O que é um funil de inovação? Etapas e como aplicá-las para inovar
O funil de inovação é uma ferramenta aplicada para que organizações consigam analisar e priorizar ideias inovadoras de acordo com os objetivos da companhia e a evolução de cada ideia. Também conhecido como funil da inovação, trata-se de uma representação visual do processo de inovação em uma empresa.
Assim como em um funil de vendas, o formato reflete o afunilamento de ideias à medida em que elas avançam pelas etapas. Assim, torna-se possível alocar recursos de forma mais assertiva, baseada em resultados.
A implementação parte da lógica: o topo do funil. É onde uma grande quantidade de novas ideias é gerada, antes de descer pelo meio, quando são filtradas e priorizadas, até o fundo para, enfim, colocar as melhores em prática.
Assim como nos conceitos de inovação corporativa e gestão da inovação, não há registros de um responsável pela criação do funil de inovação. Diz-se que a idealização evoluiu ao longo do tempo, se moldando às novas realidades e se adequando como resultado coletivo de diferentes profissionais e acadêmicos.
Ao longo deste artigo, vamos detalhar o conceito, os benefícios, as etapas e como implementá-las para inovar através do funil. Acompanhe a leitura.

4 benefícios do funil de inovação
Entre vantagens tangíveis e intangíveis, destacamos abaixo os quatro principais benefícios do funil de inovação para as empresas:
- clareza com objetivo mais bem definidos;
- eficiência na alocação de recursos financeiros e intelectuais;
- aprimoramento do processo de desenvolvimento de ideias; e
- agilidade para tirar ideias do papel.
Open Innovation e a adaptação para o Funil da Inovação Aberta
Conhecido por cunhar o termo Open Innovation, o americano Henry Chesbrough também adaptou a concepção do funil de inovação para criar o Funil de Inovação Aberta.
Além de conectar os dois conceitos, ele também
acrescentou a essência da participação de agentes externos
ao novo funil. Fundamental na inovação aberta, ela reforça a importância de parceiros de fora da empresa no processo de inovação, com ideias chegando de fontes internas e externas. Dessa maneira,
venture builders, startups, universidades e até clientes passam a fazer parte dos planos de uma corporação que visa inovar.
Confira na imagem abaixo o desenho que representa o Funil da Inovação Aberta de Chesbrough.

Diagrama do Funil da Inovação Aberta, desenhado por Henry Chesbrough em 2004.
As 3 etapas do funil de inovação e como aplicá-las
Por não ser um conceito criado por uma única pessoa, muitos profissionais se questionam: quais são as etapas do funil de inovação? O que importa realmente não é o nome das etapas, mas sim o objetivo por trás de cada uma:
- etapa 1: geração de ideias – topo do funil;
- etapa 2: análise, filtragem e priorização – meio do funil;
- etapa 3: teste e execução – fundo do funil.
A seguir, você confere detalhadamente o que são e como funcionam essas etapas. Antes disso, preparamos um resumo rápido na tabela abaixo para te ajudar a compreender brevemente.
Etapa do funil | Resumo |
---|---|
Topo do funil de inovação | Geração e captação de ideias internas e externas em grande quantidade. |
Meio do funil de inovação | Análise, filtragem e priorização das ideias que serão definidas para tornarem-se projetos e iniciativas de inovação. |
Fundo do funil de inovação | Teste e execução das ideias na prática com acompanhamento e resultados. |
Etapa 1: geração de ideias
A primeira etapa do funil de inovação envolve captar um grande volume de ideias provenientes de várias e diferentes fontes. A partir da definição de uma lista de desafios e oportunidades, a empresa apresenta a oportunidade de fomentar ideias que contribuam com os objetivos finais.
Os próprios colaboradores representam um recurso inestimável para a geração de ideias. Eles participam da rotina e estão diretamente conectados com o core business. Por outro lado, uma equipe de P&D também contribui com dados e pesquisas relevantes. Ou seja, todos podem ser importantes nesta etapa.
Além disso,
ideias externas, vindas de clientes, fornecedores, parceiros e até concorrentes – através de benchmarking –
também podem fomentar discussões interessantes.
As ideias podem surgir naturalmente, mas não se contente apenas com isso. Invista em
técnicas de geração de ideias como brainstorming, 5W1H, brainwriting e diversas outras para fomentá-las. Assim, será possível obter uma maior quantidade e extrair o máximo de todos os recursos disponíveis na ideação.
Quer se aprofundar no assunto? Aproveite para ler nosso artigo sobre
como estimular a geração de ideias inovadoras em grandes empresas.
É importante ressaltar que os
objetivos precisam ser claros para que as ideias estejam alinhadas e não haja desperdício de esforço. Entenda o momento da companhia, quais provocações surgem dos problemas enfrentados e quais oportunidades merecem atenção.
Etapa 2: análise, filtragem e priorização
Apenas ideias não são o suficiente para criar projetos inovadores. Por isso, depois de coletar uma quantidade considerável de ideias, é hora de analisá-las, filtrar as melhores e fazer uma triagem para priorizar o que faz mais sentido no atual momento.
O resultado da segunda etapa do funil é a definição dequais ideias serão aprovadas para se tornarem iniciativas de inovação na empresa.
Aqui, o gestor de inovação desempenha um papel fundamental para analisar o potencial de retorno e risco envolvendo cada ideia. Esse profissional é responsável por avaliar e aprovar, sempre com base nos parâmetros alinhados com o objetivo da corporação.
Para ideias mais simples, pode-se delegar a aprovação para os próprios colaboradores. No entanto, quando se trata de uma ideia mais robusta, que envolve mais esforço e recursos, é recomendado que haja um comitê de inovação responsável.
A criação de um novo negócio como spin-off corporativo, por exemplo, demanda uma análise mais aprofundada. Envolve mais investimentos, capital intelectual e até a exploração de um potencial novo mercado, e por isso é preciso ir a fundo para aprovar, ou não, uma ideia desse porte.
Também pode-se usar a frameworks como a Matriz CSD para facilitar a visualização de ideias mais complexas.
Etapa 3: teste e execução
Após a definição de quais ideias serão priorizadas, chega o momento de testá-las na prática. Essa é a etapa mais complexa, mas também a que está diretamente relacionada com o processo de transformar a ideia em uma inovação real.
Assim como a aprovação, a execução de uma inovação incremental certamente é mais simples do que outros
tipos.
A ideia de mudar algo simples precisa de menos testes e recursos, enquanto uma ideia que envolva desenvolver um
novo modelo de negócio, produto ou um serviço carece de uma demanda muito maior. Ou seja, cada ideia tem suas próprias necessidades e características.
Porém, para explicar de maneira prática, vamos exemplificar com uma indústria que decidiu investir na criação de um novo produto. Para testar e executar essa ideia, será necessário realizar
três tarefas essenciais:
- criar um pitch deck corporativo para captar recursos internamente;
- preparar os colaboradores para a inovação proposta; e
- planejar e executar uma estratégia de go-to-market.
Depois disso, a execução precisa ser acompanhada e os resultados monitorados. O objetivo traçado, assim como o potencial de retorno sobre o investimento (ROI) tem que ser uma métrica avaliada com frequência visando o sucesso da iniciativa.
A missão de desenvolver um novo produto do zero dentro de uma corporação também traz diversos outros desafios após o cumprimento do funil da inovação. Essas necessidades vão ao encontro do conceito de
Corporate Venture Building (CVB), o modelo para o futuro dos negócios e inovação.
De acordo com o relatório
The State of New-Business Building,
da McKinsey, mais da metade dos executivos líderes de grandes empresas apontam o desenvolvimento de novos negócios como uma das prioridades para 2023.
Seja para explorar, conceber ou validar ideias, o
CVB se encaixa completamente no funil de inovação, ajudando corporações a inovar através da criação de negócios.
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