O que é D2C? Entenda o modelo de negócio Direct to Consumer e os benefícios para grandes empresas
Redação Play • jun. 29, 2022

O meio tradicional para indústrias comercializarem seus produtos sempre foi via intermediários. Distribuidores e representantes comerciais eram o principal ponto de conexão entre fabricantes e consumidores, mas um novo modelo de negócio vem ganhando relevância com a transformação digital e a mudança dos hábitos de consumo: o D2C.


Mas você sabe
o que é D2C e o que significa essa sigla? Assim como B2B (Business to business) e B2C (Business to consumer), trata-se de um modelo de venda escolhido por uma empresa para comercializar seu produto.


A sigla representa o modelo
Direct to Consumer (D2C), em que o fabricante elimina intermediários para vender diretamente ao cliente final.


O conceito foi potencializado com a adoção em massa dos canais digitais, e passou a ser uma das prioridades de grandes empresas na hora de traçar suas estratégias de marketing e comerciais. Com o distanciamento social por conta da pandemia de COVID-19, esse processo foi ainda mais acelerado.


O relatório
Supply Chain Trends 2022 revelou que 30% dos fabricantes entrevistados que vendem apenas por intermediários já planejavam adicionar o D2C à sua operação em 2021. Mas por quê?


Ao longo deste artigo, vamos aprofundar o assunto, mostrar as diferenças para os modelos B2B e B2C, além de apresentar os benefícios e exemplos de sucesso para fabricantes em busca de inovação. Acompanhe a leitura.


B2C, D2C e B2B: qual a diferença entre os modelos?


Enquanto B2B (Business to business) refere-se a companhias que vendem seus produtos e serviços para outras empresas, B2C (Business to consumer) diz respeito a empresas que vendem para o consumidor final.


À primeira vista, B2C e D2C podem parecer iguais, mas não são. A principal diferença está na
forma de negociação.


Uma fabricante que vende para uma grande rede de supermercados ou para um varejista de eletrodomésticos, por exemplo, comercializa no modelo B2B.


Por mais que seus produtos sejam para o público final, a negociação não é feita diretamente com ele, mas com outra empresa – o varejista. Ou seja, o varejista é quem faz a venda B2C, entregando o produto na ponta ao consumidor.


Já no modelo D2C,
a venda é feita diretamente do fabricante para o consumidor final, sem recorrer a intermediários.


Não há um modelo ou estratégia melhor que o outro. O D2C vem para agregar valor e se tornar um novo canal de distribuição, fomentar a
inovação corporativa e entregar novas possibilidades através da conexão direta entre fabricante e público consumidor.


As vantagens do D2C vão além de apenas um novo canal de vendas

Até o fim de 2022, estima-se que 17% de todo o faturamento varejista nos Estados Unidos passe por e-commerces. No Brasil, as lojas virtuais cresceram 27% e faturaram mais de R$161 bilhões em 2021, e a notícia deve ser comemorada.


O aumento do consumo de produtos pela internet abre caminho para que fabricantes invistam em seus canais digitais, estruturem suas estratégias D2C (
Direct to Consumer) e aproveitem a oportunidade para vender mais. Mas não deve parar por aí.


Entre os benefícios do modelo D2C, também é preciso destacar:


  • redução de custos e aumento da lucratividade;
  • controle da experiência do cliente;
  • inovação com dados e insights de consumidores.


Redução de custos e aumento da lucratividade


Intermediários representam altos custos com comissões e repasses. Isso impacta diretamente na lucratividade do fabricante, que pode optar por embutir esses custos no preço final e correr o risco de perder competitividade frente aos concorrentes ou absorver e lucrar menos com a venda de seus produtos.


Decisões difíceis como essa deixam de ser problema no D2C. Nesse modelo,
o custo envolvendo o intermédio de vendas inexiste, e a empresa pode ter mais flexibilidade quanto ao seu controle de preços.


Controle da experiência do cliente


Ao possuir uma loja virtual para vender online, diretamente ao consumidor final, o fabricante coleta dados que antes não chegavam até ele. Além disso, pode ter o controle total da experiência do cliente dentro do seu e-commerce e em todas as interações envolvendo as estratégias de marketing digital.


É possível
acompanhar a jornada do cliente desde a compra até o recebimento do produto, medir seu nível de satisfação e coletar feedbacks que geram insights para iniciativas de inovação incremental.


Esse termômetro de satisfação, além de extremamente importante,
pode ser um aliado da lucratividade. Em pesquisa divulgada pelo Think With Google, 63% dos consumidores afirmaram esperar consistência das marcas em todas as interações durante a compra.


Inovação com dados dos consumidores


Junto à experiência do cliente também vêm os dados e insights gerados pelas interações dentro das plataformas digitais.


Um e-commerce aliado a uma estratégia de atendimento digital gera informações valiosas para que o fabricante possa colocar o cliente como centro das atenções – aplicando o conceito de
customer centricity – e tomar decisões que vão ao encontro da necessidade dos consumidores.


Em um mundo onde “dados são o novo petróleo”, contar com uma estrutura que estreita o relacionamento com o seu cliente cria embasamento para que a empresa seja cada vez mais assertiva em suas
ideias inovadoras.


Exemplos de D2C: fabricantes que inovaram com estratégias Direct to Consumer


Consumer Brands são aquelas marcas reconhecidas pelo público nas gôndolas de supermercados ou mesmo dentro de suas casas.


Antes exclusividade dos varejistas,
Brastemp, Melitta e Omo são exemplos que, hoje, já investem no modelo D2C para vender diretamente ao consumidor final e não se restringem apenas aos seus produtos.

logo compra certa

Whirlpool vende de tudo com o Compra Certa


A holding que controla marcas como Brastemp, Consul e Kitchen Aid é pioneira com o D2C no Brasil. Antes mesmo da transformação digital se tornar prioridade para as empresas, a Whirlpool criou o Compra Certa com o objetivo de vender eletrodomésticos de suas marcas diretamente ao cliente final.


O projeto se tornou
um dos maiores clubes de desconto online do país, passou a agregar produtos de outras marcas e foi muito além dos eletrodomésticos. O e-commerce conta com um vasto portfólio de fogões, geladeiras e lavadoras, mas também de smartphones, TVs e até bebidas.

café lua de sangue melitta

Café Melitta fideliza clientes através de seu e-commerce com produtos exclusivos


Em 2019, ainda antes das restrições impostas pela pandemia no Brasil, a Melitta já apostava suas fichas em um e-commerce próprio.


A marca, que já vende todos os seus rótulos de café e também acessórios, como jarras, chaleiras e balanças, aproveitou a sazonalidade para se conectar ainda mais ao seu público.


No Dia Mundial do Café, a Melitta lançou o sabor especial Lua de Sangue com exclusividade na loja online. Fortaleceu seu ponto de contato com clientes diretos no e-commerce, estimulou o consumo de seu produto e despertou a curiosidade do público pela possibilidade de novos lançamentos exclusivos através do canal D2C.

Unilever leva Omo além do sabão em pó para se conectar ao cliente final


Em vez de vender sabão em pó diretamente ao consumidor, a Unilever inovou ao criar três serviços de limpeza de roupas com sua marca Omo Lavanderia.


A criação da nova empresa levou a marca para além dos sabões em pó nas gôndolas de supermercados, se conectando ao consumidor para atender necessidades complementares dos clientes Omo.


As soluções envolvem o serviço de passadoria profissional de roupas (Omo Passa Fácil), a criação de lavanderias profissionais em prédios residenciais (Omo Lavanderia Compartilhada) e uma franquia de lavanderias automáticas (Omo Lavanderia Self-Service). Todos fazem uso massivo de produtos Omo e Comfort.


O diretor de Marketing da nova empreitada, Teo Figueiredo, contou em entrevista que o sucesso da Omo Lavanderia
só foi possível por contar com expertise externa. A marca adquiriu uma rede de lavanderias antes de se aventurar no novo negócio.


“Ao adquirirmos alguém com experiência e conhecimento do segmento, a curva de aprendizagem e implementação é muito mais rápida”, disse Teo, em entrevista à revista
Mercado e Consumo, em 2020.


Assim como a Unilever, a P&G também foi além do produto ao lançar sua rede de lavanderias Tide Cleaner nos Estados Unidos. Confira esse e outros cases em nosso artigo que apresenta
10 exemplos de Corporate Venturing e descubra como grandes corporações têm investido para criar negócios inovadores.


Se o seu desafio está na construção de um modelo de negócio D2C, aproveite para solicitar o contato de um de nossos Venture Builders e saiba como a
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Através do Venture Building, já ajudamos grandes corporações como Nestlé, Visa, Carrefour e Beam Suntory a explorar, desenhar e desenvolver novos negócios. 


Compartilhamos o risco de empreender lado a lado, investindo nossa expertise na construção de empreendimentos inovadores para tirar ideias do papel e gerar negócios com alto potencial de escala.


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