As startups trouxeram à tona o conceito de inovação organizacional. Mas o que isso quer dizer? Inovar dentro de uma estrutura organizacional vai além de escorregadores no escritório ou day off no aniversário, e está entre nós há mais tempo do que parece.

A Fiat, por exemplo, iniciou uma história de sucesso em 2004, quando seu então CEO Sergio Marchionne promoveu uma mudança radical na organização das hierarquias.

Ao identificar problemas nas lideranças e no modelo de gestão e tomadas de decisão da companhia, ele reformulou a estrutura e permitiu uma virada de jogo à montadora italiana, que passava por um momento delicado, com greves, perda de receita e a contratação de quatro CEOs em três anos.

O movimento liderado por Marchionne tornou a Fiat um exemplo de inovação organizacional. Estabelecê-la passa pelo fomento a uma cultura inovadora e tem como foco principal promover a inovação corporativa de forma contínua, o intraempreendedorismo, além de autonomia e agilidade. Menos burocracia e mais flexibilidade são apenas dois dos principais pilares envolvendo a busca pela mudança nas estruturas organizacionais tradicionais.

Ao longo deste artigo, explicaremos mais sobre como a inovação organizacional pode ser benéfica para companhias e colaboradores, com exemplos de sucesso em grandes empresas e mais. Siga a leitura.

O que é inovação organizacional?

Um estudo do MIT que compara as indústrias automobilísticas do Japão, Estados Unidos e Alemanha, publicado no final da década de 1980, destacou pela primeira vez a importância da inovação organizacional para o sucesso das empresas.

Pela definição encontrada no Manual de Oslo, trata-se da implementação de um novo método organizacional, que assegura três principais pilares:

• o modelo de negócios da empresa;
• o local de trabalho;
• relações internas e externas.

Nesse sentido, o objetivo principal é o aumento da performance da companhia sem estar necessariamente ligado a produtos e serviços. Ainda pode reduzir custos administrativos e aumentar a satisfação dos colaboradores no local de trabalho, fatores que impactam diretamente na produtividade da organização a médio e longo prazo.

Por que uma estrutura organizacional inovadora é essencial?

Diferentes tipos de inovação são testados e estudados diariamente, em busca  de ambientes propícios para que novas ideias nasçam.

Ao inovar, é possível gerar mais valor para a organização, tanto da perspectiva de experiência quanto de ações. Empresas que possuem uma estrutura mais ágil e flexível tendem a crescer, acompanhando a direção dos consumidores e da tecnologia.

Se para companhias tradicionais essa transição pode exigir tempo e esforço, quando falamos de criação de novos negócios é imprescindível que esse mindset esteja presente desde o começo do processo e que o novo empreendimento seja pensado com uma estrutura organizacional eficiente. Mais do que recomendada, a inovação organizacional é obrigatória para quem deseja entrar no mercado de maneira competitiva. 

Como exemplos de ações que propiciam a inovação organizacional, destacamos:

• reestruturação de hierarquias e modelos organizacionais;
• canal aberto para comunicação entre colaboradores, independentemente da hierarquia;
• benefícios que tragam mais qualidade de vida aos colaboradores;
• investimento em capacitação interna – de parcerias com universidades a escolas de idioma;
• transparência no que diz respeito a metas e resultados;
• incentivo ao intraempreendedorismo;
• acessibilidade e diversidade;

Vale ressaltar que não existe uma “receita de bolo” que funcione para todas as empresas. Por isso é importante a organização saber onde está hoje e onde quer estar no futuro antes de pensar em quaisquer ferramentas de inovação.

4 exemplos de inovação organizacional dentro de grandes empresas

Empresas ao redor do mundo têm percebido cada vez mais a importância da inovação organizacional. Sejam corporações tradicionais ou startups, destacam-se alguns exemplos como: 

1. Fiat;
2. Microsoft;
3. Nubank;
4. Samsung.

1. Fiat

Em 2004, Marchionne assumiu o cargo de CEO da montadora italiana após três diferentes executivos passarem pela cadeira nos três anos anteriores. A companhia passava por uma severa crise e precisava se reinventar. Isso o motivou a começar uma revolução por dentro, investindo na inovação organizacional.

Ao encontrar uma hierarquia e modelo de liderança ultrapassados, descentralizou a tomada de decisões e deu mais autonomia e responsabilidade aos gestores. Todos passaram a ser responsáveis pela nova governança da companhia.

Além disso, o processo fortaleceu a transparência em relação aos objetivos e metas da corporação e abriu a possibilidade de que engenheiros de diferentes níveis pudessem propor novas ideias.

“Abandonamos o modelo de liderança Great Man – centralizado em uma pessoa –, que por muito tempo caracterizou a Fiat, e criamos uma cultura em que se espera que todos liderem”, apontou o ex-CEO em artigo na Harvard Business Review.

2. Microsoft

Nos escritórios da Microsoft, ao avistar uma pessoa de terno, todos sabem que trata-se de visitante. O uso de trajes casuais é apenas uma das características da hierarquia flexível. 

Por trás das roupas confortáveis, há a filosofia da empresa: com hierarquias menos rígidas, os processos se tornam mais ágeis. Desde que Satya Nadella foi nomeado CEO da empresa, em 2014, existe um grande incentivo à exploração do lado criativo dos colaboradores. 

As iniciativas vão desde ações internas até a criação de novas funcionalidades para os produtos. O recurso de desfoque do fundo em videochamadas do Microsoft Teams é um desses exemplos de intraempreendedorismo, criados com base em ideias de colaboradores.

Ele nasceu da necessidade percebida por uma engenheira da Microsoft e conquistou a adesão dos usuários. Assim como essa, diversas outras ideias ganham notoriedade graças à estrutura inclusiva da companhia, que ainda promove hackathons e outros eventos – internos e externos – com esse objetivo.

3. Nubank

O Nubank já nasceu com uma ideia inovadora de produto, mas isso também se reflete em sua estrutura organizacional. Apontada como uma das três empresas mais inovadoras da América Latina pela revista Fast Company, a fintech brasileira fomenta uma cultura inovadora, diversidade na equipe e, principalmente, uma hierarquia flexível.

Ao adotar o modelo de squads – popularizado pelo Spotify –, organiza seus times com profissionais de diferentes níveis, áreas de expertise e responsabilidade, mas sempre com o objetivo de cumprir as metas traçadas pela companhia.

A marca ainda propõe o atendimento ao cliente como diferencial de inovação, impactando os clientes diretamente em uma das áreas mais carentes do setor bancário.

4. Samsung

Diferentemente dos exemplos anteriores, a Samsung se destaca por não apenas propor a inovação organizacional, mas transformar isso em fonte de receita. 

Um dos exemplos da estrutura inovadora é a criação do Samsung Design Innovation Center (SDIC), onde colaboradores podem se dedicar ao desenvolvimento a partir de suas ideias. Lá, a inovação de produtos é colocada em prática, testada e validada de acordo com os objetivos da corporação. 

Alguns lançamentos recentes da marca, como os fones de ouvido Galaxy Buds e Galaxy Buds Pro, a pulseira inteligente Gear S e o tablet View S, foram criados dentro do SDIC.

Diferentemente do que era proposto no início da década de 2010, a Samsung prioriza o desenvolvimento de tecnologias mobile mais robustas e produtos mais premium. Assim, coloca em primeiro plano a inovação de ponta para combater sua principal concorrente no segmento – a Apple.

O resultado dessa iniciativa é o aumento no ticket médio da companhia, que consegue vender seus dispositivos por valores mais altos ao agregar inovação, tecnologia e robustez.

A importância da inovação organizacional para a criação de novos negócios

Quando falamos em corporações tradicionais, não é difícil associá-las à necessidade de reestruturação organizacional. Afinal, com as startups e seus modelos disruptivos batendo à porta, modernizar as organizações - através de transformação digital e de estratégias de inovação – e essa é uma adaptação cada vez mais importante. 

Por isso, muitas empresas têm investido no desenvolvimento de novos negócios através do Corporate Venture Building. A criação de startups corporativas demanda agilidade, metodologias e uma estrutura organizacional inovadora em sua essência.

A Play atua como venture builder ao lado de corporações como Beam Suntory, Nestlé e Baruel para criar novos negócios, mas também junto a startups como Mercado Bitcoin e Auto Avaliar visando impulsionar seus modelos de negócio inovadores.

Quer saber mais? Acesse nossa página de cases de sucesso ou solicite o contato de um de nossos venture builders e descubra como a Play Studio pode ajudar na busca pela inovação organizacional.