O que é Business Design e para que ele serve
Redação Play • dez. 01, 2021

Business Design é um termo que vem ganhando tanto destaque em conversas corporativas que algumas vezes chega a dar a impressão de ser remédio para toda dor. Será que é isso mesmo? Para responder essa pergunta da melhor forma, é interessante entender o que ele significa e que tipo de problema pode de fato resolver.

O que é Business Design


A combinação de “business” com “design” pode gerar certa confusão para quem não está familiarizado com o assunto. Seu significado, porém, é mais simples do que parece. Business design é uma combinação de métodos de design para resolver questões complexas de business.


Aqui na Play Studio, por exemplo, toda metodologia que utilizamos para resolver questões relacionadas aos negócios dos nossos clientes é baseada em Business Design. Na prática, isso significa que olhamos para esses pontos com uma mentalidade de designer. De forma bem resumida, funciona assim:


  1. Nós entendemos problema do cliente;
  2. Colocamos o usuário (cliente do nosso cliente) no centro de tudo para analisar o problema em profundidade;
  3. Desenvolvemos hipóteses de soluções;
  4. Testamos as hipóteses com os usuários;
  5. Colhemos feedbacks, e dependendo do resultado, validamos as hipóteses da solução ou as revisitamos com base nos feedbacks para realização de novo teste, até que as hipóteses sejam validadas pelos clientes foco.


Qual é o princípio do Business Design


Como você deve ter percebido, o princípio do Business Design é colocar o usuário no centro de todo desenvolvimento e encontrar um ponto de inovação para o que será desenvolvido. Este mindset, que parece simples, é na realidade uma grande quebra do antigo paradigma de desenvolvimento das organizações, o de criar soluções de dentro para fora.


Muitas empresas ainda fazem isso e o Business Design surge exatamente para inverter essa lógica, dando prioridade para o entendimento profundo do usuário, das suas necessidades, dos seus hábitos e da sua personalidade como base para o desenvolvimento do que quer que seja. É esse o cerne do Business Design.


Para que serve o Business Design


O Business Design serve para desenvolver negócios, produtos ou serviços que tenham valor para o usuário, sejam inovadores e – o que também é essencial – viáveis financeira e tecnicamente.


De nada adianta desenvolver algo inovador que não seja desejável por ninguém ou lançar um produto que muita gente deseja, mas no fim das contas não se paga. Também é pouco útil criar um serviço que seja altamente desejável e teoricamente viável financeiramente, mas impossível de entregar porque ainda não existe uma tecnologia que o viabilize.


Como inserir a mentalidade de Business Design em um projeto


Business design não é uma metodologia que possa ser traduzida em um passo a passo – infelizmente. Como dissemos no início do texto, ele é, na verdade, um conjunto de métodos que podem ser utilizados de forma combinada para o desenvolvimento de projetos de inovação. No entanto, podemos indicar algumas formas de inserir o mindset do Business Design em determinadas etapas do desenvolvimento de uma solução.


1. Explorar o contexto do usuário


É nesta primeira etapa da chamada fase de exploração (para saber mais sobre o assunto, leia o artigo “A importância da etapa de exploração no processo de inovação“) que o conceito de Business Design se torna mais claro. Isso porque, neste momento, o objetivo é de fato colocar o usuário no centro de tudo e entender qual é o seu contexto, quais são as suas dores e de que forma a inovação pode gerar impacto ou ser uma “cura” para ele.


2. Aprofundar o conhecimento


Nesta segunda etapa, é preciso de fato mergulhar no conhecimento do usuário, saber quais são as suas motivações, como é a sua rotina, o que ele consome e por que consome. Vejamos um exemplo prático.


Recentemente, a Play Studio desenvolveu um projeto para implementação de um e-commerce de bebidas para um cliente. Como toda a nossa metodologia é baseada em Business Design, mergulhamos de cabeça para entender quem seria o usuário desse e-commerce. Fizemos entrevistas em profundidade e grupos focais até encontrarmos a nossa persona.

Essa pesquisa gerou insights importantes para o desenvolvimento da solução. Com base no perfil do usuário e seus principais interesses, definimos a melhor estratégia de parceria para lançamento do e-commerce, os produtos que poderiam ser lançados em conjunto para oferecer uma experiência completa e os tipos de experiência que agradam o consumidor, conectando o mundo on e off-line.


Entendendo os hábitos, desejos e expectativas desse usuário, construir uma solução para atendê-lo torna-se algo mais intuitivo e assertivo. 


3. Traçar hipóteses


Os insights gerados pelas entrevistas e grupos focais levam ao entendimento da persona em que devemos focar. A partir daí, é hora de traçar hipóteses de negócios e fazer os primeiros desenhos da solução. A ideia é apresentar uma versão de teste aos usuários e colher reações.


4. Avaliar feedbacks


Como tudo é centrado no usuário, faz parte do desenvolvimento colher seus feedbacks em relação à versão do produto ou serviço apresentado. A partir disso, há diferentes métodos que podem ser combinados para reunir essas impressões dos usuários e validar as hipóteses do negócio.


Na Play, um dos métodos que utilizamos para validar hipóteses de novos negócios online é o Smoke Test. No case do e-commerce que mencionamos acima, por exemplo, fizemos uma campanha online real, levando usuários para uma página que, embora ainda não estivesse disponível para compras, forneceu muitos dados.


Com isso, captamos informações e analisamos os níveis de interesse e de conversão para comparar com benchmarks, entendendo se aquela hipótese de negócio funcionava. Nesse caso, os resultados foram excelentes e seguimos em frente. Se eles nos mostrassem pouco interesse dos usuários selecionados pela solução, revistaríamos as hipóteses do negócio com base nos feedbacks colhidos durante o teste.


Ao seguir em frente, a próxima etapa é estudar a viabilidade financeira do projeto. Se você está nesse momento do seu projeto, não deixe de ler o artigo “A importância do estudo de viabilidade financeira para a inovação“. 


Por fim, vale destacar que cada empresa tem sua própria forma de pensar Business Design e de utilizar um conjunto de métodos para desenvolver projetos. A regra comum, no entanto, costuma ser a busca por soluções viáveis, inovadoras e desejáveis, considerando as necessidades dos usuários e, claro, a estratégia da empresa e o mercado em que a novidade será inserida.


VEJA TAMBÉM: Os principais termos do Corporate Venture Building reunidos em um glossário


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