Inovação 2.0: por que a Play quer se tornar uma Empresa B
Nathalie Dalle Molle • dez. 07, 2021

A inovação é um processo contínuo. Não apenas no sentido de não ter fim, mas também de estar aberto à evolução, à melhoria. Como uma corporate venture builder, entendemos que inovar melhor seja uma responsabilidade da Play. E, neste momento, isso significa atrelar o mindset de inovação à visão de impacto social e ambiental do nosso próprio negócio e dos negócios que desenvolvemos para nossos parceiros.


A essência do nosso trabalho é desenvolver novos negócios. Ao fazer isso, precisamos criar negócios responsáveis social e ambientalmente, que tenham essa preocupação no DNA. Inovação e impacto são conceitos que não podem mais se separar.

Com essa visão, desde o ano passado, criamos na Play um comitê interno para falar sobre temas de impacto. E um dos principais assuntos que discutimos é o Selo B. Queremos que a Play seja uma Empresa B – e não é para pendurar a certificação na parede. Queremos buscar o selo por meio de uma transformação interna, que deve envolver uma longa jornada de aprendizados.


Fomos inspirados por parceiros como Praya e Raízs, que já têm a certificação. E não somos um caso isolado. No Brasil, em 2018, 1.010 empresas submeteram suas práticas à certificação. Em 2019, foram 1.130. No ano seguinte, a quantidade praticamente dobrou: nada menos que 2.594 empresas iniciaram o processo para se tornar Empresa B.



Empresa B: questionando práticas e mindset


O mais interessante de todo o processo de certificação B, na minha opinião, é que ele gera uma análise da empresa como um todo. Tudo começa com um questionário online que é um verdadeiro assessment gratuito para empresas que querem criar um plano de ação para buscar a certificação.


A ferramenta é bem inteligente porque se adapta a cada tipo de negócio. Não faria sentido, por exemplo, uma corporate venture builder como a Play responder as mesmas perguntas de uma indústria têxtil. Somos uma empresa de serviços, que gera um tipo de impacto diferente da manufatura. Portanto, somos questionados de formas diferentes.


Quer ver alguns exemplos das questões levantadas? Fomos perguntados, por exemplo, se a Play tem pequenos negócios liderados por mulheres entre seus fornecedores. Como tentamos reduzir consumo de água e produção de lixo no home office. Quantas pessoas que pertencem a grupos vulneráveis nós empregamos. E mais: qual a diferença entre a remuneração da pessoa que ganha menos e da pessoa que ganha mais na empresa. Perguntaram também se sabemos o quanto nossa atuação gera bem-estar para nosso cliente. Pois é.


A busca pela certificação nos faz olhar pontos que não necessariamente estão no dia a dia do negócio. Estamos aqui com todas essas questões latentes, buscando caminhos e iniciando um plano de ação. Esse será nosso primeiro passo. O próximo será começar a desenvolver projetos que tenham essa pegada de impacto social e ambiental da concepção à execução. Para criar negócios assim, entendemos que precisamos antes passar por essa jornada.


Nossa meta é submeter a Play ao Selo B até o final de 2022. Queremos engajar o time inteiro e, para isso, já nos dividimos em pequenos comitês para discutir as ações que devemos tomar. Entendemos que a certificação não é um destino, é uma jornada contínua. E queremos faz parte desse movimento.


Não faz sentido criar negócios com aquela visão antiga de buscar apenas o lucro porque também o lucro tem seu prazo de validade se não olharmos para outros aspectos. Precisamos considerar que Empresas B atraem pessoas engajadas com a agenda social e ambiental, que buscam um propósito e não querem apenas trabalhar por salário. O selo B atrai também consumidores que tendem a ser cada vez mais alinhados a essas causas e exigir o mesmo das marcas. Coerência é a palavra.


Por fim, se hoje a Play consegue alavancar a área de inovação de grandes empresas, acreditamos que também seja possível plantar nelas uma visão de impacto, de preocupação social e ambiental, levando esse tema para a alta gestão. É uma semente que certamente dará frutos. Vamos juntos?

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