O que é um funil de inovação? Etapas e como aplicá-las para inovar
Redação Play • abr. 13, 2023

O funil de inovação é uma ferramenta aplicada para que organizações consigam analisar e priorizar ideias inovadoras de acordo com os objetivos da companhia e a evolução de cada ideia. Também conhecido como funil da inovação, trata-se de uma representação visual do processo de inovação em uma empresa.


Assim como em um funil de vendas, o formato reflete o afunilamento de ideias à medida em que elas avançam pelas etapas. Assim, torna-se possível alocar recursos de forma mais assertiva, baseada em resultados.


A implementação parte da lógica: o topo do funil. É onde uma grande quantidade de novas ideias é gerada, antes de descer pelo meio, quando são filtradas e priorizadas, até o fundo para, enfim, colocar as melhores em prática.


Assim como nos conceitos de inovação corporativa e gestão da inovação, não há registros de um responsável pela criação do funil de inovação. Diz-se que a idealização evoluiu ao longo do tempo, se moldando às novas realidades e se adequando como resultado coletivo de diferentes profissionais e acadêmicos.


Ao longo deste artigo, vamos detalhar o conceito, os benefícios, as etapas e como implementá-las para inovar através do funil. Acompanhe a leitura.

etapas do funil de inovação

4 benefícios do funil de inovação

Entre vantagens tangíveis e intangíveis, destacamos abaixo os quatro principais benefícios do funil de inovação para as empresas:


  1. clareza com objetivo mais bem definidos;
  2. eficiência na alocação de recursos financeiros e intelectuais;
  3. aprimoramento do processo de desenvolvimento de ideias; e
  4. agilidade para tirar ideias do papel.



Open Innovation e a adaptação para o Funil da Inovação Aberta

Conhecido por cunhar o termo Open Innovation, o americano Henry Chesbrough também adaptou a concepção do funil de inovação para criar o Funil de Inovação Aberta.


Além de conectar os dois conceitos, ele também acrescentou a essência da participação de agentes externos ao novo funil. Fundamental na inovação aberta, ela reforça a importância de parceiros de fora da empresa no processo de inovação, com ideias chegando de fontes internas e externas. Dessa maneira, venture builders, startups, universidades e até clientes passam a fazer parte dos planos de uma corporação que visa inovar.


Confira na imagem abaixo o desenho que representa o Funil da Inovação Aberta de Chesbrough.

funil de inovação aberta criado por Henry Chesbrough

Diagrama do Funil da Inovação Aberta, desenhado por Henry Chesbrough em 2004.



As 3 etapas do funil de inovação e como aplicá-las

Por não ser um conceito criado por uma única pessoa, muitos profissionais se questionam: quais são as etapas do funil de inovação? O que importa realmente não é o nome das etapas, mas sim o objetivo por trás de cada uma:


  • etapa 1: geração de ideias – topo do funil;
  • etapa 2: análise, filtragem e priorização – meio do funil;
  • etapa 3: teste e execução – fundo do funil.


A seguir, você confere detalhadamente o que são e como funcionam essas etapas. Antes disso, preparamos um resumo rápido na tabela abaixo para te ajudar a compreender brevemente.

Etapa do funil Resumo
Topo do funil de inovação Geração e captação de ideias internas e externas em grande quantidade.
Meio do funil de inovação Análise, filtragem e priorização das ideias que serão definidas para tornarem-se projetos e iniciativas de inovação.
Fundo do funil de inovação Teste e execução das ideias na prática com acompanhamento e resultados.

Etapa 1: geração de ideias

A primeira etapa do funil de inovação envolve captar um grande volume de ideias provenientes de várias e diferentes fontes. A partir da definição de uma lista de desafios e oportunidades, a empresa apresenta a oportunidade de fomentar ideias que contribuam com os objetivos finais.


Os próprios colaboradores representam um recurso inestimável para a geração de ideias. Eles participam da rotina e estão diretamente conectados com o core business. Por outro lado, uma equipe de P&D também contribui com dados e pesquisas relevantes. Ou seja, todos podem ser importantes nesta etapa.


Além disso, ideias externas, vindas de clientes, fornecedores, parceiros e até concorrentes – através de benchmarking – também podem fomentar discussões interessantes.


As ideias podem surgir naturalmente, mas não se contente apenas com isso. Invista em técnicas de geração de ideias como brainstorming, 5W1H, brainwriting e diversas outras para fomentá-las. Assim, será possível obter uma maior quantidade e extrair o máximo de todos os recursos disponíveis na ideação.


Quer se aprofundar no assunto? Aproveite para ler nosso artigo sobre como estimular a geração de ideias inovadoras em grandes empresas.


É importante ressaltar que os objetivos precisam ser claros para que as ideias estejam alinhadas e não haja desperdício de esforço. Entenda o momento da companhia, quais provocações surgem dos problemas enfrentados e quais oportunidades merecem atenção.



Etapa 2: análise, filtragem e priorização

Apenas ideias não são o suficiente para criar projetos inovadores. Por isso, depois de coletar uma quantidade considerável de ideias, é hora de analisá-las, filtrar as melhores e fazer uma triagem para priorizar o que faz mais sentido no atual momento.


O resultado da segunda etapa do funil é a definição dequais ideias serão aprovadas para se tornarem iniciativas de inovação na empresa.


Aqui, o gestor de inovação desempenha um papel fundamental para analisar o potencial de retorno e risco envolvendo cada ideia. Esse profissional é responsável por avaliar e aprovar, sempre com base nos parâmetros alinhados com o objetivo da corporação.


Para ideias mais simples, pode-se delegar a aprovação para os próprios colaboradores. No entanto, quando se trata de uma ideia mais robusta, que envolve mais esforço e recursos, é recomendado que haja um comitê de inovação responsável.


A criação de um novo negócio como spin-off corporativo, por exemplo, demanda uma análise mais aprofundada. Envolve mais investimentos, capital intelectual e até a exploração de um potencial novo mercado, e por isso é preciso ir a fundo para aprovar, ou não, uma ideia desse porte.


Também pode-se usar a frameworks como a Matriz CSD para facilitar a visualização de ideias mais complexas.



Etapa 3: teste e execução

Após a definição de quais ideias serão priorizadas, chega o momento de testá-las na prática. Essa é a etapa mais complexa, mas também a que está diretamente relacionada com o processo de transformar a ideia em uma inovação real.


Assim como a aprovação, a execução de uma inovação incremental certamente é mais simples do que outros tipos.


A ideia de mudar algo simples precisa de menos testes e recursos, enquanto uma ideia que envolva desenvolver um novo modelo de negócio, produto ou um serviço carece de uma demanda muito maior. Ou seja, cada ideia tem suas próprias necessidades e características.


Porém, para explicar de maneira prática, vamos exemplificar com uma indústria que decidiu investir na criação de um novo produto. Para testar e executar essa ideia, será necessário realizar três tarefas essenciais:


  1. criar um pitch deck corporativo para captar recursos internamente; 
  2. preparar os colaboradores para a inovação proposta; e
  3. planejar e executar uma estratégia de go-to-market.


Depois disso, a execução precisa ser acompanhada e os resultados monitorados. O objetivo traçado, assim como o potencial de retorno sobre o investimento (ROI) tem que ser uma métrica avaliada com frequência visando o sucesso da iniciativa.


A missão de desenvolver um novo produto do zero dentro de uma corporação também traz diversos outros desafios após o cumprimento do funil da inovação. Essas necessidades vão ao encontro do conceito de Corporate Venture Building (CVB), o modelo para o futuro dos negócios e inovação.


De acordo com o relatório The State of New-Business Building, da McKinsey, mais da metade dos executivos líderes de grandes empresas apontam o desenvolvimento de novos negócios como uma das prioridades para 2023.


Seja para explorar, conceber ou validar ideias, o CVB se encaixa completamente no funil de inovação, ajudando corporações a inovar através da criação de negócios.


Quer saber mais? Baixe agora nosso whitepaper e conheça a metodologia que já ajudou organizações como Nestlé, Baruel, Beam Suntory e Viveo a inovar.

banner do whitepaper de corporate venture building

Leia também outros artigos

intraempreendedorismo
10 mai., 2024
Descubra o que é intraempreendedorismo, competências-chave, tipos, benefícios e etapas do processo para estimular a inovação na sua empresa.
Validação de produtos
04 mai., 2024
Descubra como a validação de produtos é essencial antes de lançar no mercado. Aprenda o que é, como funciona e explore as etapas necessárias para o sucesso.
Business Model Canvas
Por Bruna Mainente 29 abr., 2024
Aprenda tudo sobre o Business Model Canvas: descubra o que é, veja exemplos práticos e obtenha um guia passo a passo sobre como preencher para seu negócio.
Ver mais
Share by: