Sea Shepherd e Play Studio: a inovação como solução para causas ambientais
Por Daniel Niggli e Nathalie Dalle Molle • set. 28, 2022

Toda boa história conta com alguns elementos essenciais, como ideias inspiradoras, personagens engajados e uma boa solução no final. A história da parceria entre Sea Shepherd e Play Studio não é diferente. 


A organização internacional de conservação da vida marinha
existe desde 1977 e conta com uma operação brasileira independente há 23 anos. O objetivo da ONG é defender, conservar e proteger os ecossistemas marinhos. Para isso, ela utiliza táticas para documentar e agir, quando necessário, para expor e confrontar atividades ilegais nos oceanos.


Apesar do trabalho sério e difícil da ONG, não eram apenas os desafios envolvendo a defesa da vida marinha que preocupavam os envolvidos no projeto. 


A captação de receita para financiar a atuação era uma grande dor, mas sabíamos que com a expertise do nosso time seria possível mudar o rumo dessa história. 


Acompanhe a leitura para entender melhor os desafios e as soluções encontradas. 


Os desafios de uma organização sem fins lucrativos


Sabemos que a captação de recursos não é uma questão exclusiva da Sea Shepherd. Trata-se de um desafio enfrentado pela maioria das organizações sem fins lucrativos, especialmente em países que não contam com uma cultura de doação forte, como é o caso do Brasil.


E essa dor não era infundada: a falta de recursos limitava a operação. Afinal, é a arrecadação que permite investir em ações, campanhas, contratação de profissionais capacitados, etc. 


Como poderíamos, então, aliar propósito com estratégias de arrecadação? Foi em cima dessa pergunta que trabalhamos em conjunto com a Sea Shepherd Brasil.


Durante a fase de exploração, procuramos buscar insights estudando estratégias de outras organizações e realizamos a análise de benchmarking.


Os desafios eram velhos conhecidos nossos, encontrados anteriormente em diversos outros projetos. Lidar com equipes pequenas e a falta de braço para tocar novas iniciativas faziam parte da lista.


Por outro lado, o combustível para qualquer negócio prosperar estava presente: todos os envolvidos no projeto eram apaixonados pela causa. Faltavam a previsibilidade e os modelos de receita que levariam ao crescimento. 


Quais foram as soluções encontradas pelo nosso time? 


Com a pesquisa primária, realizamos entrevistas junto aos colaboradores – voluntários e remunerados – e conseguimos compreender a realidade e as possibilidades da operação brasileira da Sea Shepherd.


Com essas informações em mãos, surgiram insights para um diagnóstico situacional e quais seriam os próximos passos para alcançar melhores resultados. A partir disso, priorizamos quatro pilares de arrecadação e desenhamos um plano estratégico para responder quatro questões fundamentais:


  • Quais pessoas eram necessárias para realizar essas ações?
  • Quais recursos seriam primordiais?
  • Quantas pessoas estariam envolvidas?
  • Que resultado esperar de cada um desses pilares?


Através de mentorias semanais, nosso time de venture builders conduziu o plano para entender quais ações seriam realizadas. 


Como resultado, a Sea Shepherd Brasil além de expandir sua equipe e encontrar novas frentes de arrecadação, viu o mindset do time mudar: a necessidade de alinhar o plano estratégico com a causa social havia se tornado clara.


Das conversas também surgiu a necessidade de criar rotinas de governança, adaptando rituais, conduzindo discussões e formando os times certos para cada área, garantindo a inovação organizacional.


Ao fim do projeto, a Sea Shepherd Brasil estava pronta para conduzir essas mudanças por conta própria.


A experiência com a Sea Shepherd na visão do nosso time 


Apesar de termos encontrado similaridades nos desafios que uma organização sem fins lucrativos e uma startup enfrentam no que se refere ao aumento de receita, havia diferenças essenciais que precisavam ser levadas em consideração.


Para nós, venture builders acostumados a lidar com a criação, o desenvolvimento e a alavancagem de negócios, o projeto trouxe aprendizados importantes. 


Um deles foi não esquecer o olhar do impacto, mantendo em mente que as ações tomadas por aquelas pessoas mudam a vida de muitos animais marinhos e a conservação dos oceanos. E isso também nos afeta. 


Também foi diferente lidar com os colaboradores que trabalham como voluntários, sem alguns benefícios tradicionais, mas motivados pela paixão e pela vontade de fazer a diferença. 


Diferenças e semelhanças ficaram para trás e focamos em fazer o que fazemos de melhor: tirar ideias do papel. Aliando propósito a uma visão estratégica de negócios, foi possível chegar a resultados muito satisfatórios.


Startups, assim como organizações de impacto social, também nascem de um sonho. E o papel da Play Studio, em ambos os casos, é apontar quais são os melhores caminhos para o crescimento.


* Daniel Niggli e Nathalie Dalle Molle são venture leaders na Play Studio.

Leia também outros artigos

intraempreendedorismo
10 mai., 2024
Descubra o que é intraempreendedorismo, competências-chave, tipos, benefícios e etapas do processo para estimular a inovação na sua empresa.
Validação de produtos
04 mai., 2024
Descubra como a validação de produtos é essencial antes de lançar no mercado. Aprenda o que é, como funciona e explore as etapas necessárias para o sucesso.
Business Model Canvas
Por Bruna Mainente 29 abr., 2024
Aprenda tudo sobre o Business Model Canvas: descubra o que é, veja exemplos práticos e obtenha um guia passo a passo sobre como preencher para seu negócio.
Ver mais
Share by: