O que é inovação em saúde? Descubra 6 exemplos que vão transformar o setor
João Pedro Teles • mar. 13, 2023

Não é segredo que a descoberta da penicilina é tida como uma das maiores inovações em saúde de todos os tempos. Porém, não é preciso repetir o escocês Alexander Fleming para inovar no setor, principalmente quando falamos sobre os negócios da saúde.


Os últimos anos mostraram que tudo pode mudar muito rápido e que nem as grandes companhias de saúde estão imunes à necessidade de se reinventar. Seja para enfrentar uma pandemia, como a de Covid-19, ou para concorrer com as ideias inovadoras das healthtechs, as empresas buscam respostas para a seguinte questão: como inovar na área da saúde?


As respostas mais comuns envolvem inovações tecnológicas. Robôs, realidade aumentada, internet das coisas (IoT) e até inteligência artificial podem ajudar a saúde a evoluir com a descoberta de novos medicamentos, agilidade na criação de tratamentos e vacinas. Tudo isso visando proporcionar melhorias significativas na qualidade de vida dos pacientes.


No entanto, sabemos que inovar é uma tarefa difícil para corporações tradicionais. Em geral, as empresas bem estabelecidas são melhores executoras do que inovadoras. Porém, assim como em outros segmentos, companhias que não querem ficar para trás precisam desenvolver novas ideias e fomentar a inovação em saúde.


Ao longo deste artigo, explicaremos como o conceito de inovação se relaciona com o setor. Também trazemos tendências e ideias que devem transformar o mercado ao longo dos próximos anos. Acompanhe a leitura.


O que é inovação em saúde?


Essa relação é ampla, mas simples ao mesmo tempo. Pode ser representada por um novo tratamento de imunoterapia para a cura do câncer ou por um serviço de teleterapia para crianças.


Da mesma forma, métodos de prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças desenvolvidos por profissionais de saúde também representam uma forma de inovar. Ou seja, inovação em saúde é tudo aquilo que melhora a qualidade de vida, bem-estar ou a experiência do paciente.


Os aprendizados pós-Covid e uma população em envelhecimento: o ‘novo normal’ da saúde no Brasil


De 2012 a 2019, a parcela de pessoas com mais de 50 anos de idade cresceu quase 30% no Brasil. O dado divulgado pelo IBGE faz parte da previsão que aponta que o país terá mais idosos que jovens até 2060.


Logo, assim como a população, a medicina também deverá passar por uma transformação.


Além disso, a pandemia  escancarou algumas necessidades, como internações e atendimentos mais rápidos, maior eficiência nos processos dentro de hospitais, redução de custos e até a implementação de novas tecnologias.


Diante de uma saúde considerada reativa no Brasil, com a maioria dos investimentos voltados para o tratamento de doenças e não para a prevenção, a inovação é essencial para mudar esse panorama.


6 inovações tecnológicas na área da saúde que vão revolucionar o setor


O boom das healthtechs e seus novos modelos de negócio colocou os holofotes sobre a criação de ideias inovadoras na área da saúde.


A telemedicina, por exemplo, já existia antes da pandemia, mas ainda sem tanta relevância. Por si só, já se trata de uma inovação, mas as grandes companhias da saúde não devem se limitar a isso, dado que a transformação digital abre uma grande gama de possibilidades para inovar.


Abaixo, listamos 6 exemplos de inovação em saúde que prometem revolucionar o segmento nos próximos anos:


  1. Open Health
  2. Inteligência artificial
  3. Impressões 3D
  4. Realidade virtual (VR)
  5. Realidade aumentada (AR)
  6. Health wearables


Open Health e o poder do Big Data


Depois do Open Finance reunir as informações financeiras das pessoas, chegou a hora do Open Health. A intenção é criar um prontuário digital único do paciente que possa ser compartilhado com diferentes sistemas de saúde. Essa é a proposta do Ministério da Saúde: “estimular a concorrência e promover maior qualidade no acesso à contratação de planos de saúde aos mais de 49 milhões de beneficiários do país”; segundo nota do portal Infomoney.


A iniciativa, no entanto, não se restringe aos planos de saúde. Também contempla o trânsito de informações relevantes a farmácias, hospitais, laboratórios e diversos outros serviços de saúde.


O objetivo é usar as grandes quantidades de dados (Big Data) gerados por cada interação médica dos pacientes ao longo da vida para construir um prontuário completo e acessível. Assim, além de dar mais autonomia às pessoas, o Open Health visa estimular os tratamentos preventivos e otimizar a gestão da saúde dos brasileiros.


Inteligência artificial contra o câncer


O ChatGPT se tornou expoente da inteligência artificial (IA) em 2023. Porém, a inteligência artificial também é uma das grandes inovações em saúde. O uso de algoritmos combinados ao machine learning promete facilitar a detecção e o diagnóstico de doenças com muito mais velocidade e precisão.


A startup brasileira Linda Lifetech já utiliza a IA para analisar mamografias e antecipar diagnósticos de câncer de mama em mulheres. A inteligência artificial compara o exame realizado a um banco de dados, com cinco milhões de parâmetros, na busca por indícios de lesões cancerígenas.


A Qure.AI, por sua vez, desenvolveu em parceria com a AstraZeneca um algoritmo que interpreta imagens de raio-x do tórax para detectar nódulos de câncer de pulmão com alta precisão. A startup afirma que o uso de IA melhora em até 17% a identificação de nódulos, que podem passar despercebidos por médicos.


Impressões 3D


Da criação de próteses sob medida, aparelhos auditivos, modelos de órgãos e até tecido para pele e articulações, as impressoras 3D ainda são uma realidade pouco explorada na saúde, pelo menos em território brasileiro.


Já nos Estados Unidos, a quantidade de hospitais que utilizam esse recurso cresce aceleradamente. Os cirurgiões do Hospital Infantil de Boston, por exemplo, projetaram um sistema para converter exames de ressonância magnética em modelos 3D de corações. Isso facilitou o planejamento de cirurgias cardíacas em crianças.


Os principais benefícios da impressão 3D são a redução no tempo de produção e o baixo custo em relação às técnicas tradicionais. Implantes médicos, próteses personalizadas e até tecidos e cartilagens humanas – como é o caso da máquina criada pelo Instituto de Medicina Regenerativa Wake Forest – devem se tornar cada vez mais acessíveis com o uso dessa tecnologia.

próteses impressas em 3D

Próteses criadas por uma impressora 3D no Instituto de Medicina Regenerativa Wake Forest – à esquerda, o pedaço de uma mandíbula. À direita, uma orelha. (Foto: Divulgação/Wake Forest Institute for Regenerative Medicine)

Realidade virtual em prol da saúde mental e física


A criação de ambientes imersivos simulados para serem vistos em dispositivos de realidade virtual (VR) se mostram como uma ferramenta terapêutica para tratamentos de saúde física e mental.


A startup XR Health oferece tratamentos para diversos tipos de condição através de experiências em VR. Sejam dores crônicas, ansiedade, distúrbios de sono, fobias e até transtornos de estresse pós-traumáticos (TSPT), o tratamento é capaz de auxiliar com programas personalizados de terapia em realidade virtual.

A empresa afirma que as experiências imersivas estão diretamente conectadas com o processo de tratamento do sistema nervoso com terapias cognitivas validadas.


Outras startups mais bem estabelecidas, como Calm e Headspace – aplicativos de meditação e mindfulness avaliados em mais de US$1 bilhão – também já se movimentam para surfar nessa onda.


Em 2019, a Calm se aliou à Oculus – empresa de óculos de realidade virtual que pertence à Meta, holding que controla Facebook e Instagram – para lançar sua primeira experiência em VR. O lançamento apresentou as meditações guiadas mais bem avaliadas da plataforma em formato de experiência virtual imersiva.


Realidade aumentada para cirurgias


Diferentemente da realidade virtual, a realidade aumentada (AR) combina imagens capturadas por câmeras e movimentos registrados por sensores para integrar elementos e informações virtuais no mundo real.


Para o meio médico, isso permite uma representação mais precisa das estruturas do corpo humano, por exemplo, incluindo vasos sanguíneos e estruturas celulares que podem ser visualizadas em tamanho aumentado por um cirurgião.


Essa tecnologia já é usada para melhorar o treinamento de médicos, tratamentos a pacientes à distância, terapias e até cirurgias.

Wearables e a gestão de saúde integrada


Não é difícil encontrar uma pessoa que utilize um smartwatch ou smartband para medir a quantidade de passos dados ao longo do dia. Ou mesmo alguém que monitore a frequência de batimentos cardíacos durante um exercício físico.


Os dispositivos conhecidos como wearables também se estendem para a gestão de saúde das pessoas e abrem possibilidades para os negócios do setor. Atualmente, já é possível registrar padrões de sono, pressão arterial, saturação de oxigênio e até eletrocardiograma.


Há ainda dispositivos vestíveis capazes de medir a glicose no sangue, e que já se integram com os smartphones via aplicativo, das pessoas que convivem com a diabetes. Além de auxiliar na rotina dos pacientes, essa tecnologia também fornece informações essenciais para o acompanhamento médico e tratamentos.


Com marcas como Apple, Samsung, Google e diversas outras investindo no desenvolvimento tecnológico desses dispositivos, a tendência é de rápida evolução.


Os próximos passos da inovação na saúde para companhias no Brasil


O momento dos negócios de saúde no Brasil é desafiador. Ao mesmo tempo, se mostra propício para a inovação e movimentos de corporações que buscam alternativas para conquistar a confiança de seus pacientes.


Os grandes players do mercado seguem tendo como maior fonte de receita os planos de saúde e a venda de medicamentos. Como encontrar novas fontes de receita? Qual o caminho para criar serviços inovadores na área da saúde? O que é preciso para descobrir os próximos passos da inovação na saúde?


Assim como qualquer setor, a saúde também tem o desafio de se reinventar. É preciso desenvolver ideias, testar modelos e validar conceitos que vão ao encontro das  necessidades do seu público.


Para isso, o Corporate Venture Building se apresenta como solução para a inovação na saúde. A combinação entre a velocidade das startups e os ativos corporativos de uma grande empresa se transforma em um modelo de inovação com foco na criação de novos negócios.


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