Como as Corporate Venture Builders atuam e criam negócios para corporações?
Redação Play • abr. 19, 2023

As venture builders fazem parte do ecossistema de startups há anos. Conhecidas como "fábricas de startups", empresas como a Science Inc – responsável pelo case bilionário do Dollar Shave Club – fundam, desenvolvem e aceleram unicórnios ao redor do mundo.


Porém, a "era do dinheiro fácil" para as startups parece ter chegado ao fim. Ao menos por ora. O colapso do Silicon Valley Bank e as demissões em massa dão sinais de que o ecossistema precisará se reinventar.


As corporações tradicionais voltam a ganhar mais atenção e protagonismo. Com elas, as Corporate Venture Builders despontam como solução para o desenvolvimento de novos negócios.


Mas o que são Corporate Venture Builders? Tratam-se de organizações que exploram novos modelos de negócio, investem, criam novos produtos e aceleram ‘startups corporativas’. Depois disso, as entregam à empresa-mãe prontas para escalar.


Em resumo, as venture builders corporativas tiram ideias do papel e colocam a mão na massa. Tudo isso aliando as estratégias de inovação, a agilidade e o capital intelectual de talentos disruptivos das startups aos recursos da corporação e do ecossistema.


Ao longo deste artigo, explicaremos como as Corporate Venture Builders atuam e ajudam grandes corporações a inovar. Mas antes, aproveite para baixar nosso whitepaper completo sobre Corporate Venture Building (CVB). Descubra o poder desse modelo de inovação que conquista cada vez mais espaço e acompanhe a leitura.

banner do whitepaper sobre corporate venture building

O que faz uma Corporate Venture Builder?

Da mesma forma que venture builders fundam e desenvolvem startups, as Corporate Venture Builders fazem o mesmo junto a corporações: ajudam a criar formatos disruptivos de operação, viabilizar novos negócios e explorar novos segmentos de mercado.


Elas têm experiência, infraestrutura e recursos para fomentar a inovação, enquanto grandes empresas costumam esbarrar em uma série de limitações — que vão de processos rígidos e baixa propensão ao risco à falta de agilidade, de flexibilidade e de recursos humanos.


Ou seja, em vez de fazer altos investimentos em startups, grandes companhias buscam nas Corporate Venture Builders soluções com foco no longo prazo para fomentar suas próprias startups.


Na metodologia proprietária da Play Studio, abordamos os diferentes momentos e necessidades de uma corporação ao investir em CVB. O processo envolve duas macro etapas principais:


  • Venture Creation
  • Exploração;
  • Concepção;
  • Validação.


  • Venture Development
  • Viabilização;
  • Construção;
  • Aceleração.


A partir do Venture Creation, definimos territórios de inovação alinhados aos objetivos da companhia, exploramos contextos de negócios para identificar dores e oportunidades de modelar novas soluções e, por fim, testamos de forma ágil com protótipos e MVPs, mensurando no mundo real a demanda por essas soluções.


Depois de validar a ideia, é hora de desenvolvê-la através do Venture Development. Nesta etapa, expandimos o novo negócio e ativamos os canais de aquisição em busca da escalabilidade.


Avaliamos a eficiência financeira através de testes rápidos, parcerias e o uso de alavancas corporativas que conduzam a um Unit Economics saudável.

Confira o processo na ilustração abaixo.

Vale lembrar que o trabalho de criação de uma startup feito por uma builder é diferente do de incubadoras e aceleradoras. Enquanto estas oferecem programas de aceleração, a Corporate Venture Builder coloca a mão na massa, entregando a startup pronta.


E você: precisa de ajuda? Fale agora com um de nossos venture builders e descubra como a Play pode ajudar a destravar a inovação através de novos negócios.

As 3 formas de atuação de uma Corporate Venture Builder

O momento é propício, e as corporações buscam por novos caminhos. O trajeto, no entanto, não é único. Corporate Venture Builders oferecem três principais formas de inovar que podem ser resumidas pelos termos:



  1. Make – criar sua própria startup;
  2. Buy – adquirir uma startup;
  3. Ally – se aliar a uma startup.

1. Criar uma startup corporativa do zero

Gestar uma startup do zero é a especialidade número 1 das Corporate Venture Builders. No modelo Make do tripé, a corporação identifica uma oportunidade fora do seu core business e transfere a missão de transformá-la em negócio.


A builder, então, assume o risco da criação da startup. Ela passa a trabalhar para que o negócio vingue, aplicando metodologias próprias de inovação corporativa, recursos humanos e expertise.


Depois que a operação tem início e prova ser viável, a startup é devolvida à organização, pronta para ter seus produtos ou serviços absorvidos. Nesse ponto, a empresa pode incorporá-la, investir para que escale de maneira isolada ou procurar sócios interessados em promover o novo negócio.

Quando escolher o Make?

Escolher o Make é a rota indicada quando a companhia tradicional quer ser reconhecida como disruptiva. Também faz sentido construir do zero determinadas capacidades se houver certeza de que o serviço ou produto relacionado será bem-sucedido.


Além disso, um estudo da Washington Foster School of Business apontou que investidores veem de forma mais positiva inovações produzidas internamente ou por meio de parcerias.


Aproveite para ler nosso artigo com 10 exemplos de ventures corporativas e inspire-se com as soluções inovadoras de corporações mundo afora.

2. Comprar uma startup

A builder corporativa pode intermediar a aquisição de uma startup que esteja no mercado se entender que ela já produz o que foi identificado. Fazer mudanças e correções fica a cargo da Corporate Venture Builder, que “devolve a startup” à corporação totalmente ajustada às suas necessidades, viável ao seu planejamento e em operação. Essa é a grande diferença para uma fusão ou aquisição (M&A).


Do ponto de vista da companhia-mãe, o modelo Buy encurta o caminho e facilita a inovação que complementa seu core ou oferece aos clientes um benefício novo e real.


Para áreas altamente saturadas, uma novidade disruptiva que entregue vantagem competitiva também justifica a escolha.


Com aquisições de pequenas empresas segmentadas, a grande organização ainda amplia o repertório de seus talentos internos e ganha profissionais com capacidades técnicas especializadas.

3. Aliar-se a uma startup

Outra alternativa é estabelecer aliança com uma empresa existente. Com a demanda da companhia em mãos, a Corporate Venture Builder se une a uma startup e conduz todos os ajustes necessários para entregar a inovação buscada.


De maneira geral, recomenda-se o modelo Ally para construir novos produtos ou serviços que não façam parte do core business.


Outro cenário que favorece a formação de aliança é quando a empresa não está certa sobre qual competidor de um nicho se tornará dominante.


Diante do risco que um movimento mais agressivo representa, acaba sendo mais seguro estabelecer uma – ou algumas – relação de parceria. A ideia é deixar portas abertas e, com o panorama do mercado mais claro, ter agilidade caso seja vantajoso fechar uma aquisição.


A melhor escolha depende dos objetivos, nível de cultura de inovação e mercado no qual a companhia-mãe está inserida. Trata-se de uma análise que a própria builder pode ajudá-la a fazer, indicando o caminho mais seguro, eficaz e vantajoso rumo à inovação.


Independentemente da decisão, o movimento segue a tendência da busca pela criação de novos negócios, citada pela maioria dos executivos C-Level no último estudo New Business Building, da McKinsey.

estudo mckinsey survey on new-business building sobre a importância da criação de novos negócios

Fonte: McKinsey Global Survey on new-business building, 2022

Além disso, mesmo diante das sequelas da pandemia, guerra na Ucrânia e incertezas macroeconômicas, outro mercado segue crescendo: o Corporate Venture Capital. A pesquisa CVC Brasil 2022, realizada pela Elo Group, aponta o amadurecimento do setor no país, sugerindo oportunidades para o capital de risco de grandes empresas.


A metodologia que ajudou marcas como Dollar Shave Club e Coinbase a se tornarem unicórnios partindo do zero se renova para ir ao encontro das gigantes que, frente à resistência de uma cultura organizacional pouco flexível, tentam descobrir os negócios que vão formar a próxima geração de grandes empreendimentos.


Serão as Corporate Venture Builders os catalisadores responsáveis por ajudar corporações a criar os próximos grandes negócios bilionários? Acompanharemos de perto os próximos capítulos.

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