3 tendências do Corporate Venture Building para acompanhar em 2023
O maior evento de Venture Building do mundo tem nome e endereço. Alloy, a iniciativa da High Alpha Innovation, é realizada anualmente em Austin, no Texas (EUA), e recebe grandes players para o encontro conhecido como The Annual Venture Building Summit.
Founders e startups, investidores e fundos de Venture Capital,
venture builders, universidades e grandes organizações, como P&G, Uber e Johnson & Johnson, se reuniram nos dias 5 e 6 de outubro com um objetivo em comum: entender e discutir
as tendências de Venture Building que vão movimentar o mercado em 2023.
Assuntos relacionados a inovação, Venture Capital, tecnologia, MVP, o impacto do empreendedorismo no mundo, retenção de talentos e outros tópicos foram debatidos, gerando uma imersão no universo das ideias disruptivas por dois dias.
Qual será o próximo passo da inovação nas empresas? Para qual caminho o
Corporate Venture Building aponta? O que está guardado para o futuro das startups? Essas e outras questões fizeram parte das discussões.
Nossos sócios Rodrigo Bürgers e Romulo Perini viajaram até Austin como representantes da
única venture builder brasileira no evento e trouxeram de lá um olhar para o futuro, grandes insights e muitas novidades. Acompanhe a leitura e descubra os principais.
As tendências do Venture Building para grandes empresas
O ecossistema de inovação, como qualquer outro, está em constante transformação. O momento é de criação de cultura e de distribuição de oportunidades. Os hubs de inovação são uma grande aposta, tornando possível maximizar resultados e criar novos modelos de negócio.
Entre as tendências, destacam-se:
- Joint Ventures e startups corporativas;
- o futuro dos MVPs;
- o conceito e aplicação de serendipidade.
Joint Ventures e startups corporativas ganham força
A Johnson & Johnson reforça a temática de criação de hubs através do
JLabs, um braço de inovação da companhia totalmente apartado: 90% dos líderes dessa iniciativa são profissionais que vieram de fora da empresa para instigar ideias inovadoras.
“A diversificação através dessas parcerias ou com mentoria de grandes líderes de fora do negócio torna possível promover a real mudança e a criação de novas ideias”, explica Romulo.
A pauta da tecnologia continua em alta. Não à toa, a joint venture entre SalesForce e Ford, que resultou na
criação da VIIZR, foi um dos grandes destaques do evento. A plataforma baseada na nuvem oferece serviços personalizados para pequenos negócios, digitalizando a operação e melhorando a experiência oferecida aos clientes.
Também foi possível notar a força das startups corporativas – apesar do maior tempo de maturação em comparação com outras iniciativas de inovação.
Exemplos de Corporate Venturing com modelos mais bem definidos, mais recursos financeiros, melhor performance e curva de crescimento mais acelerada fazem desse formato de inovação um dos mais citados pelas corporações que participaram do evento.
No Brasil, a Play Studio também aposta na parceria entre corporações para a criação de novas empresas, ou startups corporativas. Um exemplo recente é a
Drinksquad, plataforma de bebidas que conecta Beam Suntory e Evino.
Corroborando tendências vistas no Alloy, o case comprova que, nem sempre, “criar um negócio do zero” é a resposta ideal. É possível encontrar players que já estão ativos no mercado e podem agregar ao negócio, seja com
know how,
recursos financeiros ou intelectual, logística e outros benefícios.
O futuro do MVP para startups e grandes empresas
O MVP – Minimum Viable Product, em inglês – foi um dos assuntos mais discutidos durante o evento. Quando fazer o MVP? Qual grau de certeza é preciso?
Um dos exemplos apresentados foi a
Zevo, uma nova solução contra insetos desenvolvida durante a pandemia
pela PG Ventures, a venture builder da P&G.
O MVP da Zevo aconteceu num
time-framing completamente diferente. Foi criado um laboratório, em um processo apartado, onde o contato com o principal canal de vendas – a rede de lojas norte-americana Target – também era feito de forma separada.
"A criação do MVP é praticamente uma ciência em que é fundamental saber o que se quer testar e qual o momento ideal para isso. Você pode chegar ao fim sem ter uma respostas definida, só não pode chegar ao fim sem dado algum", afirma Rodrigo.
A tendência em relação ao MVP é justamente
tornar esse momento o mais quantitativo possível, com disciplina e rigor para que as ideias sejam tiradas do papel e, os riscos, mitigados.
A utilização de plataformas
low-code e no-code, que ganharam destaque durante a pandemia, também foi tema de discussão.
Os altos custos envolvendo a contratação de desenvolvedores criam barreiras para que empresas testem e validem seus MVPs. Ao entregar agilidade e baixo custo, essas plataformas atendem às necessidades especialmente de projetos iniciantes.
Apesar dos benefícios financeiros e da agilidade de desenvolvimento, no entanto, é preciso analisar, individualmente, se a solução vale a pena. Uma empresa que começa um MVP com plataformas de
low-code ou no-code
e, após validar a hipótese, precisa passar por um desenvolvimento tecnológico envolvendo código, provavelmente vai perder tração.
“A abordagem do low-code é totalmente personalizada, e vai da equipe envolvida no projeto entender se faz ou não sentido para o momento”, completa Rodrigo.
Serendipidade: um conceito que deve ser cruzar fronteiras

O CEO da High Alpha, Elliot Parket, abriu o evento com sua palestra “Construindo Serendipidade”.
A palavra
serendipity, traduzida do inglês como serendipidade, significa “encontrar algo que se deseja, inesperadamente''. Ela foi cunhada pelo escritor Horace Walpole em 1754 e torna-se atual no contexto da inovação, no qual
sempre encontramos coisas novas de forma inusitada.
Durante o entendimento das dores e expectativas dos usuários, é possível fazer descobertas. Mas como fabricar serendipidade?
Testar o máximo que puder, o mais rápido que puder.
Para encontrar o cerne da serendipidade, é preciso:
- apostar em soluções diferentes e inusitadas;
- fazer coisas "malucas", pois isso pode trazer insights valiosos;
- prezar pela novidade.
“Experimentos revelam anomalias. Anomalias criam conhecimento. Conhecimento leva a insights. Insights concebem serendipidade.” – Elliot Parket, CEO da High Alpha.
Testar diferentes caminhos e não se manter apegado a uma solução aparentemente ideal pode soar contraintuitivo, mas tem suas recompensas.
“Você não acerta o unicórnio de primeira. Os testes levam tempo e consomem recursos, mas esse processo traz resiliência para a empresa. Tem que ter vontade de fazer e estar aberto ao erro”, diz Rodrigo.
Universidades no exterior já apostam no CVB para o futuro
Reforçando um
estudo da McKinsey, lançado em 2021, que mostrou a tendência de crescimento na prática de criação de novos negócios, o tema esteve totalmente presente no evento.
O
Alloy 2022 tem suas raízes na educação e no
awareness
sobre o CVB,
e
a importância do tema fica clara no nível de aprofundamento que os participantes – incluindo os estudantes – têm sobre o assunto.
O vínculo com universidades pode gerar novos negócios graças a pesquisas realizadas pelas instituições em diferentes segmentos. E essa conexão é possível tanto de forma direta como através de venture studios.
“A faculdade está muito voltada a orientar pessoas, educar, e não criar novos negócios. Com esse caminho, elaborando pesquisas e entendendo o mercado, o estudante pode se graduar não com um emprego garantido mas com uma startup fundada”, afirma Romulo.
Para conferir o Webinar Tendências do Corporate Venture Building para 2023 na íntegra, assista:
Estamos prontos para aplicar todos esses insights no seu projeto, vamos tomar um café e falar sobre inovação?
Artigos mais recentes


