O funil de inovação é uma ferramenta aplicada para que organizações consigam analisar e priorizar ideias inovadoras de acordo com os objetivos da companhia e a evolução de cada ideia. Também conhecido como funil da inovação, trata-se de uma representação visual do processo de inovação em uma empresa.
Assim como em um funil de vendas, o formato reflete o afunilamento de ideias à medida em que elas avançam pelas etapas. Assim, torna-se possível alocar recursos de forma mais assertiva, baseada em resultados.
A implementação parte da lógica: o topo do funil. É onde uma grande quantidade de novas ideias é gerada, antes de descer pelo meio, quando são filtradas e priorizadas, até o fundo para, enfim, colocar as melhores em prática.
Assim como nos conceitos de inovação corporativa e gestão da inovação, não há registros de um responsável pela criação do funil de inovação. Diz-se que a idealização evoluiu ao longo do tempo, se moldando às novas realidades e se adequando como resultado coletivo de diferentes profissionais e acadêmicos.
Ao longo deste artigo, vamos detalhar o conceito, os benefícios, as etapas e como implementá-las para inovar através do funil. Acompanhe a leitura.
Entre vantagens tangíveis e intangíveis, destacamos abaixo os quatro principais benefícios do funil de inovação para as empresas:
Conhecido por cunhar o termo Open Innovation, o americano Henry Chesbrough também adaptou a concepção do funil de inovação para criar o Funil de Inovação Aberta.
Além de conectar os dois conceitos, ele também
acrescentou a essência da participação de agentes externos
ao novo funil. Fundamental na inovação aberta, ela reforça a importância de parceiros de fora da empresa no processo de inovação, com ideias chegando de fontes internas e externas. Dessa maneira,
venture builders, startups, universidades e até clientes passam a fazer parte dos planos de uma corporação que visa inovar.
Confira na imagem abaixo o desenho que representa o Funil da Inovação Aberta de Chesbrough.
Diagrama do Funil da Inovação Aberta, desenhado por Henry Chesbrough em 2004.
Por não ser um conceito criado por uma única pessoa, muitos profissionais se questionam: quais são as etapas do funil de inovação? O que importa realmente não é o nome das etapas, mas sim o objetivo por trás de cada uma:
A seguir, você confere detalhadamente o que são e como funcionam essas etapas. Antes disso, preparamos um resumo rápido na tabela abaixo para te ajudar a compreender brevemente.
Etapa do funil | Resumo |
---|---|
Topo do funil de inovação | Geração e captação de ideias internas e externas em grande quantidade. |
Meio do funil de inovação | Análise, filtragem e priorização das ideias que serão definidas para tornarem-se projetos e iniciativas de inovação. |
Fundo do funil de inovação | Teste e execução das ideias na prática com acompanhamento e resultados. |
A primeira etapa do funil de inovação envolve captar um grande volume de ideias provenientes de várias e diferentes fontes. A partir da definição de uma lista de desafios e oportunidades, a empresa apresenta a oportunidade de fomentar ideias que contribuam com os objetivos finais.
Os próprios colaboradores representam um recurso inestimável para a geração de ideias. Eles participam da rotina e estão diretamente conectados com o core business. Por outro lado, uma equipe de P&D também contribui com dados e pesquisas relevantes. Ou seja, todos podem ser importantes nesta etapa.
Além disso,
ideias externas, vindas de clientes, fornecedores, parceiros e até concorrentes – através de benchmarking –
também podem fomentar discussões interessantes.
As ideias podem surgir naturalmente, mas não se contente apenas com isso. Invista em
técnicas de geração de ideias como brainstorming, 5W1H, brainwriting e diversas outras para fomentá-las. Assim, será possível obter uma maior quantidade e extrair o máximo de todos os recursos disponíveis na ideação.
Quer se aprofundar no assunto? Aproveite para ler nosso artigo sobre
como estimular a geração de ideias inovadoras em grandes empresas.
É importante ressaltar que os
objetivos precisam ser claros para que as ideias estejam alinhadas e não haja desperdício de esforço. Entenda o momento da companhia, quais provocações surgem dos problemas enfrentados e quais oportunidades merecem atenção.
Apenas ideias não são o suficiente para criar projetos inovadores. Por isso, depois de coletar uma quantidade considerável de ideias, é hora de analisá-las, filtrar as melhores e fazer uma triagem para priorizar o que faz mais sentido no atual momento.
O resultado da segunda etapa do funil é a definição dequais ideias serão aprovadas para se tornarem iniciativas de inovação na empresa.
Aqui, o gestor de inovação desempenha um papel fundamental para analisar o potencial de retorno e risco envolvendo cada ideia. Esse profissional é responsável por avaliar e aprovar, sempre com base nos parâmetros alinhados com o objetivo da corporação.
Para ideias mais simples, pode-se delegar a aprovação para os próprios colaboradores. No entanto, quando se trata de uma ideia mais robusta, que envolve mais esforço e recursos, é recomendado que haja um comitê de inovação responsável.
A criação de um novo negócio como spin-off corporativo, por exemplo, demanda uma análise mais aprofundada. Envolve mais investimentos, capital intelectual e até a exploração de um potencial novo mercado, e por isso é preciso ir a fundo para aprovar, ou não, uma ideia desse porte.
Também pode-se usar a frameworks como a Matriz CSD para facilitar a visualização de ideias mais complexas.
Após a definição de quais ideias serão priorizadas, chega o momento de testá-las na prática. Essa é a etapa mais complexa, mas também a que está diretamente relacionada com o processo de transformar a ideia em uma inovação real.
Assim como a aprovação, a execução de uma inovação incremental certamente é mais simples do que outros
tipos.
A ideia de mudar algo simples precisa de menos testes e recursos, enquanto uma ideia que envolva desenvolver um
novo modelo de negócio, produto ou um serviço carece de uma demanda muito maior. Ou seja, cada ideia tem suas próprias necessidades e características.
Porém, para explicar de maneira prática, vamos exemplificar com uma indústria que decidiu investir na criação de um novo produto. Para testar e executar essa ideia, será necessário realizar
três tarefas essenciais:
Depois disso, a execução precisa ser acompanhada e os resultados monitorados. O objetivo traçado, assim como o potencial de retorno sobre o investimento (ROI) tem que ser uma métrica avaliada com frequência visando o sucesso da iniciativa.
A missão de desenvolver um novo produto do zero dentro de uma corporação também traz diversos outros desafios após o cumprimento do funil da inovação. Essas necessidades vão ao encontro do conceito de
Corporate Venture Building (CVB), o modelo para o futuro dos negócios e inovação.
De acordo com o relatório
The State of New-Business Building,
da McKinsey, mais da metade dos executivos líderes de grandes empresas apontam o desenvolvimento de novos negócios como uma das prioridades para 2023.
Seja para explorar, conceber ou validar ideias, o
CVB se encaixa completamente no funil de inovação, ajudando corporações a inovar através da criação de negócios.
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