Modelagem de processos de negócio através da inovação
dez. 20, 2023

A modelagem de processos de negócio vai muito além da representação dos fluxos de trabalho. Trata-se de uma abordagem  que procura apresentar, analisar e aprimorar os procedimentos de uma empresa.


Ao traduzir conceitos abstratos em imagens claras, o
Business Process Modeling (BPM)  se mostra uma ferramenta eficiente na transformação de processos,   levando a maior eficácia, agilidade  e competitividade de mercado.


Acompanhe a leitura e descubra
quais são as etapas e elementos essenciais para uma modelagem de processos de negócio bem-sucedida.

O que é modelagem de processos de negócio?

Em sua essência, o Business Process Modeling (BPM) é uma técnica que visa apresentar visualmente e de maneira estruturada o modelo de processo de uma empresa. Mais do que isso, a modelagem de processos é uma ferramenta que pode ajudar a \ impulsionar a inovação de processos e o crescimento.


Existem três abordagens distintas para a modelagem de processos:


  • top down (de cima para baixo);
  • bottom up (de baixo para cima); e
  • middle out.


A abordagem top down começa no nível mais alto da organização, focalizando nos objetivos estratégicos e descendo para os processos operacionais.


O bottom up, por sua vez, inicia no nível operacional, identificando melhorias nos processos existentes e como eles podem influenciar a estratégia global. Já o middle out combina elementos de ambos, começando no nível intermediário de gestão de processos.


Para as organizações, é fundamental mapear e modelar processos que impulsionem  a inovação e as mantenham competitivas, evitando a disrupção por parte de novos players. 

Um estudo do Boston Consulting Group (BCG) revela que a inovação desempenha um papel crucial no sucesso desses empreendimentos.


O artigo do BCG destaca que a inovação é um dos principais impulsionadores do crescimento empresarial. À medida que as companhias buscam crescer, inovar e se destacar em mercados competitivos, investir em inovação torna-se essencial.


A modelagem de processos é uma área onde a inovação pode ser aplicada de maneira a otimizar as operações e gerar valor. Além disso, permite que as empresas analisem seus processos existentes em busca de ineficiências e oportunidades de melhoria. Isso pode envolver a automação de tarefas, a simplificação de processos ou a adoção de novas tecnologias para elevar a eficiência.

Fundamentos da modelagem de processos de negócio

Os benefícios da modelagem de processos são inúmeros, como a identificação de atrasos, redundâncias e oportunidades de automação. Além disso, a ferramenta promove uma compreensão mais clara dos processos organizacionais, facilitando a comunicação e a colaboração entre as equipes.


No entanto, é importante destacar que a abordagem não deve ser rígida.
A flexibilidade é crucial para se adaptar às mudanças em um ambiente empresarial em constante evolução.


Em geral, os fundamentos que fazem parte da modelagem de processos de negócio são:


  • Definir os objetivos: entender o propósito e os resultados esperados do processo;

  • Mapear os processos: visualizar as etapas, fluxos e interações entre os elementos;

  • Análise de processos: identificar ineficiências e oportunidades de melhoria;

  • Redesenho de processos: propor mudanças para otimizar os processos;

  • Implementação e monitoramento: aplicar as mudanças e monitorar continuamente o desempenho para garantir a eficácia.


Estes são passos fundamentais para garantir que os processos de negócio sejam eficientes, eficazes e alinhados com os objetivos da organização.

10 estratégias de modelagem de processos de negócio

Dentre as diversas técnicas de modelagem de processos, podemos citar 10 principais. Cada uma delas tem suas próprias vantagens e aplicabilidade, o que permite que as organizações escolham a estratégia que melhor se adapte às suas necessidades.

1. Fluxogramas (Flowcharts)

Os fluxogramas são ferramentas visuais que servem para representar o fluxo geral de um processo de negócio. São indicados quando se busca uma visão clara e intuitiva das etapas e decisões envolvidas em um procedimento. Usados frequentemente na fase inicial de análise e comunicação de processos, os fluxogramas são ideais para mapear de forma simples e compreensível o encadeamento de atividades em uma sequência lógica.

2. Diagramas de Fluxo de Dados (DFD – Data Flow Diagrams)

Os Diagramas de Fluxo de Dados são ferramentas que servem para descrever como os dados são processados, armazenados e movimentados dentro de um sistema. São indicados quando se deseja analisar a arquitetura de sistemas e entender o fluxo de informações entre diferentes partes. Especialmente úteis na identificação de pontos críticos e no mapeamento de interações entre elementos do sistema, os DFDs são aplicáveis em contextos de modelagem de processos complexos.

3. BPMN (Business Process Model and Notation)

A BPMN é uma notação padrão para modelagem de processos de negócio, focando em representar atividades, eventos, decisões e fluxos de sequência. É indicada quando se busca uma modelagem detalhada e padronizada de processos, facilitando a comunicação entre diferentes partes interessadas. Amplamente utilizada em ambientes organizacionais complexos, a BPMN é eficaz para representar, analisar e otimizar processos de negócio.

4. IDEF (Integrated Definition)

O IDEF, ou Integrated Definition, é uma família de métodos de modelagem que servem para abordar processos, dados e aspectos organizacionais de forma integrada. É indicado quando se procura uma abordagem mais holística na modelagem, permitindo a análise integrada de diferentes elementos em um sistema. Os métodos IDEF são úteis em contextos onde é necessário entender a interconexão entre processos, dados e estrutura organizacional.

5. UML (Unified Modeling Language)

A UML é uma linguagem de modelagem ampla que serve para representar diferentes aspectos de sistemas, incluindo classes, objetos, atividades e sequências. É indicada quando se deseja uma abordagem unificada na modelagem de software e sistemas, mas também pode ser aplicada à modelagem de processos de negócio.

6. EPC (Event-driven Process Chain)

O EPC, ou Event-driven Process Chain, concentra-se em eventos que acionam ou influenciam processos, destacando as condições que levam à execução de atividades. O EPC é útil em contextos onde os eventos desempenham um papel crucial no fluxo de trabalho e na lógica do processo.

7. Notação de Processo de Negócio (BPMN 2.0)

A notação BPMN 2.0 é uma extensão da BPMN que serve para padronizar a modelagem de processos de negócio. Indicada quando se busca uma notação mais avançada e atualizada, a BPMN 2.0 é especialmente útil em ambientes empresariais para representar, analisar e otimizar processos complexos, fornecendo uma visão clara e abrangente das atividades e interações.

8. Notação de Fluxo de Valor (Value Stream Mapping)

A notação de Fluxo de Valor é uma ferramenta que serve para identificar e visualizar fluxos de valor em processos, destacando áreas de desperdício e oportunidades de melhoria. É indicada quando se deseja uma análise mais específica dos processos, focando na identificação de atividades que agregam valor ao produto ou serviço. Amplamente utilizada em contextos de produção e logística, a Notação de Fluxo de Valor é eficaz para promover a eficiência operacional.

9. Modelagem de Processo de Serviço (Service Process Modeling)

Essa técnica, associada ao Service Design, serve para modelar processos em setores de serviços, destacando as interações e etapas específicas. É indicada quando se deseja compreender e otimizar processos em setores como financeiro, saúde e atendimento ao cliente. Essa abordagem é especialmente útil para representar de forma detalhada a entrega de serviços.

10. Notação de Fluxo de Trabalho (Workflow Notation)

A Notação de Fluxo de Trabalho representa visualmente o fluxo de trabalho em processos, destacando tarefas, decisões e interações. É indicada quando se busca a automação e gestão eficiente de workflows em ambientes corporativos. Utilizada em contextos onde a coordenação e execução eficiente de tarefas são essenciais, a Notação de Fluxo de Trabalho é eficaz para mapear e otimizar fluxos operacionais.

Como fazer modelagem de processos de negócio?

Esse é um procedimento essencial para aprimorar a eficiência e alinhar as operações com os objetivos globais da empresa. O primeiro passo é identificar qual processo será objeto de modelagem, como a otimização de um existente ou o desenvolvimento de um novo.

Etapa Descrição
1. Identificação Selecione o processo a ser modelado, como otimização de um existente ou desenvolvimento de um novo.
2. Compreensão Entenda o propósito do processo e avalie seu impacto nos negócios.
3. Definição Estabeleça o escopo e objetivos do processo, delimitando seu início e fim.
4. Coleta de Dados Reúna informações detalhadas, incluindo entradas, saídas, recursos e stakeholders.
5. Mapeamento Visual Utilize ferramentas como fluxogramas, BPMN ou diagramas UML para mapear o processo.
6. Análise do Processo Identifique gargalos, redundâncias e ineficiências.
7. Proposição de Mudanças Sugira alterações para melhorar o processo, como automação de tarefas ou reorganização do fluxo.
8. Implementação Desenvolva um plano para aplicar as mudanças e treine os envolvidos no novo processo.
9. Monitoramento Acompanhe o desempenho e faça ajustes conforme necessário.
10. Revisão Contínua Realize revisões regulares para adaptar o processo às mudanças de negócios.

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Corporate Venture Building como solução para inovar criando negócios

O Corporate Venture Building é uma abordagem estratégica que grandes corporações utilizam para inovar e criar novos negócios. Ela envolve a criação de startups internas ou a colaboração com outras startups para explorar novas oportunidades de mercado e tecnologias emergentes.


Os benefícios do CVB incluem a capacidade de inovar de forma ágil e alinhar essas iniciativas com os objetivos corporativos.
Veja a seguir outras características do modelo.


  • Identificação de oportunidades: exploração de novos mercados, tecnologias e soluções inovadoras.

  • Estruturação de equipes dedicadas: formação de equipes com mentalidade de startup e ênfase na criatividade.

  • Fornecimento de recursos e suporte: garantia de acesso a recursos financeiros, expertise técnica e orientação estratégica.

  • Cultura de empreendedorismo: promoção de uma cultura corporativa que valorize a inovação e encoraje a tomada de riscos calculados.

  • Modelo de parceria externa: mapeamento de parcerias com startups, aceleradoras ou incubadoras para complementar habilidades internas.



  • Avaliação e iteração contínua: monitoramento constante do progresso e agilidade para iterar com base em feedback e aprendizados.

Integração com estratégia corporativa global: alinhamento dos esforços de venture building com os objetivos globais da empresa.

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