar a empresa, o que aumenta o risco envolvido em todo o processo. Isso porque é muito mais difícil e arriscado realizar ajustes e correções quando a startup já está criada e seguindo um determinado modelo de negócio.


A Corporate Venture Builder, outro lado, não constrói um negócio imediatamente. Antes disso, ela percorre todas as diversas etapas de aprendizado para diminuir o risco de o negócio dar errado.


6. Gestão


Nesta sexta e última etapa, CVB e empresa-mãe discutem como farão a gestão da operação, se a builder permanecerá com uma participação na startup ou se simplesmente entregará a startup em operação.

Também aqui são definidas estratégias de crescimento e aceleração, além de serem considerados outras soluções que podem ser criadas para atender este mesmo mercado.

Chegamos ao ponto em que a startup está em operação, pronta para seguir em frente e ser bem-sucedida.


O papel da empresa-mãe no processo de Corporate Venture Building


O desenvolvimento de um negócio de Corporate Venture Building é bastante colaborativo. Isso porque, ainda que a CVB lidere a iniciativa e coloque tração, método e ritmo para o planejamento e a execução, a empresa-mãe se envolve nas decisões estratégicas e aporta know-how e competências para criar a startup e ajudar o negócio a vingar.


Geralmente, a empresa-mãe atua mais ativa e intensamente nas etapas de exploração, concepção, construção e gestão, mas tem total liberdade para intervir nas etapas de validação e viabilização sempre que puder agregar valor. A ideia, afinal, é sempre buscar e aproveitar sinergias que possam ajudar a startup a crescer.


Leia também: Por que as startups falham


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