Empresas que inovaram na pandemia
Redação Play • jan. 19, 2022

Inovar ou morrer. A pandemia não deixou alternativa e forçou muitas empresas a rever sua atuação para continuar relevantes. E, se algumas conseguiram contornar o momento de crise apenas com pequenos ajustes, outras se viram diante da necessidade de uma completa reformulação.


Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Instituto FSB Pesquisa publicada em setembro mostra que 80% das empresas brasileiras inovaram na pandemia, tendo ganhos em lucratividade, produtividade e competitividade.


O levantamento ouviu 500 executivos de empresas de médio e grande porte de todo o país. Dentre as que inovaram, 26% dizem ter registrado aumento dos lucros especificamente, enquanto 47% observaram crescimento na produtividade.

Leia também: “Os maiores desafios da inovação no Brasil


Exemplos de marcas que inovaram durante a pandemia


Neste artigo, contamos como quatro empresas de segmentos distintos agiram para minimizar o impacto provocado pela pandemia em suas atividades. Através de novos processos, da digitalização das operações ou mesmo do lançamento de serviços, elas encontraram soluções que as permitiram não apenas sobreviver à crise, como inovar.


Algumas tiveram o apoio da Play para encontrar esses novos caminhos. Se quiser saber mais sobre como ajudamos empresas a inovar, acesse os artigos “Quando contratar uma consultoria de inovação” e “O que é Corporate Venture Building”. 


Carrefour: atendimento por telefone em 30 lojas


A multinacional francesa precisou se reposicionar rapidamente para atender as novas necessidades dos seus clientes naquele momento de exceção. “Foi um desafio para a marca ter de se posicionar como um lugar seguro em termos de saúde e higienização para o cliente fazer as compras”, afirma Caroline Giordani, gerente de omnichannel e inovação do Carrefour Brasil.


Num momento em que as pessoas estavam evitando ir ao supermercado, o Carrefour testou um novo canal de vendas, via WhatsApp, voltado especialmente para o público em maior situação de risco pela Covid-19. Os clientes eram redirecionados para a loja mais próxima e, pelo telefone, conversavam com um atendente que montava o carrinho virtual dentro da própria conversa do WhatsApp.


“A teleloja não existia, foi preciso construir todo o modelo, desde o cardápio até o treinamento dos funcionários, a escolha da melhor forma de pagamento e a entrega”, conta Caroline. Em parceria, Play Studio e Carrefour realizaram testes, definiram hipóteses, configuraram mensagens de chatbot e integraram a solução com o estoque da loja.


“Testamos soluções de WhatsApp Commerce, fizemos PoC, avaliamos resultados para saber se as soluções contribuiriam para melhorar o atendimento ao cliente e conseguimos colocar o novo canal em operação de forma rápida e bastante escalável”, diz ela. Em quatro semanas o projeto foi desenvolvido e implementado como piloto em 30 lojas Carrefour Market e Carrefour Express de São Paulo.


Ozllo: plataforma para marcas até então offline


A Ozllo foi fundada em 2018 como um outlet online em que tanto pessoas quanto empresas podiam anunciar suas roupas e acessórios de luxo. Durante a pandemia, porém, o negócio decidiu atrair marcas que tinham presença apenas offline – e tiveram de fechar as portas pelas regras de distanciamento social.


Segundo reportagem da Exame, para expandir sua aderência, a empresa investiu na criação de um banco com cerca de 100 influenciadoras digitais que anunciam a marca em troca de porcentagem nas vendas. Para completar, a Ozllo fechou uma parceria com a Sephora, que passou a enviar brindes para os clientes.


Resultado: enquanto tantos negócios desapareceram, o número de empresas que anunciam na Ozllo aumentou 185% e a sua receita cresceu nada menos do que 274%. 


Informa Markets: identificação de oportunidades e transformação ágil


Outra boa história de inovação na pandemia é a da Informa Markets, que tinha como foco a realização de feiras segmentadas por indústria. Com a proibição de eventos presenciais, a empresa perdeu a maior parte da sua receita da noite para o dia, literalmente. 


Para sobreviver, foi preciso repensar toda a operação. “Passamos a conviver com a ausência da principal fonte de receitas e convidamos a Play Studio para identificar prioridades e opções de desenvolvimento digital”, conta Rodrigo Moreira, diretor de estratégia e transformação digital da Informa Markets Brasil.


O desafio, naquele momento, era ir além dos eventos virtuais que já se proliferavam por toda parte e que, sozinhos, dificilmente conseguiriam manter toda a relevância da Informa para o seu público.


Em parceria, Informa e Play fizeram um trabalho de priorização de novos desenvolvimentos digitais que deveriam garantir receita no futuro. “Demos o pontapé com a perspectiva de construir projetos de inovação e tirar as ideias da cabeça das pessoas”, lembra Rodrigo.


Para saber mais sobre como concretizar projetos leia nosso artigo “9 passos para tirar do papel suas melhores ideias”.

Neste primeiro momento, as empresas realizaram entrevistas, trabalharam na ideação e no entendimento de prioridades. Dessa etapa saiu um plano de seis “avenidas” com 13 iniciativas que poderiam ser exploradas pela empresa. “No segundo momento, colocamos essas oportunidades em prática seguindo um modelo ágil”, revela Rodrigo.


Uma das iniciativas está relacionada à retomada dos eventos presenciais, que agora terão o digital como elemento central para criar uma experiência melhor para os clientes.


A parceria também rendeu novos produtos comerciais e linhas de serviços de marketing, mídia e dados, que estão começando a ser comercializados. “O objetivo é que nossa receita digital, que saiu praticamente do zero, responda por 25% de todo resultado da empresa até 2024”, revela Rodrigo, animado com as perspectivas.


MRV: #FiqueEmCasa (e compre seu apartamento online)


O mercado imobiliário ofereceu grandes exemplos de rápida adaptação, e não só saiu ileso da crise sanitária, como cresceu 26% em 2020, segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).


Com stands de venda fechados, muitas construtoras correram para criar tours virtuais e outras ferramentas que permitissem a visita à distância aos imóveis. 


No caso da mineira MRV, a campanha #FiqueEmCasa expandiu a plataforma de vendas online da marca para que o consumidor pudesse completar toda a jornada de compra – da análise de crédito à assinatura do contrato – sem colocar os pés para fora de casa.


O projeto, que envolveu mais de 100 profissionais, começou como um piloto em Belo Horizonte e logo se estendeu para as 160 cidades onde a construtora atua.


Resultado: mesmo com o fechamento dos stands de venda físicos e o adiamento de lançamentos previstos para o período, a empresa alcançou aumento de 28% em vendas no primeiro trimestre de 2020.


A construtora, que em 2019 foi eleita pela Forbes como uma das empresas mais inovadoras do Brasil, credita parte do sucesso ao investimento em transformação digital – cerca de R$ 250 milhões nos últimos seis anos. Outra estratégia de inovação está na parceria com startups para a criação de novos serviços e produtos.


A proximidade com startups, aliás, é um dos caminhos adotados por companhias que desejam acelerar seus processos de inovação. Para saber mais, acesse o artigo “5 ações para estimular ideias inovadoras em grandes empresas”.


Se em tempos de “normalidade” a inovação já se mostra incontornável, neste que vivemos agora ela passa a ser algo crucial. E o arrefecimento da pandemia não deve significar a diminuição deste movimento. Muito pelo contrário. Ele trará oportunidades – e desafios –, e as empresas que conseguiram rever sua atuação, inovando ao longo dos últimos dois anos, certamente estarão aptas para aproveitá-las mais plenamente.

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