Certezas, Suposições e Dúvidas. Parece um spoiler de como o processo de  inovação funciona, mas trata-se de uma referência à Matriz CSD, o framework que traz mais clareza a profissionais que encaram um novo projeto ou desafio.

Com essa metodologia, é possível materializar ideias para visualizá-las com maior facilidade, permitindo encontrar soluções de forma mais ágil e assertiva.

A matriz pode ser usada através de ferramentas online ou até mesmo com o tradicional post-it. O framework permite explorar as questões que os profissionais envolvidos no projeto trazem para, assim, solucionar problemas antes mesmo deles acontecerem.

Possibilita também identificar riscos e compreender a concorrência, entre outros desafios propostos em iniciativas de inovação corporativa.

Para conferir o que é, quando usar e como desenvolver o framework de forma correta, continue lendo. Boa leitura.

O que é a Matriz CSD?

A sigla CSD refere-se às certezas, suposições e dúvidas que rodeiam um novo projeto ou atividade. O framework, criado pela Livework, funciona com três colunas que serão preenchidas pelos responsáveis por encontrar as soluções.

A utilização da matriz passa pelo preenchimento das colunas que se referem aos pilares da metodologia, onde é fundamental atentar-se a três pontos:

• as certezas precisam ser justificadas;
• não há verdades absolutas e quaisquer teorias e questionamentos são válidos;
• toda a equipe precisa ser envolvida, pois quanto maior a multidisciplinariedade durante a criação da matriz, melhor o seu desenvolvimento. 

As três colunas funcionam como guias para o projeto. Com a Matriz CSD é possível identificar os problemas - às vezes antes mesmo deles surgirem - e adiantar soluções.

A Matriz CSD não pode ser esquecida após ser utilizada no primeiro momento do projeto. Cada coluna servirá como um norte para encontrar soluções, devendo ser alimentada e atualizada conforme o andamento da iniciativa. Abaixo, apresentamos como preencher cada uma delas.

Coluna 1: as certezas

Na primeira coluna, a de certezas, serão colocadas todas as afirmações comprovadas por meio de fontes diversas, todas as certezas que a equipe tem sobre o projeto - clientes, público-alvo, canais de comunicação ou tecnologia utilizada. 

Essas certezas precisam ser justificadas por meio de dados recolhidos em pesquisas, entrevistas, etc. Se não há base para comprovar a afirmação, deve-se mudar a afirmação para a coluna de suposições. 

Coluna 2: as suposições

Nessa coluna, serão adicionadas todas as teorias que o time tem sobre o projeto.  Elas podem ser resultados de conversas, brainstorming ou conversas entre a equipe.

Teorias, achismos e suposições são todas aquelas questões que não são exatamente uma dúvida mas ainda não puderam ser comprovadas por meio de dados. Um exemplo de suposição seria: “eu acho que, por nosso público ser mais velho, ele está mais presente no Facebook.”

Se houver algum dado provando que o público mais maduro realmente utiliza o Facebook como canal principal de comunicação, precisa ser mudado para a coluna de certezas. 

Já se o questionamento for “nosso público é mais velho, qual é o canal de comunicação em que o encontraremos?”, o questionamento deve estar na coluna de dúvidas. 

O objetivo não é teorizar sobre o projeto, mas sim, posicionar essas questões para que posteriormente sejam comprovadas por meio de dados, entrevistas, pesquisas – e movidas para a primeira coluna. Ou, caso não sejam encontrados dados para fomentar a afirmação, sejam descredibilizadas e removidas.

Coluna 3: as dúvidas 

Nesse momento, todas as dúvidas da equipe devem ser adicionadas. Não há dúvida “boba” ou sem sentido. É importante adicionar qualquer questionamento que possa deixar o time inseguro.

Essas indagações não podem, porém, serem adicionadas e esquecidas. É importante que após o processo de construção da Matriz CSD, o time responda as questões através de dados e pesquisas, assim como as suposições da coluna anterior.

Quando usar a Matriz CSD?

Todo novo projeto de inovação traz consigo questionamentos e dúvidas que podem parecer infindáveis. Mas, apesar de o sentimento no primeiro momento ser de incerteza, é importante organizar as dúvidas.

Com as dúvidas organizadas, será possível entender quais serão os obstáculos enfrentados e o suporte necessário para solucioná-los. 

Portanto, a Matriz CSD pode ser utilizada como ferramenta em qualquer projeto que necessite de uma maior imersão e entendimento das problemáticas. Apesar de ser ligada ao início de projetos, o framework pode ser aplicado em qualquer etapa. 

Além de projetos de inovação, a Matriz também pode ser utilizada para projetos pessoais como forma de organizar seus objetivos e metas. 

Como criar uma Matriz CSD?

Utilizamos a Matriz CSD para que as problemáticas e soluções sejam identificadas de forma mais ágil. Mas como criá-la?

Todas as questões que serão adicionadas nos tópicos surgirão através de pesquisas, conversas, brainstorming e aprofundamento sobre o projeto. 

Por isso, é importante informar todos os envolvidos previamente que o modelo será implementado, para que o time envolvido possa se preparar para as conversas que guiarão os próximos passos. Não existe um número de reuniões ideal para que se atinja o modelo final, uma vez que não há modelo final. 

É necessário alimentar e atualizar as três colunas para que desafios e soluções continuem sendo identificados - afinal, o processo de inovação envolve atentar-se a esses pontos, que irão mudar e evoluir conforme o andamento do projeto. Conversas contínuas, portanto, são indispensáveis para o framework funcionar. 

Exemplo de Matriz CSD

A forma de uso da Matriz CSD pode mudar de acordo com a necessidade de cada projeto ou companhia. 

São diversas as ferramentas que podem ser utilizadas para a divisão de Certezas, Suposições e Dúvidas:  Miro, Trello, Mural ou até mesmo o Google Sheets e o Excel. Cada uma delas contará com diferentes opções de layout e diferentes níveis de facilidade para o time.

Em projetos em que é possível encontrar todos os envolvidos pessoalmente, o indicado é criar um board físico utilizando post-its. Apesar de parecer antiquado, ainda é uma ferramenta útil para facilitar a visualização das questões. 

Como a Matriz CSD pode auxiliar no processo de inovação?

Apesar de ser muito ligada a projetos de Service Design – justamente pelo framework ter nascido para atender as necessidades ligadas a esse tipo de iniciativa – , a Matriz CSD pode ser utilizada para identificar problemas em qualquer momento.

A maioria das ideias inovadoras é idealizada com o desejo de tornar-se um negócio escalável, mas o caminho para isso requer passos firmes logo no começo. E a Matriz garante essa solidez. 

Em projetos de inovação corporativa também pode ser uma forte aliada para companhias que já lidam com desafios conhecidos. Responder a questões que levem a entender o novo solo é essencial antes de apostar em criar raízes. 

Em inovação de produtos, a Matriz CSD traz insights valiosos durante as reuniões de brainstorming, até mesmo mudando o rumo do projeto. Além disso, o time fica mais próximo e ciente dos passos que serão tomados. 

Apesar de todos os benefícios que o framework traz, a Matriz CSD é uma daquelas coisas que “parecem simples mas não são tão simples assim”. Para que os benefícios sejam desfrutados, é preciso manter a disciplina em alguns pontos, como:

• manter a Matriz atualizada conforme o andamento do projeto; manter o engajamento do time para que as atualizações através de conversas e pesquisas sejam constantes.

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