Ideias inovadoras desenvolvidas por Corporate Venture Builders
Redação Play • jun. 08, 2021

Negócios inovadores nascem todos os dias e, hoje, mais do que um modelo a ser copiado, as startups podem configurar uma ameaça a grandes corporações. Especialmente para aquelas com processos internos engessados que impedem movimentos rápidos e mudanças de rota rumo à inovação.


Para tirar boas ideias do papel, gerar modelos disruptivos e fugir da estagnação, muitas corporações têm recorrido às Corporate Venture Builders, empresas que ajudam essas companhias a criar novos negócios e a se inserir em mercados que normalmente não conseguiriam atingir. Conheça outros benefícios que as CVBs podem proporcionar às grandes corporações.


Corporate Venture Builders e o processo de inovação


Neste artigo, analisamos 4 exemplos de Corporate Venture Builders que conduziram gigantes de seus segmentos na criação de negócios inovadores. E, se quiser saber mais sobre como as empresas podem se manter inovadoras, leia este outro post sobre o que é inovação corporativa e como implementá-la. 


Prehype e Mondelez: inovação dentro de casa


A multinacional Mondelez tem um programa de intraempreendedorismo para fomentar ideias inovadoras na empresa chamado “Mobile Futures”, cuja missão é criar e incubar iniciativas mobile em apenas 90 dias.


Em 2014, funcionários da companhia sugeriram a criação de um serviço para entregar amostras de produtos para consumidores específicos por meio de e-commerces estabelecidos no mercado.


A Prehype, empresa que desenvolve programas para gigantes como NewsCorp, Lego e Verizon, assumiu o desafio de seguir adiante com a ideia e, dessa parceria, nasceu a Betabox. Com uma plataforma mobile, a nova empresa permitia às marcas personalizarem envio de amostras, conteúdo e incentivos para seus consumidores compartilharem nas suas redes sociais.


A ferramenta também viabilizava a mensuração do desempenho das ações de amostragem – algo vital para o setor varejista.

A startup fez tanto sucesso que, em 2015, foi vendida para a VaynerMedia, agência de mídia social e marketing digital liderada pelo empresário e investidor Gary Vaynerchuk.


Na ocasião, Bonin Bough, vice-presidente de Global Media e e-Commerce da Mondelez International, afirmou que o fato de a Betabox ter despertado o interesse de uma agência de marketing líder como a VaynerMedia comprovava o espírito empreendedor que a Mondelez foi capaz de despertar internamente e o exemplo de inovação bem sucedido.


Byld e Carrefour: o fim dos rótulos indecifráveis


Em 2018, o Carrefour entregou para a Corporate Venture Builder espanhola Byld o desafio de desenvolver uma solução que ajudasse o consumidor a comer melhor e com mais consciência.


O gigante do varejo já percebia a preocupação, especialmente entre os Millennials, com a saúde e, consequentemente, com o conteúdo nutricional dos alimentos que consumiam. Além disso, havia um crescente número de pessoas com alergias e intolerâncias. Tanto para o primeiro grupo quanto para o segundo, os rótulos dos alimentos continuavam como sempre foram – praticamente indecifráveis.


Da necessidade de oferecer informação de forma mais simples e transparente, surgiu a startup Pinya, criada em parceria pelas duas empresas para desenvolver o aplicativo homônimo.


Com interface inspirada no Instagram, rede escolhida pela maior parte dos usuários para compartilhar fotos de pratos e bebidas, o aplicativo se propõe a resolver o problema da educação nutricional, ajudando o usuário a entender o que come de maneira rápida e acessível. 


O app foi lançado recentemente e pretende funcionar como uma rede social em que os usuários podem se conectar com pessoas com interesses semelhantes, compartilhar informações, descobrir receitas, desvendar rótulos e investigar o que seus contatos andam comendo.


Leia mais sobre tendências de inovação em foodtechs.


Stryber e Grupo Migros: refeições saudáveis no ambiente corporativo


Uma das maiores redes de supermercados da Suíça, o Grupo Migros enxergou a possibilidade de atender a busca por alimentos saudáveis no ambiente corporativo e criou, em 2019, a foodtech Snäx, em parceria com a Corporate Venture Builder Stryber.


A startup levou uma linha de “geladeiras inteligentes” de venda automática para as empresas do país com refeições diárias frescas e saudáveis, além de lanches e bebidas. A solução está disponível para empresas com 50 funcionários ou mais, espaços de coworking, escolas e universidades.


Funciona assim: a geladeira detecta o que foi retirado por meio de sensores e debita o valor da conta do colaborador. Para abri-la, os funcionários utilizam um aplicativo, que permite consultar previamente os nutrientes dos pratos e fornece feedbacks sobre a dieta adotada.


Com base nesses feedbacks e nos dados de compras, a Snäx personaliza a entrega seguinte, abastecendo a geladeira de cada empresa com os alimentos favoritos de seus colaboradores.


Toda semana a startup cria um menu com opções veganas, vegetarianas e sem glúten. Além da instalação e manutenção dos equipamentos, a Snäx também faz a reciclagem das embalagens.


Play Studio e Nestlé: vitrine para boleiras brasileiras 


Se no mercado europeu o modelo de Corporate Venture Building já está bem consolidado, no Brasil também temos alguns exemplos interessantes. E um deles foi criado por nós mesmos, em parceria com a Nestlé. Alguns anos atrás a multinacional percebeu que era preciso estreitar sua relação com boleiras e doceiras artesanais do país.


A companhia já havia tentado desenvolver alguma solução internamente, mas graças aos rigorosos processos que mencionamos no início deste artigo nos chamou para criar um novo venture do zero e fazer o hosting do negócio até o momento da escalada.


A ideia era criar uma vitrine que conectasse o trabalho de boleiras e confeiteiras sem estrutura para fazer o próprio negócio crescer aos seus clientes em todo o país. Além disso, claro, a Nestlé tinha o objetivo de estabelecer uma relação direta com esse público formado por potenciais embaixadoras da marca.


A Play estruturou a equipe, geriu o projeto e seus riscos inerentes e desenvolveu uma nova marca: a Vem de Bolo. E, como era previsto, quando o projeto decolou, foi devolvido para a Nestlé. Hoje, o marketplace – o primeiro do tipo no Brasil – conecta 160 boleiras a mais de 12 mil consumidores no Brasil.


A união entre empresas tradicionais que precisam criar negócios inovadores e Corporate Venture Builders que as ajudem a tirar essas ideias do papel é uma tendência que veio para ficar. Num momento em que 59% dos CEOs têm como principal objetivo dos investimentos a transformação de seus negócios e modelos de operação – de acordo com pesquisa global da consultoria KPMG –, essa parceria pode ser o caminho mais eficaz, seguro e produtivo para a inovação.


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