Uma das modalidades de investimento que mais cresce no mundo, o Corporate Venture Capital, ou CVC, é um fundo criado por uma empresa para investir diretamente em negócios iniciantes com alto potencial de crescimento.

Embora companhias de tecnologia ainda sejam detentoras dos principais fundos do tipo, a última década mostra que a modalidade se expandiu para setores mais tradicionais, com representantes como Pfizer Venture Investments e Unilever Ventures. 

De acordo com um estudo do Global Corporate Venturing, entre 2011 e 2020 o número de players ativos por ano saltou de 360 para mais de 2.100. O levantamento registra também que, no ano passado, 35% dos investidores corporativos eram novatos – contra 26% em 2018 e 28% em 2019. Os números, que refletem sobretudo o mercado norte-americano, demonstram a disposição do mercado e dos investidores em apostar no modelo.

No Brasil, embora o nível de maturidade do CVC seja menor, o investimento vem ganhando espaço. Em 2020, segundo o Global Innovation Index, o país ocupava a 61ª posição no ranking mundial de venture capital, respondendo por 56% do total de transações do tipo na América Latina.

Neste artigo, explicamos o que é o Corporate Venture Capital e as principais diferenças em relação a outros tipos de investimento em startups. Para ver outros termos relacionados à criação de novos negócios, acesse nosso Glossário de Corporate Venture Building. 

Corporate Venture Capital: significado

O CVC surgiu como uma forma de grandes empresas obterem vantagem competitiva e acesso a startups inovadoras com potencial para se tornar concorrentes fortes no futuro.

Em geral, esse tipo de aporte, também chamado de corporate venturing, é feito por grandes empresas que querem investir em startups inovadoras por meio de joint venture e aquisição de participação acionária. É bastante comum também que a companhia investidora empreste à empresa investida sua experiência em gestão e marketing, entre outras.

Mas isso não quer dizer, necessariamente, que o investidor assuma o controle da operação. Em muitos casos, ele fica nas mãos dos empreendedores. 

Como funciona o Corporate Venture Capital e quais são os seus objetivos

O Corporate Venture Capital investe o fundo corporativo diretamente em empresas iniciantes que possibilitam o acesso da corporação a tecnologias e modelos de negócios disruptivos, que ela não quer ou não consegue desenvolver internamente.

Ao ter acesso a esse tipo de inovação, a empresa investidora busca aumentar (ou manter) sua relevância no mercado e, consequentemente, incrementar suas vendas e lucros.

Os principais objetivos da CVC para uma corporação são:

• Viabilizar o acesso a novas tecnologias, modelos de negócios e tendências por meio de startups altamente inovadoras;
• Turbinar sua estratégia de inovação e relacionar sua imagem à inovação;
• Possibilidade de explorar novos mercados;
• Manutenção ou aumento de competitividade e relevância em seu próprio mercado;
• Evitar que as startups se tornem suas concorrentes no futuro e tirem sua participação de mercado;
• Oferecer o produto da startup para seus clientes ou se tornar cliente direto da startup.
• Retorno financeiro dos investimentos;
• Explorar sinergias para criação de novos produtos ou serviços;
• Avaliar a possibilidade de aquisição futura da startup.
  
  

Qual a diferença entre Corporate Venture Capital e Fusões e Aquisições?

O termo Fusões e Aquisões (ou M&A, no original, em inglês) é muitas vezes utilizado como sinônimo de Corporate Venture Capital. É importante, porém, observar que os dois conceitos têm naturezas distintas. Enquanto Fusões e Aquisições ocorrem para cumprir diversos objetivos estratégicos de uma empresa – aumentar a cobertura geográfica, por exemplo – a CVC ocorre com o objetivo claro de levar inovação à empresa e incrementar seus projetos de Pesquisa e Desenvolvimento.

Outra diferença bastante clara é que uma fusão ou aquisição se apoia em muitos dados, que incluem plano financeiro, modelo de negócios, capacidade de vendas e distribuição, etc. Esses dados detalham realizações e não potenciais. O CVC, por outro lado, destina seu investimento a empresas iniciantes que têm alto potencial de crescimento, mas poucos resultados concretos para apresentar.       

Diferença entre Corporate Venture Capital e investimento anjo

Como o próprio nome sugere, o investidor anjo é uma pessoa física que investe recursos próprios nas etapas iniciais de desenvolvimento de startups. Essa figura, normalmente um empresário, executivo ou profissional liberal, também empresta seus conhecimentos, sua experiência e sua rede de contatos para apoiar o desenvolvimento da startup investida. Saiba mais sobre esse tipo de investimento no artigo O que é investidor anjo e como encontrar um.

Diferença entre Corporate Venture Capital e Private Equity

A principal diferença entre Corporate Venture Capital e Private Equity é que enquanto a primeira se foca em empresas nascentes, a segunda é um tipo de investimento dedicado organizações já estabelecidas, com faturamento, clientes e alguma fatia de mercado.

Outra diferença é em relação aos setores de atuação das companhias investidas: os fundos de Venture Capital costumam investir em mercados inovadores, como o de tecnologia, e com potencial de crescimento rápido. O Private Equity, por sua vez, atua em setores variados, normalmente fazendo aportes em diversos negócios ao mesmo tempo.

Qual a diferença entre Corporate Venture Capital e Corporate Venture Building?

Corporate Venture Building é um modelo de construção e desenvolvimento de startups que ajuda grandes empresas a viabilizarem novos negócios. Uma Corporate Venture Builder, como a Play Studio, participa ativamente dos diferentes estágios deste processo, até que a nova empresa esteja pronta para ir ao mercado.

O Corporate Venture Capital, por sua vez, basicamente destina fundos de investimento de uma empresa para ajudar a desenvolver startups que já foram criadas – ou seja, sem essa atuação “mão na massa”. Trata-se de modelos distintos para necessidades distintas. Leia mais sobre o assunto no artigo O que é Corporate Venture Building.

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